Da 41ª escolha do draft ao título: a ascensão de Nikola Jokic na NBA

Depois de chegar à liga sem holofotes, pivô sérvio vira o astro do momento no basquete norte-americano

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Escolha de 2º round no draft de 2014, Jokic venceu duas vezes o prêmio de MVP (Arte Lance!; Fotos: AFP e Divulgação/ NBA)

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Os diretores executivos das franquias da NBA devem olhar para o draft de 2014 com arrependimento. Naquele ano, o desconhecido pivô sérvio Nikola Jokic era selecionado como a 41ª escolha pelo Denver Nuggets. Hoje, o jogador tem na prateleira dois prêmios de MVP (melhor jogador da temporada regular), um título, conquistado na última segunda-feira (12), e um MVP das finais. Um currículo para causar inveja nos 40 atletas escolhidos antes do "Coringa".

A história do sérvio na NBA poderia ser bem diferente. A dez dias do draft, o pivô quase desistiu do evento, como revelou o agente Misko Raznatovic na época. Chamado de "gordo" pelo corpo fora dos padrões dos atletas de alto nível, Nikola Jokic não se sentia confiante na mudança para os Estados Unidos. "The Joker" acabou convencido a assinar com os Nuggets, mas só estreou pela franquia de Colorado um ano depois de selecionado, na temporada 15-16.

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A força e o atleticismo nunca se tornaram as principais características de Jokic, mas isso não significa que ele não tenha adaptado o corpo para jogar na NBA. Em um trabalho intenso com o preparador físico Steve Hess, o sérvio perdeu quase 20kg. No entanto, o pivô sempre apostou na inteligência, como já falava em seu começo na liga.

- Eu acredito que os únicos músculos que você precisa no basquete são aqueles em seu cérebro - disse Jokic.

E se o sérvio chegou como desconhecido a NBA, fez questão de logo se apresentar. Em sua primeira temporada na liga, teve médias de 10 pontos e 7 rebotes, suficientes para torná-lo o terceiro mais votado no prêmio de Calouro do Ano. O desempenho já superava as expectativas de um jogador escolhido no segundo round do draft.

A partir de então, Jokic decolou. As médias de pontos e assistências cresceram a cada temporada, e o pivô já era considerado o grande astro do Denver Nuggets em sua terceira temporada. Em 2019, foi selecionado para o All-Star Game (Jogo das Estrelas) e entrou para o time do ano, feito repetido nas temporadas seguintes.

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Em 2021, foi a vez de alcançar outro patamar: o de melhor jogador da liga. O sérvio liderou os Nuggets à terceira melhor campanha da Conferência Oeste e foi eleito MVP da temporada regular. Jokic foi o primeiro pivô desde Saquille O`Neal, em 2000, a receber o prêmio, além de se tornar o primeiro sérvio a alcançar o feito. Em 2022, dose dupla: o pivô venceu o troféu de MVP mais uma vez.

Só faltava uma conquista para Nikola Jokic, a mais importante de todas, o título da NBA. E ele veio nesta temporada, em grande estilo. Depois de liderar o Denver Nuggets à melhor campanha da liga, o sérvio foi protagonista durante a trajetória dominante da equipe nos playoffs. Eleito MVP das finais do Oeste e do campeonato, o pivô terminou a pós-temporada com médias de 30 pontos, 13.5 rebotes e 9.5 assistências.

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O caminho do Denver Nuggets até o título da NBA (Foto: Divulgação/NBA)

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Depois de um ano perfeito, Jokic encerra a temporada como o astro do momento na NBA, mesmo completamente fora dos padrões apresentados por outras estrelas da liga. Não só o corpo pouco atlético destoa de outros craques, mas também a forma de enxergar o jogo e o sucesso. O sérvio nunca fez muita questão dos prêmio individuais ou dos vários recordes quebrados. O pivô, que deve pular a participação no desfile de celebração para voltar logo para casa, comemorou muito o título com os companheiros, mas disse que a conquista "não é a coisa mais importante do mundo".

- Digo, nós conseguimos fazer nosso trabalho e fomos campeões. É um sentimento incrível, mas, como já disse, não é a coisa mais importante no mundo. 'Ok, eu ganhei, a gente ganhou'. Mas não é a coisa mais importante do mundo. Existem muitas coisas que eu gosto de fazer. Isso é uma coisa normal, ninguém gosta do seu trabalho, ou talvez gostem. Eles estão mentindo. Mas é uma sensação boa saber que você fez algo que ninguém acreditava, só a gente, só a organização. Acho que essa é a coisa mais importante - afirmou, em entrevista coletiva.

*Estagiário, sob supervisão de Ricardo Guimarães

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