Ciclista brasileira adapta calendário por meta ousada nas ultramaratonas
Bicampeã da Race Across Italy, Daniela Genovesi abre mão do Circuito Mundial de olho em objetivo audacioso em 2019: voltar a vencer temida travessia pelos EUA depois de dez anos<br>

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Acostumada a sobrar no Circuito Mundial de Ultramaratonas de ciclismo, Daniela Genovesi vive uma temporada diferente, mas não menos desafiadora. A brasileira de 50 anos abriu mão da corrida por pontos no ranking, priorizou as montanhas e fez um planejamento que, desde já, é voltado para a prova mais dura do planeta, a Race Across America, em junho do ano que vem. Ela tentará o bicampeonato - o primeiro título foi em 2009.
Cada desafio em grandes alturas é um pequeno passo. O último foi a conquista do bi da Race Across Italy, no dia 30 de abril. A ciclista completou 770 km, distância considerada curta no esporte, com 11 mil m de subidas, em tempo recorde de 33h15. Antes, já havia vencido em 2015, com 35h53. O percurso nesta edição teve aumento de 50km, mas ela conseguiu reduzir o tempo.
– Tenho planos audaciosos para o ano que vem, de fazer a Race Across America. Preferi ficar ausente do Circuito, para ter um ano mais folgado. Assim, não preciso fazer nenhuma prova acima de 1.000 km. Estou focando em competições que fortalecem o espírito e a alma – disse Genovesi, ao LANCE!.
Esta foi a primeira ultramaratona de Daniela no ano, e serviu para colocar à prova a fase competitiva da carioca. Os atletas que disputam esse tipo de prova buscam atingir o auge entre abril e setembro. Agora, o objetivo é a Ultramaratona Dolomítica, em julho, na região italiana das Dolomitas. Serão 680 km e 16 mil m acumulados de subida.
Os números impressionam, mas não chegam perto do desafio que é pedalar a Race Across America. A disputa, que atravessa os Estados Unidos da Costa Oeste à Costa Leste, terá 4.800km e 30.000m de altimetria.
– Em 2019, completarei 10 anos da minha primeira conquista lá. Estou me preparando para repetir este feito – afirmou a brasileira.
Empresária do ramo do ciclismo e mãe de três filhos, Daniela deixa no ar que o título seria um contexto atraente para o encerramento da carreira. Mas ainda não crava a aposentadoria das ultramaratonas.
– Ainda não pensei nisso, embora a família acredite que deverá ser meu último ano (risos).
Bate-Bola
Daniela Genovesi
Que avaliação faz do seu desempenho na Race Across Italy?
Acho que fui acima das expectativas. Fiz bem acima do esperado, o que foi muito bom. Larguei forte e mantive o ritmo nas primeiras 20h. Depois, paguei um preço por isso. Mas, na volta, me senti melhor e voltei ao meu passo de largada. Minha média não caiu e melhorei minha situação.
Como foi a prova este ano? Como reagiu às novidades de percursso?
Larguei muito ansiosa. Como tinha vencido em 2015, cheguei como favorita. Pensava em 2016, mas tinha fraturado o quadril 20 dias antes e posterguei minha inscrição. Em 2015, fiz em 35h53. Neste ano, houve um aumento de 50km, então eu esperava fazer de 35h a 40h. Mas, apesar do aumento do circuito, ele ficou mais rápido, pois passamos por menos cidades. Tivemos menos trânsito. A quantidade de subidas foi a mesma. Meu tempo foi 33h15. O oficial foi 27h, pois tivemos uma zona de exclusão, devido a um acidente de moto na véspera, r o motociclista faleceu. Com isso, no dia seguinte, a polícia bloqueou a entrada nesse parque. Eu e outros ciclistas passamos pelo bloqueio, mas a organização cortou a quilometragem (70km).
Quais são seus objetivos ainda em 2018?
Amo essa região de montanhas. Essa prova da Itália foi uma preparação para minha prova principal, a Ultramaratona Dolomítica, em julho, nas Dolomitas, que tem, 680 km, mas 16 mil km acumulados de subida. É extremamente árdua e dura. São subidas mais ingrimes e a quantidade de subidas é inimaginável. Já fui vitoriosa em 2013. Chego como favorita de novo, e odeio isso, pois a responsabilidade é bem maior. Mas estou confiante.
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