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CBDA encerrou 2017 com déficit de R$ 1,2 milhão e viu receita cair 64%

Levantamento da 'Época' mostra que entidade enfrentou problemas para reordenar suas finanças depois da prisão do ex-presidente Coaracy e da redução do aporte dos Correios

Assembleia da CBDA
imagem cameraMiguel Cagnoni é o atual presidente da CBDA. Em seu primeiro ano no cargo, entidade teve 64% menos receitas do que registrara em 2016, fruto de problemas anteriores à sua gestão (Foto: Divulgação)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 10/04/2018
14:50

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Após um período marcado por aportes financeiros robustos, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) viu suas receitas despencarem 64% em 2017, no primeiro ano após os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016, de acordo com levantamento feito pela revista "Época". E terminou a temporada com um déficit de R$ 1,2 milhão.

A explicação está em uma grave crise institucional, que envolveu dirigentes presos e acusados de corrupção, eleição presidencial arrastada por meses e cortes no contratos de patrocínio dos Correios, principal financiador das modalidades aquáticas no país nos últimos ciclos olímpicos.

O mau desempenho do país na Rio-2016 também contribuiu para o quadro. Os brasileiros não conseguiram nenhuma medalha na natação. Somente Poliana Okimoto, nos 10km da maratona aquática, foi ao pódio em um esporte gerenciado pela CBDA.

Os balanços financeiros da entidade do ano passado mostram que a arrecadação passou de R$ 40 milhões em 2016 para R$ 14 milhões em 2017. Apesar da renda originada na venda dos direitos de transmissão de competições para a Globosat, a área de patrocínios sofreu redução de R$ 35 milhões para R$ 6 milhões. O cenário levou o atual presidente, Miguel Cagnoni, a diminuir o investimento nos atletas e a promover demissões. O patrocínio dos Correios caiu de R$ 18 milhões em 2016 para R$ 5,7 milhões em 2017. 

A estatal foi uma das maiores financiadoras dos esportes aquáticos no ciclo passado. Foram R$ 446 milhões investidos entre 2013 e 2016.

A medida drástica teve ligação com o caos institucional deixado pelo ex-presidente Coaracy Nunes. O cartola e alguns de seus diretores foram acusados pelo Ministério Público Federal de formação de quadrilha para desviar de recursos da confederação. A estatal afirmou na ocasião, que rescindiria o contrato de patrocínios. Depois, recuou e decidiu manter o contrato, mas com a redução de 68%.

A sucessão presidencial também foi marcada por problemas. A CBDA deveria ter realizado sua eleição presidencial em março, mas ela não ocorreu por falta de transparência na escolha do presidente da Comissão de Atletas, que participa do pleito. Coaracy nomeou o ex-nadador Thiago Pereira, mas houve contestação em meio ao caos político e financeiro da entidade. Em maio, Leonardo de Deus acabou eleito.

A CBDA recebeu intervenção da Justiça brasileira em março, quando a juíza Titular da 25ª Vara Cível do Rio de Janeiro, Simone Gastesi Chevrand, afastou a diretoria de Nunes, que ficou no poder por quase 30 anos. Em seguida, nomeou como interventor o advogado Gustavo Licks. No período, ele deveria apenas administrar a confederação, mas conduziu a eleição que deu vitória a Miguel Cagnoni. O paulista derrotou Cyro Delgado e Jefferson Borges.

Em junho, a Fina afirmou que não reconheceria o resultado do pleito, uma vez que ele feriu o estatuto da CBDA. Em agosto, a atual diretoria da CBDA marcou uma Assembleia Geral a aprovou modificações no regulamento, antes de submeter as alterações à Fina. A entidade mundial as aprovou, mas manteve a exigência de novas eleições, que só foram realizadas em fevereiro deste ano. Cagnoni confirmou a vitória e agora é reconhecido pelo ente mundial.

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