Desempenho de Arthur Zanetti em Tóquio pode definir aposentadoria

Experiente, ginasta pode se despedir das competições depois da Olimpíada. Além disso, contou sobre os últimos treinos para o Mundial e relação com ginástica desde criança<br>

Arthur Zanetti se encaminha para o último Mundial da carreira. Confira fotos do atleta.
Luis ACOSTA / AFP

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Não é preciso apresentar Arthur Zanetti, até porque todos sabem da qualidade do ginasta, de 29 anos, nas argolas e na história no esporte. O paulista de origem de São Caetano do Sul, em São Paulo, foi ouro na Olimpíada de Londres, de 2012, e ficou com a prata na Rio-2016 - ambas nas argolas. Nos campeonatos Mundiais, subiu quatro vezes ao pódio, com três medalhas de prata e uma dourada. Agora, pelo Mundial da Alemanha, o brasileiro pode faturar mais uma medalha para o país. Ele vem de uma prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima após uma lesão no ombro. 

Em conversa exclusiva ao LANCE!, Arthur Zanetti contou que pode ser seu último Mundial da carreira. Vale lembrar que a competição acontece do dia 4 a 13 de outubro, em Stuttgart, na Alemanha - classificatório para Tóquio 2020 - as nove melhores equipes (no feminino e no masculino) se credenciam para Tóquio. No entanto, o resultado de Tóquio pode acelerar o tempo da sua despedida dos ginásios. 

– É difícil falar. Mas vamos nos preparar para que este, de 2019, seja o meu último Mundial. Tudo vai depender de 2020 – declarou ao L!.

Arthur Zanetti também comentou sobre sua recuperação do ombro, a preparação para o Campeonato Mundial de ginástica, a sua relação com a ginástica desde que criança e sua inspiração diária.

BATE-BOLA COM ARTHUR ZANETTI:

LANCE!: Este será o seu último Mundial?

Zanetti: Talvez este Mundial seja o último. Ainda não sei, mas tudo vai depender das Olimpíadas dos resultados. Se vai continuar com patrocínio, mas depende de uma série de coisas. É difícil falar. Mas vamos nos preparar para que este, de 2019, seja o meu último Mundial. A gente nunca quer se aposentar, mas uma hora vai chegar e vai depender muito de 2020.

LANCE!: Como foi a sensação após levar a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima?

Zanetti: Estava com uma lesão no ombro. Então, não consegui fazer minha prova oficial mesmo, tive que diminuir minha nota da partida. No momento da final, meu ombro estava pior do que na classificatória. Quando eu fiz o último giro, algumas vezes acontece, o pé da uma entrada, e consigo controlar nas argolas. Mas naquele momento, senti a dor e acabei tento uma falha bem grande e não foi minha melhor prova. O mexicano foi superior e mereceu o ouro.

LANCE!: Como que está a recuperação do ombro?

Zanetti: Com relação ao ombro já estou 100% e cheguei a ser poupado do Campeonato Brasileiro. Fiz bastante fisioterapia, ainda estou fazendo, mas posso dizer que estou recuperado e pronto para voltar a fazer o que mais gosto.

LANCE!: Como foi a disputa interna para conseguir a convocação do Mundial?

Zanetti: Cada um teve que buscar uma vaga e corri atrás da minha, porque eu queria estar neste Mundial e nas Olimpíadas também. O foco principal mesmo é a conquista da vaga por equipes.

LANCE!: Como é que ficam os treinos no período de Mundial?

Zanetti: Neste período perto do Mundial, foi um trabalho complicado. É mais cauteloso. O meu corpo, por exemplo, já não tem a mesma força em relação a um atleta mais novo. Posso dizer que faço bem mais fisioterapia do que eu fazia antigamente. Não só pela questão de tratar lesões. E, sim, para recuperar e estar bem para o próximo treino e acabar não me desgastando ou tendo alguma lesão.

LANCE!: Desde criança, como é a sua relação com a ginástica?

Zanetti: Minha relação com a ginástica sempre foi muito boa. Sempre gostei muito de fazer ginástica. A cada dia que tinha treino era um desafio novo. E um pouquinho das argolas, pois sempre gostei de fazer força, sempre tinha disputas de flexão e sempre queria ganhar. É uma característica da argola: fazer força. Por isso, que acabei me destacando.

LANCE!: Quem é sua inspiração na ginástica já que não havia destaque nas argolas do Brasil antigamente?

Zanetti: Foi difícil. Porque eu não assistia muito vídeos, no Youtube e também eram poucos. Com isso, acabava acompanhando mais os brasileiros. Tinha o Danilo e Leandro, Vitor Camargo. Acabava admirando eles, observando o que tinha que fazer para ganhar deles. Mas depois, acabou aparecendo vídeos na internet e passei a acompanhar mais. Porém, o meu maior ídolo é o holandês Yuri van Gelder. A primeira vez que vi ele foi em uma Copa do Mundo, em São Paulo. E vi que o corpo dele era bem parecido com o meu e o biotipo. Daíi, pensei: 'por que não pegar essa cara como espelho?'. A ginástica dele, as argolas é fantástica. Tenho uma admiração muito grande por ele.

LANCE!: Você já tem quatro medalhas em Mundiais. Caso conquiste a quinta, acredita que entra para história da modalidade?

Zanetti: Fizemos uma excelente competição. A gente tem que competir bem porque é o grande objetivo, acho que o sonho de todo mundo é levar uma equipe completa novamente para a Olimpíada.

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