Confederação ouvirá técnico acusado de fazer piada sobre casos de abuso

CBG promete tomar medidas urgentes após as acusações contra Fernando de Carvalho Lopes, incluindo ouvir Marcos Goto, que teria ficado sabendo dos episódios de assédio

Marcos Goto - Técnico do Arthur Zanetti
Marcos Goto é o coordenador técnico da Seleção Brasileira de Ginástica Artística (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

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A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) prometeu tomar "medidas urgentes" após a divulgação de um escândalo de abuso sexual de atletas, praticado pelo ex-técnico da Seleção, Fernando de Carvalho Lopes, conforme revelou reportagem do Fantástico, da "Rede Globo". Uma das providências será convocar para ser ouvido o coordenador-chefe da equipe verde e amarela, Marcos Goto, acusado por atletas de ter conhecimento dos casos, de não tomar providências e ainda de fazer piadas sobre a situação.

"Vale ressaltar previamente que a entidade fará a oitiva do treinador Marcos Goto sobre a acusação de comportamento inadequado", informou a CBG, em nota oficial.

Um grupo de ginastas, incluindo Petrix Barbosa, de 26 anos, medalhista de ouro por equipes no Pan de Guadalajara-2011, contaram detalhes de como era a convivência dos garotos com Fernando no clube Mesc, de São Bernardo do Campo (SP).

Eles contaram que o treinador pedia para ver seus órgãos genitais, com justificativa de avaliar como estava o crescimento de cada um, tocava nas partes íntimas dos jovens durante e após os treinamentos e os seguia na hora de tomar banho. Petrix seria o mais "perseguido" durante o período em que esteve no clube, dos 9 aos 13 anos.

Nos relatos, Goto, que é técnico em São Caetano, é citado. As supostas vítimas de Fernando que mudaram de clube e relataram ao chefe da Seleção Brasileira o que teriam sofrido em São Bernardo reclamam da falta de ação e do que chamaram de chacota feita pelo profissional sobre o caso. 

Durante a apuração da reportagem, a CBG havia divulgado uma parceria com o Ministério Público do Trabalho para combate a assédio e abuso moral e sexual, manipulação de resultado, doping e outras formas de violência ou fraudes no esporte. A entidade afirmou que "nenhum caso ficará sem rigorosa apuração e eventual sanção".

Fernando foi afastado do time nacional em julho de 2016, um mês antes dos Jogos Rio-2016, após a primeira denúncia. Uma investigação sobre o caso está em curso há quase dois anos. Ele nega todas as acusações de abuso sexual.

Confira a nota oficial da CBG

Relativamente à matéria exibida neste domingo no Programa Fantástico, da Rede Globo, a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), por meio desta, informa que adotará providências urgentes, em consonância com orientações do Ministério Público do Trabalho, órgão que tem cooperação nessa área, no sentido de avaliar o melhor procedimento que o caso requer.

De todo modo, vale ressaltar previamente que a entidade fará a oitiva do treinador Marcos Goto sobre a acusação de comportamento inadequado.


Quanto aos aspectos preventivos e até repressivos na temática vale reiterar, conforme link abaixo, que a CBG firmou ajuste com o Ministério Público do Trabalho para combate à assédio e abuso moral e sexual, manipulação de resultado, doping e outras formas de violência ou fraudes no esporte.

A instituição já realizou seminário bastante exitoso em parceria com o COB acerca do assunto e implementou ações e atividades educativas e preventivas nesse aspecto. No mesmo sentido, foi aprovado na assembleia geral da CBG o código de ética, e está sendo composto o comitê de ética e integridade da Confederação para processo e julgamento de casos relacionados ao descumprimento da codificação mencionada.

Nenhum caso de Assédio ou Abuso ficará sem rigorosa apuração e eventual sanção, conforme a hipótese.

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