Dirigentes do esporte italiano fazem apelo ao COI e pedem o adiamento dos Jogos Olímpicos

Diante da grave situação da Itália, executivos Paolo Barelli e Giovanni Petrucci se mobilizam para convencer o Comitê Olímpico Internacional a reavaliar decisão de manter os jogos

Thomas Bach
Apesar da pressão, COI segue com o cronograma das Olimpíadas de Tóquio 2020 (AFP)

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Nesta sexta, a Itália tornou-se o país com mais mortes por conta do coronavírus: 3.405. Diante da grave situação do país, os executivos do esporte Paolo Barelli e Giovanni Petrucci se mobilizaram e fizeram um apelo ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e pediram o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Para eles, a entidade deve reavaliar a decisão de manter o evento, que será realizado entre 24 de julho a 9 de agosto.

Giovanni Petrucci foi presidente do Comitê Olímpico Italiano por quatorze anos e hoje é presidente da Federação Italiana de Basquete. Paolo Barelli, por sua vez, é presidente das Federações Europeia e Italiana de Natação e vice da Federação Internacional de Natação (FINA).

- Não sou contra os Jogos Olímpicos. Mas dizer que as Olimpíadas vão seguir é um grande erro de comunicação - afirmou Giovanni Petrucci em entrevista à agência Associated Press, e em seguida completou.

- Essa pandemia afeta o mundo todo. Eu sei que existem contratos bilionários. Eu sei disso tudo. Mas a vida humana vale muito mais que todas essas coisas - disse.

Já Petrucci ressaltou não ser o único que pensa no adiamento da Olimpíada, mas que muitos italianos têm medo de falar sobre isso. Para ele, cabe ao comitê avaliar toda situação em que o mundo se encontra no momento e reavaliar a decisão, pensando nos atletas, treinadores, árbitros e torcedores. 

- Não quero atacar o COI. Há muitas pessoas lá que conheço. Mas eu não sei mais o que dizer. Não estou tentando criar uma controvérsia. Eu sou realista. É só olhar os boletins médicos. - alertou.

Além dos dirigentes, diversos atletas têm questionado a atual postura do Comitê Olímpico Internacional, de seguir com o cronograma dos Jogos, mesmo diante da pandemia, que afeta a população mundial. Para o 'Athleten Deutschland', principal grupo de advocacia de atletas da Alemanha, a entidade segue com os Jogos de 'maneira teimosa', apesar de todas as restrições em que os atletas convivem durante o regime de quarentena, imposto em várias nações do mundo. 

Já para  Paolo Barelli, presidente das federações de natação da Itália e da Europa, o comitê necessita apresentar uma resposta ao mundo do esporte até abril, sempre respeitando o ser humano, Na Itália, todas as atividades esportivas foram suspensas há 10 dias e a população encontra-se em quarentena.

- Até dia 15 de abril, haverá atletas que não treinam há dois meses. Atletas são como relógios. Eles precisam treinar para funcionar de forma impecável. A maioria deles precisa ainda se classificar, então eles precisam treinar não só para se classificar, mas também para as Olimpíadas. - salientou. 

Barelli também destacou que o time de polo aquático masculino da Itália, atual campeão mundial, não conseguiu treinar nas duas últimas semanas devido ao fechamento das piscinas, que também afeta a equipe da natação do país. 

- Quanto tempo eles podem ficar fora d'água? Se essa situação continuar em abril, falar de Olimpíadas é ridículo - questionou Barelli.

Comitê Olímpico da Noruega também pede adiamento das Olimpíadas

Nesta sexta, a Federação Norueguesa de Esportes e o Comitê Olímpico e Paralímpico da Noruega (NIF), em uma carta enviada a a Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), pediu o adiamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos em virtude da pandemia global do novo coronavírus. Para eles, não existe qualquer condição dos eventos serem realizados a partir de julho e a preparação dos atletas foi afetada pelo regime de quarentena imposto em vários países. 

Segundo o presidente do esporte no país, Berit Kjoll, os eventos devem ser adiados até que a pandemia do coronavírus esteja sob controle e que os atletas possam trenar e se preparar de maneira adequada, sem risco de contágio ou problemas de saúde.

- Dada a situação altamente não resolvida na Noruega e em grande parte do mundo em geral, não é justificável nem desejável enviar atletas noruegueses para as Olimpíadas ou Paralimpíadas de Tóquio até 2020 antes que a comunidade mundial coloque essa pandemia para trás - comentou Berit Kjoll.

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