Com barco embalado, Martine larga para regata ‘tática’ rumo aos EUA

Equipes partem de Itajaí a Newport na primeira perna desde a tragédia com britânico John Fisher. Alterações no regime de ventos promete testar melhores escolhas dos concorrentes

Barcos largaram em Itajaí rumo a Newport neste domingo
(Foto: María Muiña/MAPFRE)

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A brasileira Martine Grael, do barco holandês AkzoNobel, largou neste domingo de Itajaí (SC) para a oitava etapa da Volvo Ocean Race, rumo a Newport (EUA). A previsão é que as equipes completem as 5.700 milhas náuticas (quase 11 mil quilômetros) entre os dias 8 e 13 de maio. Desta vez, o percurso promete testar as melhores escolhas dos velejadores, devido à mudança no regime de ventos. 

A perna anterior, que saiu de Auckland (NZE) para o Brasil, ficou marcada por ventos fortes, que levaram os tripulantes a condições extremas. Desta vez, eles terão de optar, por exemplo, entre velejar próximos da costa, onde o clima é menos favorável, ou mais afastados, em um cenário agradável, porém com chances de perder um tempo maior para chegar ao objetivo.

- Essa perna que cruza o Atlântico Norte terá muitas mudanças de condições. Será difícil taticamente para todos os barcos. Costuma ser bem intensa, apesar de mais curta (em relação à anterior). Temos de tomar cuidado redobrado com a segurança, por causa das tempestades - afirmou Martine, campeã olímpica de 49erFX na Rio-2016.

O AkzoNobel é o quarto colocado na classificação geral e inicia a disputa embalado por três pódios consecutivos nas últimas etapas, com uma conquista. O time, que chegou em terceiro lugar em Santa Catarina, se acertou após um início ruim, com problemas internos, e promete brigar com o chinês Dongfeng, líder da corrida, e com o vice-líder MAPFRE, da Espanha. O holandês Brunel é o terceiro colocado. 

Kahena Kunze saltou do barco de Martine Grael na largada para a etapa rumo a Newport
Kahena Kunze saltou do barco de Martine Grael na largada para a etapa rumo a Newport (Foto: Divulgação/AkzoNobel)

- Será uma etapa totalmente diferente da anterior, mais quente e tática, mas com seus próprios desafios - disse a holandesa Carolijn Brouwer, do Dongfeng.

Esta é a primeira largada depois da morte do britânico John Fisher, do Sun Hung Kai/Scallywag, que abalou velejadores de todas as equipes nas últimas semanas. Antes de os barcos partirem, houve um momento de oração para que os atletas cheguem aos Estados Unidos em segurança.

- Sabemos do risco a que estamos expostos e cobramos dos nossos colegas que estejam sempre seguros. Tentamos não pensar no pior - falou Martine.

Depois de Newport, a competição passará por Cardiff, no País de Gales, Gotemburgo, na Suécia, e se encerra em Haia, na Holanda, em julho.

Brasil na mira para próxima edição

A expectativa de Itajaí por um retorno ao mapa da Volvo Ocean Race na próxima edição é grande, mas outros municípios brasileiros negociam para receber o evento. O Rio de Janeiro, que já esteve no calendário cinco vezes, não está descartado. Os organizadores se reunirão em maio para debater as novidades da próxima temporada, prevista para 2020/2021 ou 2021/2022. 

Em sua terceira participação na Volvo, a cidade catarinense bateu recorde de visitações durante a semana. Foram mais de 400 mil pessoas até o dia da largada. 

Uma certeza da próxima edição é que o modelo atual de barco, o VOR65, será substituto por outro menos rápido nas grandes travessias. As equipes utilizarão um catamarã leve e veloz nas In-Port Races, regatas costeiras que servem como critério de desempate na competição.

- Queremos que o formato do evento não perca sua essência. É uma regata duro ao redor do mundo e um grande êxito comercial para muitas empresas - Antonio Bolaños López, diretor geral da Volvo Ocean Race.

* O repórter viaja a convite da Volvo Ocean Race

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