Intensidade e defesa: as lições que o Flamengo tira de Orlando

Partida contra o Magic confirma - o esperado - abismo entre clubes do NBB e franquias da NBA, mas mostra pontos positivos no basquete nacional

Flamengo x Orlando Magic
(Foto: Staff Images/Flamengo)

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A derrota para o Orlando Magic na última sexta-feira, em amistoso de pré-temporada, era esperada. Pelo nível apresentado na NBA, seria praticamente impossível que o Flamengo, apesar da qualidade que possui em seu elenco, pudesse vencer a franquia da melhor liga do mundo.

Por isso, o LANCE! destaca alguns pontos-chave que fizeram parte do duelo entre Flamengo e Orlando Magic, no Amway Center, que podem guiar o rubro-negro para a temporada do NBB e, além disso, traçar um panorama do atual momento vivido pelo basquete nacional. 

Intensidade
Talvez o principal ponto que explique a derrota do Flamengo. Por jogarem, em média, quatro vezes por semana, os times da NBA estão mais acostumados com a fadiga e, de tanto se prepararem para essas sequências de jogos, são mais intensos dentro de quadra.

Nesse sentido, é possível enxergar algo que vai além do NBB, já que esse trabalho para aguentar uma grande sequência de jogos na NBA acontece desde os jogos de universidade. No "March Madness", fase final da NCCA, o principal torneio universitário, algumas equipes jogam todos os dias. Mesmo com a distância para com o Flamengo, esse foi um dos motivos que ajuda a explicar o resultado. 

Transição defensiva
Fator que pode relacionado à intensidade do jogo, a transição defensiva mostrou que é chave para o sucesso do jogo. Não apenas na NBA, mas em qualquer liga do mundo, é preciso encontrar um equilíbrio entre a perda de posse de bola e a recomposição no campo defensivo. 

Outra vez, isso é algo que é impossível de ser comparado com uma equipe de NBA, já que as partidas da liga possuem oito minutos a mais do que os jogos envolvendo as equipes brasileiras. A questão não é comparar os dois - algo que é impossível -, e sim citar os pontos que podem ser aproveitados.

Defesa atenta às possibilidades de arremesso 
O Flamengo de Gustavo de Conti mostrou uma boa capacidade de rodar a bola no perímetro, buscando a melhor opção de arremesso - uma das principais características das equipes do treinador. Mesmo com o resultado negativo, foi possível enxergar um Flamengo muito inteligente dentro de quadra. 

Porém, o rubro-negro sofreu com a defesa de Orlando. Bem postados dentro de quadra, os atletas do Magic se mostraram menos 'agressivos' do que muitas defesas de equipes brasileiras, já que o objetivo principal é marcar as opções de arremessos dos jogadores adversários e não roubar a bola. Desse jeito, ficou difícil para os atletas do rubro-negro rodarem passes. 

Muitas vezes, essa marcação gerava situações em que o Flamengo via o tempo no cronômetro se encerrar e, para 'não desperdiçar a posse', arremessar de qualquer jeito. Isso explica os onze tocos dados pelo Orlando Magic ao longo do duelo - número citado por Gustavinho em entrevista pós-jogo.

Marquinhos - Flamengo x Orlando Magic
Marquinhos teve uma boa atuação (Foto: Staff Images/Flamengo)

Marquinhos continua em boa forma
MVP do último NBB, Marquinhos deu uma amostra de que pode repetir esse desempenho na temporada que está por começar. Diante de uma equipe de NBA, não mudou seu estilo de jogo e, com boas infiltrações e arremessos precisos, foi o cestinha do Flamengo na partida. 

Principal líder técnico da equipe e um dos melhores jogadores do país, Marquinhos, apesar da idade avançada, tem tudo para sair na frente como um dos candidatos ao melhor jogador do próximo NBB. A partida contra o Magic foi a prova de sua habilidade. 

Brasil no caminho certo
O projeto do NBB colhe, a cada dia, mais frutos e esse duelo contra o Orlando Magic é a prova disso. Mesmo contra uma equipe de NBA, o Flamengo não abdicou de seu estilo de jogo e, tendo a noção de que uma vitória seria quase impossível, entrou em quadra com um plano definido.

Esse é o reflexo de uma liga que possui treinadores e equipes com estilos de jogos definidos. No fim disso tudo, quem ganha apenas é o basquete brasileiro, que vem revelando jogadores, conquistando resultados em torneios de base e fortalecendo, temporada após temporada, seu campeonato nacional. 

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