Newey diz que Verstappen ‘deu sorte’ em não ser punido no Brasil em 2021: ‘Fora de si’
Segundo o engenheiro, o neerlandês deu sorte ao não ser punido no GP de São Paulo daquele ano
Projetista vital para o sucesso recente da Red Bull na Fórmula 1 e de malas prontas para trabalhar na Aston Martin a partir de 2026, Adrian Newey relembrou a temporada 2021 da categoria e a disputa caótica entre Max Verstappen e Lewis Hamilton pelo título mundial, que acabou nas mãos do neerlandês em final controverso em Abu Dhabi.
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Antes das polêmicas em Yas Marina, entretanto, o pano de fundo do campeonato oferecia uma gama de situações problemáticas entre os dois lados. Batidas em Inglaterra e Itália, inclusive com o carro de Verstappen em cima do de Hamilton em Monza, tretas internas entre Red Bull e Mercedes, além de disputas polêmicas em Brasil e Arábia Saudita.
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Em Interlagos, Hamilton precisou se recuperar do fundo do grid após uma punição e, depois de ganhar posições na sprint do dia anterior, efetuou nova reabilitação na corrida para atacar o líder Verstappen. Ao encostar no neerlandês, entretanto, Lewis precisou lidar com defesas controversas, que chegaram a levar os dois para fora da pista.
Newey admitiu que Verstappen “teve sorte” por não ter sido punido pela forma como pilotou em Interlagos e disse que o piloto estava sentindo a pressão de batalhar pelo título. Para o projetista, Max estava “um pouco fora de si” na etapa brasileira.
“Na realidade, ele provavelmente teve sorte em não receber uma punição pela pilotagem no Brasil”, disse Newey ao podcast High Performance. “Na Arábia Saudita, eles tiveram uma pequena confusão. Mas, no Brasil, acho que Max estava um pouco fora de si. Então, acho que estava sentindo um pouco”, admitiu.
“A Mercedes conseguiu encontrar bem mais ritmo no carro ao fim da temporada. É sempre mais fácil para o perseguidor do que para o perseguido, e Max estava começando a sentir um pouco da pressão pela caçada”, destacou.
“E sobre Checo, quando um companheiro que está sendo superado começa a se aproximar, não significa que o companheiro de repente ficou melhor. Foi o mesmo que aconteceu com Fernando [Alonso] e Felipe Massa no fim de 2010. Eles se aproximam porque o piloto que está à frente sente a pressão”, avaliou.
Newey falou também sobre o acidente na Inglaterra, quando Hamilton atacou na Copse e Verstappen não recuou. O neerlandês foi tocado pelo inglês e arremessado com força na barreira de proteção, em acidente que o levou ao hospital e chegou a causar alguns problemas de visão. Adrian admitiu que ficou “revoltado” com o heptacampeão no momento, mas entende as coisas de forma diferente depois de tanto tempo.
“Naquele momento, fiquei absolutamente revoltado com Lewis [Hamilton], porque senti que ele fez um movimento deliberado. Agora, com o benefício do tempo, vejo que eles estavam disputando roda a roda durante toda a volta. Lewis buscou uma oportunidade que ele achou que estivesse ali, errou, e o que aconteceu, aconteceu”, afirmou.
“Não foi intencional, mas acertou e o fez praticamente não somar pontos. Saímos de uma liderança confortável para uma pressão um pouco maior”, explicou.
“Tivemos sorte que Max não se machucou feio. Então, entendo melhor o que aconteceu agora, e talvez tenha sido um pouco duro com Lewis naquele momento. É uma coisa sobre a Fórmula 1, você acaba sendo sugado muito facilmente para essa visão de que todos são inimigos”, pontuou.
Por fim, Newey admitiu que a Red Bull ficou bem preocupada com o estado de saúde de Verstappen ao acertar a barreira de proteção da pista inglesa. No fim, porém, o neerlandês se recuperou e conseguiu conquistar o primeiro título da F1 naquele ano.
“A batida de Max em Silverstone foi a última em que realmente pensamos: ‘Ele está bem ou está gravemente machucado?'”, lembrou. “Quando ele falou no rádio, estava confuso e só fez alguns sons. Não sabíamos o que queria dizer. Ele estava bem dolorido, teve uma concussão, mas ficou bem”, destacou.
A Fórmula 1 volta às pistas entre os dias 13 e 15 de setembro para o GP do Azerbaijão, em Baku.
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