Sem vaias, Gatlin conquista o bicampeonato de desafio no Rio
Atual campeão mundial nos 100m vence Paulo André de Oliveira por cinco centésimos e esbanja simpatia com público no Mano a Mano. Rosângela e Petrúcio também triunfam
Com a leveza de um campeão e detentor do rótulo de homem mais rápido do planeta do momento, Justin Gatlin conquistou neste domingo o bicampeonato do Desafio Mano a Mano, no Rio de Janeiro. Dois meses após frustrar a despedida do jamaicano Usain Bolt das pistas e assegurar o título mundial nos 100m rasos, o americano até viu Paulo André de Oliveira apertar a disputa de mesma distância no Jockey, mas não deixou o primeiro lugar escapar.
Longe de suas marcas de maior expressão, Gatlin venceu a prova com tempo de 10s52, apenas cinco centésimos mais rápido do que o capixaba de 18 anos. Líder do ranking brasileiro na distância, Paulo foi melhor nos primeiros 60m. No fim, o veterano disparou até a linha de chegada. Como comparação, o tempo obtido pelo americano para faturar o ouro no Mundial de Londres foi 9s92, seu melhor em 2017.
– Fiquei muito feliz em competir no Mano Mano. Adoro este evento. É sempre bom retornar ao Rio de Janeiro. Estou muito empolgado com todas conquistas. Para o futuro, sigo treinando firme. Quero chegar bem no Mundial em 2019 e buscar uma medalha de ouro nos Jogos de Tóquio, em 2020 – disse Gatlin.
O americano Isaiah Young ficou em terceiro, com 10s65, e o brasileiro Bruno Lins terminou em quarto e último lugar, com 10s80.
No fim, Gatlin tirou selfies pacientemente com o público, em um cenário bem distinto daquele marcado por vaias durante os Jogos Olímpicos do ano passado. Na ocasião, ele ficou com a prata, ao perder para Bolt, e não foi poupado pelos casos de doping que marcaram sua carreira. Mais velho velocista a se sagrar campeão mundial nos 100m, aos 35 anos, o atleta fez bem o papel de astro principal da história.
No feminino, Rosângela Santos confirmou o favoritismo e, com 11s63, conquistou o Desafio pela terceira vez. A brasileira superou as compatriotas Andressa Fidelis, que fez 12s13, e Franciela Krasucki, com 12s80.
– Tive apenas uma semana de férias depois do Mundial de Londres, comecei a treinar e fiz uma mudança nos meus treinos para vir competir aqui. O Mano a Mano é uma competição que eu adoro. É uma oportunidade única de estar no Brasil, ver minha família. Muito bom vencer nesse dia lindo – disse Rosângela.
Na prova paralímpica, também deu Brasil, e com direito a repetição do pódio do Mundial de Londres, em julho. Petrúcio Ferreira foi o campeão, com 11s06, à frente de Yohansson Nascimento, com 11s20. O polonês Michal Derus fiou em terceiro, com 11s34.