Mesmo com incertezas, remador da Seleção mira feitos no ciclismo
Marcos Oscar traça a meta de trocar modalidade após Tóquio-2020 e sonha até com Volta da França no futuro. Maratona em Conservatória no domingo servirá de teste para o atleta<br>
O sonho ainda é distante, mas cada pequena oportunidade aumenta a expectativa de Marcos Oscar, remador da Seleção Brasileira que compete no single skiff leve, de atingir feitos expressivos em um novo esporte: o ciclismo. O atleta de 28 anos quer completar o ciclo olímpico de Tóquio-2020 nos barcos. Depois, vai buscar nos pedais a motivação para seguir a vida de atleta.
O carioca é um dos nomes confirmados no Gran Fondo New York Brasil, versão verde e amarela daquela que é considerada a maior maratona de ciclismo do mundo. Ele disputa os 160km neste domingo, às 7h, em Conservatória (RJ).
– Como venho do remo, o ciclismo era um fator para melhorar minha condição no meu esporte. Mas eu me encantei e tenho tido bons resultados em competições pequenas – contou Marcos, ao LANCE!, já ciente do seu planejamento para daqui a quatro anos, após, quem sabe, disputar os Jogos de Tóquio:
– Estou disposto a encerrar minha carreira em 2020 e seguir no ciclismo. Não tinha essa pretensão, mas, já que pintou, eu irei seguir.
Estudante de Educação Física no quarto período, o brasileiro tem planos de abrir um negócio voltado ao ciclismo. Sabe que, se como atleta olímpico o cenário financeiro já não é fácil, a dedicação a um esporte de pouca tradição no país e custoso torna os planos ainda mais ambiciosos. Ele conseguiu apoio da GP Coaching, empresa de assessoria esportiva, para tentar ir mais longe.
Atualmente, a rotina do atleta, que defende o Vasco, é remar de 6h às 9h diariamente e pedalar de 9h às 12h30. Na parte da tarde, faz musculação. No pedal, tem uma quilometragem a cumprir para alcançar os resultados que o ajudarão no barco.
A prática na bicicleta começou para valer há dois anos na vida de Marcos e já virou padrão no remo.
– O remo 80% é perna, e o ciclismo só usa a perna. Você melhora a condição cardíaca. O remo é um esporte bruto, e o ciclismo é o oposto. Tem todo um estilo, é preciso comer bem, se manter leve. E tem uma perda de peso mais agressiva – declarou o remador, que não deixa de sonhar alto:
– Como atleta olímpico, quero competir. Treinar não basta. Ciclismo é gostoso. Eu queria disputar a Volta da França ou o Giro D' Itália.
BATE BOLA
Marcos Oscar, remador e ciclista, ao LANCE!
Como começou a pensar em se tornar um ciclista profissional?
Comecei a pedalar porque um amigo me apresentou. A GP Coaching tem me assessorado e, de certa forma, me patrocinado. Eles me indicaram para o Gran Fondo. Será muto bacana.
Acredita que será possível viver do ciclismo no Brasil?
Acho difícil dar um retorno financeiro, pois exige um investimento muito pesado. É por amor, é a minha menina dos olhos. Eu sou estudante de Educação Física e pretendo abrir meu negócio. Não vou abandonar o esporte. Pesquisei e vi que a maioria dos resultados do Brasil em ciclismo, triatlo e corrida vieram de atletas acima de 34 anos. Estou com 28...
Quais são as suas principais metas no remo neste momento?
Esse ano tem o Campeonato Mundial, daqui a dois meses, e estou disposto a fazer o ciclo olímpico inteiro. Já disputei a seletiva nacional, na qual competi o Dois Sem Timoneiro peso leve, e fiquei em segundo lugar geral.