Bioquímico assumirá agência de controle de dopagem do Brasil

Professor cedido da UNIRIO, L.C. Cameron substituirá Luisa Parente na liderança da ABCD

L.C. Cameron será secretário da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (Foto: Caio Lames)
L.C. Cameron será secretário da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (Foto: Caio Lames)

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Professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), o bioquímico L.C. Cameron foi convidado pelo secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marcelo Magalhães, para assumir a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), órgão responsável pela gestão e pela fiscalização do setor no país. Ele substituirá a ex-ginasta e advogada Luisa Parente, que ainda não se desligou do cargo.

A cessão do cientista de 57 anos do quadro de servidores da UNIRIO foi publicada no Diário Oficial da União na última quarta-feira. Agora, cabe à Secretaria Especial do Esporte nomear o novo secretário. O convite acontece no momento que o controle antidoping em âmbito mundial está comprometido, devido à pandemia da COVID-19. Procurado pelo LANCE!, Cameron não confirmou nem negou que aceitou o convite.

Com 20 anos de experiência em doping e 10 em espectrometria de massas, uma das principais técnicas de detecção de substâncias proibidas no esporte, ele é visto no governo como um perfil técnico. Em sua trajetória, foi Chefe do Departamento de Genética e Biologia Molecular da UNIRIO, ganhou o Prêmio Bruce Alberts Award for Excellence in Science, em 2012, e atua como consultor internacional em bioquímica do exercício.

Ele também foi um dos signatários do projeto do Laboratório Olímpico do Comitê Olímpico do Brasil (COB), em operação desde 2017, antes de se afastar por discordâncias sobre os rumos do empreendimento. Nos últimos anos, trabalhou com o advogado Bichara Neto na defesa de diversos atletas em casos de doping, como o peruano Paolo Guerrero, o nadador Gabriel Santos e a judoca Rafaela Silva.

A escolha pelo bioquímico é uma das primeiras ações de Magalhães desde que se tornou o homem forte do esporte na gestão de Jair Bolsonaro (sem partido), em fevereiro deste ano, no lugar no general Décio Brasil.

Empresário e responsável por gerenciar a imagem de atletas e padrinho de casamento do senador Flávio Bolsonaro, recém-filiado ao Republicanos, Magalhães assumiu em meio a mudanças políticas importantes na alta cúpula do governo federal. Sua chegada simbolizou uma ruptura com grande parte da ala militar que até então tinha forte influência no esporte.

A ABCD foi criada em 2011, para atender a um compromisso assumido pelo Brasil na candidatura do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, e a uma exigência estabelecida pela Agência Mundial Antidoping (Wada) de que os países tivessem um órgão específico e independente.

Seus objetivos são promover e expandir a cultura antidopagem no Brasil, aprimorar seus processos de gestão e governança, e fiscalizar e gerir os procedimentos de controle de dopagem em território nacional. As análises das amostras no país são feitas pelo Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), que fica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

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