Esporte foi parte importante na vida do astro pop Prince

O ídolo que morreu nesta quinta-feira aos 57 anos foi bom jogador de basquete na infância e torcedor ilustre dos times de beisebol e futebol americano de seu estado (Minnesota)  

Prince no Superbowl de 2007
Apaixonado por esportes e torcedor dos times de beisebol, futebol americano e basquete de Minneapolis, Prince fez, em 2007, a melhor performance de um artista num show de Super Bowl, segundo a Billboard (Foto: MATT CAMPBELL)

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Uma das maiores lendas da música americana, o cantor e multi-instrumentista Prince, 57 anos, morreu nesta quinta-feira na sua mansão, em Minneapolis, nos Estados Unidos, de causa ainda não confirmada. Ídolo pop nos anos 80 e 90, formando um triunvirato com Madonna e Michael Jackson (curiosamente os três nasceram no mesmo ano), Prince Rogers Nelson, além de ser referência do rock, do funk e todas as vertentes da Black Music, era apaixonado por esporte. Na infância e até o colegial, defendeu a escola Bryant Junior. Acabou desistindo de jogar por causa da sua baixíssima estatura (1,57m) e passou a aventurar-se na música, já que era exímio baterista, pianista e guitarrista.

Mas Prince nunca deixou o esporte de lado, pois tornou-se fervoroso torcedor de três times de seu estado: Minnesota Twins (MLB), Minnesota Timberwolves (NBA) e, principalmente do Minnesota Vikings (NFL), para o qual fez uma música em sua homenagem: "Purple and Gold". A diretoria do Twins, inclusive, ao saber da morte de Prince o homenageou, colocando-o no telão de seu estádio.

Prince é lembrado pela sua performance icônica no show do intervalo do Superbowl-2007 realizado em Miami e que terminou com a vitória do Indianapolis Colts sobre o Chicago Bears por 29 a 17 (foi o primeiro título de Peyton Manning). A conceituada revista Billboard elegeu esta apresentação como a melhor e maior já realizada em shows de intervalo do Super Bowl.

Minessota twins fez uma homenagem ao prince colocando no telão uma foto dele e colorindo o estádio de púrpura
Minessota Twins homenageia Prince, morto nesta quinta-feira,  colocando a imagem do ídolo Pop e torcedor ilustre no telão de seu estádio (Foto: Reprodução/Twitter)

Uma das últimas aparições de Prince para o grande público ocorreu durante uma partida da NBA entre Golden State Warriors e Oklahoma City Thunder, em Oakland, no último dia 3 de março. O artista faria um show no Estádio do Golden State no dia seguinte ao jogo e até fez uma brincadeira com o astro Stephen Curry:

- Nesta noite é você que está dando um show aqui. Amanhã o show será meu.

A carreira

Polêmico, irriquieto, extravagante, andrógino e perfeccionista, Prince começou a se destacar ainda adolescente. Com 19 anos lançou seu primeiro disco, "For You" (1978), elogiado, mas que fez pouco sucesso. No ano seguinte, em seu segundo álbum, cravou o primeiro hit, "I Feel for You", que anos depois a cantora Chaka Khan regravaria com muito sucesso. O terceiro, "Dirty Mind" causou polêmica pelas músicas de duplo sentido, capa ousada (ele posou de fio dental dizendo que não era homem ou mulher) e os muitos sucessos que colocaram o músico como o  bad boy da música americana.

A partir daí veio uma série de álbuns de gigantesco sucesso, os dois principais sendo Purple Rain (que vendeu 15 milhões de cópias) e Sign O' The Times (disco duplo que influenciou muitos músicos dos anos 80 e 90).

Entre polêmicas com Michael Jackson (que era notoriamente um grande fã) fofocas com as várias namoradas (como as atrizes Kim Basinger e a atriz e cantora Carmen Electra) e, principalmente, brigas com as grandes gravadoras (o que o levou a mudar o seu nome por um símbolo durante vários anos na década de 90 para não ter vínculo com a Warner), manteve trabalho prolífico de um ou dois discos por ano, muitos deles duplos e até triplos. O último foi lançado em 2015: Hit'n Run.

Considerado pela Rolling Stones um dos 30 maiores artistas da história, Prince lançou 39 álbuns solo, 6 compilações, teve 32 indicações ao Grammy (ganhou sete) e 12 indicações ao MTV Awards (ganhou 4). Segundo a associação das gravadoras americanas - RIAA- ele vendeu 60 milhões de cópias na soma de seus álbuns (os números não contam vendas no exterior, que eleva o número para 100 milhões). E poderia ser muito mais, já que a briga com as gravadoras fizeram despencar as vendas de discos neste século (exceto "Musicology", de 2004, e "3121", de 2006). Revoltado com os poucos royalties que recebia,  entre 2009 e 2010 o astro fez um acordo com alguns jornais europeus, como Daily Mirror e Mail on Sunday - mediante uma fortuna paga pelos tablóides - e distribuiu seus discos de forma "gratuita" como brinde em tiragens dominicais.

Seu último trabalho, Hit'n Run, também não foi lançado de forma tradicional e sim através de uma plataforma digital, o Tidal.

Prince também aventurou-se no cinema. Ganhou um Oscar (pela trilha do filme Purple Rain) e um Globo de Ouro (pela música do filme "Happy Feet"). Foi o astro de quatro filmes - todos fracos - sendo o principal "Purple Rain" (1984).  

Morte ainda é mistério

A causa da morte de Prince - vegetariano e sem histórico de uso de drogas - é incerta. No último dia 15, quando voltava para casa após um show em Atlanta, Prince deu entrada na emergência de um hospital em Illinois, local onde o seu jato particular fez um pouso forçado. Após atendido, o músico disse que tudo não passou de uma forte gripe. Nesta quinta-feira, por volta das 9h (de Brasília),  uma equipe médica recebeu uma ligação  da mansão do astro e ao chegar já o encontrou  desacordado ao lado de parentes e não conseguiu reanimá-lo.

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