Espaço dos Campeões: Fabiana Murer fala sobre o futuro do atletismo

FABIANA MURER

Atleta do salto com vara, do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA

O futuro do atletismo

Desta vez, gostaria de falar sobre os atletas mais novos, aqueles que representam o futuro do atletismo brasileiro.

Em 2013, tivemos o Mundial de Atletismo de Menores, em julho, com a presença de atletas de até 17 anos. O Brasil teve seis atletas entre os finalistas, os oito primeiros colocados. Conquistamos uma medalha, de prata, nos 200 m, com o velocista Vitor Hugo.

Foi uma boa participação, mas... Esses atletas têm de continuar evoluindo! Não podemos cobrar resultados deles na Olimpíada do Rio, em 2016, mas sim nos Jogos de Tóquio, em 2020.

Em 2012, tivemos o Mundial de Atletismo Juvenil, com o recorde de quatro medalhas: uma de ouro, no salto com vara (Thiago Braz), e três de bronze, nos 100 m (Tamiris de Liz), no heptatlo (Tamara Alexandrino) e no revezamento 4x100m feminino.

Esses são atletas que também têm de continuar evoluindo e devem estar nos Jogos de 2016, alguns pensando em medalha e outros, que talvez precisem de mais tempo, em buscar medalhas nas competições seguintes.

O cenário seria perfeito, mas o alto nível não é fácil e o Brasil não tem infraestrutura suficiente. Exatamente por isso, muitos atletas acabam ficando pelo caminho.

Temos um bom histórico de medalhas em Mundiais Juvenis e de Menores, mas depois, na categoria adulta, o cenário muda bem. A única atleta que conquistou medalha em Mundial Juvenil, no salto triplo, e, depois, no adulto, no salto em distância indoor, foi Keila Costa.

Motivo? Alguns podem ter sido muito treinados quando mais novos, sem prioridade para a técnica, mas sim para a força – depois, não há como colocar mais sobrecarga. Ainda faltam conhecimento técnico e experiência para os treinadores. Apesar da complexidade de tudo isso, ainda acredito que esses jovens terão um futuro melhor no esporte, com mais condições de fazer clínicas internacionais e oportunidades de competir fora do País.

Fabiana Murer é campeã mundial, da Diamond League e pan-americana