Universíade: mesmo usando varas emprestadas, brasileira vai à final

Como equipamento não foi entregue a tempo por cia. aérea, Juliana Campos disputou a  qualificatória com vara emprestada. Mas ela superou adversidade e avançou em primeiro 

Juliana Campos
Juliana Campos em ação nas eliminatórias do salto com vara da Universíade  (Thiago Parmalat/CBDU/Divulgação)

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Independentemente do que acontecer nos próximos dias, a brasileira Juliana Campos já é protagonista de uma história de superação na Universíade, que reúne, em Nápoles, na Itália, a nata do esporte universitário mundial.

Atleta do salto com vara, Juliana teve de competir com varas emprestadas. Mesmo assim, conseguiu o que parecia improvável nesta terça-feira: não só avançou à final da modalidade, que será disputada na quinta-feira (11), como passou em primeiro, já que atingiu o índice de 4m10 (que determina as 12 finalistas) com menos tentativas - apenas dois saltos.  

- No final das contas acabei usando apenas uma vara, emprestada pelo técnico do time dos EUA. Mas muita gente se propôs a ajudar, desde a organização a outras delegações.  Todos entenderam esse dificuldade. 

Apesar dos esforços da CBDU (Confederação Brasileira do Desporto Universitário), o equipamento da atleta não chegou a Nápoles a tempo. Devido à burocracia das companhias aérea, as varas de Juliana só puderam ser embarcadas em São Paulo no domingo. E mesmo assim o equipamento ficou na escala em Lisboa. A previsão é que chegariam a Nápoles ainda nesta terça.

- Essa dificuldade de transporte das varas é algo que, infelizmente, é comum ao redor do mundo. Acho até que piorou. E afeta tanto os atletas de base como os de elite. É muito triste. Se continuar dessa forma, corre o risco até da prova se extinguir - diz Juliana, antes de pedir para que algo seja feito.  

- Não sei a quem podemos recorrer. Mas se fosse possível deveria haver um processo de legislação para garantir o embarque desse material esportivo.    

Na Universíade, Juliana possui a segunda melhor marca entre as 12 finalistas da modalidade, com 4,56 m obtida na Espanha, em 2018. Ela só fica atrás de Roberta Bruni, da Itália, que tem 4m60. Treinada por Elson Miranda, Juliana também irá representar o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Lima.

A 'MALDIÇÃO' DAS VARAS

Curiosamente, as oito varas são as mesmas usadas pela ex-campeão Fabiana Murer, maior nome da história do salto com vara feminino do Brasil. Tanto que a própria embalagem ainda tem estampado o nome de Murer (veja imagem abaixo). O motivo é simples. Por ser equipamento caro e sofisticado, as varas pertencem à Confederação de Atletismo e passam de atleta para atleta.  

E a coincidência maior é que Fabiana Murer também sofreu com um caso semelhante. As imagens dela desesperada procurando o equipamento na Olimpíada de Pequim são marcantes. Nos Jogos de 2008, suas varas foram perdidas pela organização. Ela se descontrolou e acabou tendo seu desempenho prejudicado em Pequim. 

varas Fabiana Murer
Embalagem com equipamento do salto com vara (Reprodução)

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