Espaço dos Campeões, com Fabiana Murer: ‘Sem milagres’
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*Coluna mensal escrita por Fabiana Murer, atleta do salto com vara do Clube de Atletismo BM&F Bovespa
Estamos a 303 dias das Olimpíadas. Para o atletismo a temporada de 2015 acabou e já estamos no início da preparação para 2016. Em julho e agosto passado tivemos os Jogos Pan-Americanos e o Campeonato Mundial, respectivamente, e os resultados não foram os que muitos esperavam.
Mas para todos entenderem, o atletismo é um esporte muito competitivo e em cada prova podem entrar até três atletas por país. Isto torna a competição ainda mais difícil, principalmente em provas em que alguns países dominam. Claro que isto não é uma desculpa, mas apenas uma explicação de como é o meu esporte.
No Mundial tivemos muitos atletas participando pela primeira vez de uma competição deste porte, outros já tinham alguma experiência, mas mesmo assim não conseguiram alcançar a final. É muito difícil chegar em uma grande competição e fazer a melhor marca. Isto depende de experiência, treinamento e confiança do atleta. Conseguir juntar tudo isso muitas vezes não é fácil.
Tem atletas que crescem em competições importantes e outros que precisam de mais tempo para aprender como lidar com a pressão, mas acredito que no ano que vem, com as Olimpíadas no Brasil, isso pode ser diferente. Muitos vão sentir a pressão, mas o conforto por estar competido no seu País, ouvindo a sua língua pode ajudar.
O atletismo foi muito criticado, principalmente pelo investimento que vem recebendo. Realmente, temos poucas chances de medalhas nos Jogos do Rio. Mas o investimento tem de ser mantido para os atletas em condições de brigar por um lugar no pódio, a curto prazo, e para o futuro, a médio e longo prazos.
Mas não podemos esperar por um milagre, pois os atletas que podem conquistar medalhas já estão perto do pódio e, no caso, são poucos.
Fabiana Murer é campeã mundial, da Diamond League e pan-americana
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