Justiça francesa investiga possível compra de votos em eleições olímpicas

De acordo com o diário inglês 'The Guardian', o pivô da compra de votos para eleger as sedes dos Jogos de 2016 e 2020 seria o ex-presidente da Iaaf, Lamine Diack

Lamine Diack (Foto: Fadi Al-Assaad/Reuters)
Diack está preso desde dezembro, acusado de receber propina em casos de doping (Foto: Fadi Al-Assaad/Reuters)

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Até o momento, ainda não há irregularidades comprovadas. Mesmo assim, promotores da Justiça da França irão investigar nas próximas semanas as eleições que culminaram nas vitórias do Rio de Janeiro e de Tóquio para sediarem os Jogos Olímpicos de 2016 e de 2020, respectivamente. A reportagem foi publicada pelo jornal inglês “The Guardian”.

A apuração olímpica surgiu como consequência do andamento do processo aberto na Justiça francesa contra irregularidades cometidas por Lamine Diack, ex-presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf). O senegalês é acusado de corrupção, como o envolvimento no acobertamento de casos de doping no atletismo em troca de dinheiro.

Um indício de que Diack poderia ter se envolvido em alguma irregularidade em eleições olímpicas surgiu em um relatório feito pela Agência Mundial Antidoping (Wada) divulgado neste ano. No documento, a entidade apontou que o senegalês pode ter utilizado sua influência como presidente da Iaaf e como membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) – de 1999 até 2013 – para ajudar na vitória de Tóquio na disputa pelos Jogos de 2020.

No caso, Diack teria optado por votar nos asiáticos, ao invés na candidatura de Istambul (TUR), após um patrocinador japonês tornar-se parceiro da Iaaf.

Tanto o COI quanto os Comitês Rio-2016 e Tóquio-2020 negaram a possibilidade de irregularidades na escolha das duas cidades.

– Quando tivermos evidência que nos for mostrada, vamos agir em cima disso. É algo fácil de se falar, mas ninguém tem qualquer evidência – disse Mark Adams, porta-voz do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Já o Comitê Rio-2016 usou o argumento da ampla vitória no pleito realizado em 2009, em Copenhague, para rechaçar qualquer suspeita.

– O Rio de Janeiro ganhou o direito de sediar os Jogos porque tinha o melhor projeto. A diferença de votos no final, 66 a 32 (contra Madri), exclui qualquer possibilidade de uma eleição que pudesse estar viciada – disse Mario Andrada, diretor de comunicação da Rio-2016, a alguns veículos internacionais.

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