Atletas do Rio driblam dificuldades para ir ao Pan-americano de ginástica aeróbica
Ginastas treinam em colégio e buscam recursos para a viagem através de crowdfunding. Pan da modalidade, que tenta se tornar olímpica, começa dia 13, no México

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Em franco crescimento no Brasil e mirando tornar-se modalidade olímpica, a Ginástica Aeróbica vem revelando novos talentos e levando o nome do país a campeonatos nos quatro cantos do mundo. A partir do próximo dia 13 e até o dia 18, a Seleção Brasileira disputa, em Oaxtapec, no México, o Pan-americano da modalidade. Integram a delegação cinco atletas do Rio, além do treinador Ramiro Lima. Mas, como a maioria dos esportes no Brasil, olímpicos ou não, a ginástica aeróbica sofre com a falta de patrocínio, o que obriga seus praticantes a somar ao suor das coreografias o de buscar qualquer forma de apoio que lhes permita competir.
É o caso de Luana Barreira e de Manoella Aparecida. Apesar de terem excelentes resultados esportivos, as duas tiveram de angariar recursos para a viagem até o México por meio de campanhas de crowdfunding – ou financiamento coletivo. Luana, que já conquistou o título pan-americano em grupo na categoria infanto-juvenil, conseguiu pouco mais de sete mil reais. Já Manoella, campeã brasileira e sul-americana em trio no Infantil B, recebeu cerca R$ 9.800 de apoio. As outras duas atletas cariocas, Luiza Conte, da categoria pré-infantil, e Luamar Martin (adulto) além do técnico Ramiro Lima, viajam apenas com suporte familiar.
Além de não receberem qualquer tipo de apoio ou patrocínio, as meninas da seleção brasileira de ginástica aeróbica só conseguem treinar graças ao trabalho voluntário do treinador. Ramiro Lima usa o espaço cedido pela escola Notre Dame, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, para aplicar a rotina de quatro horas de treinos diários.
Paulo Pestana, que já foi preparador físico da seleção brasileira de karatê, é outro profissional que oferece seu trabalho como apoio. Ele está cuidando da preparação de Luamar Martin, que é vice-campeã pan-americana e busca o ouro na edição de 2015.
Também há contribuições em serviços, como no caso da empresa Werner Coiffeur, que ministrou à equipe um treinamento de maquiagem e cabelo (coque), já que as atletas precisam se maquiar sozinhas. A maquiagem precisa ser cênica e combinar com o collant.
No Pan-americano de ginástica aeróbica, as atletas brasileiras terão de se apresentar em rotinas de 1min30s, reunindo elementos da ginástica artística de solo, ginástica rítmica e de academia. O esporte possui, ainda, uma curiosidade: é o único no mundo em que homens e mulheres competem entre si, de igual para igual, nas disputas em trio e em grupo. O Brasil tem tradição no ginástica aeróbica, tendo a única tricampeã mundial da modalidade, Marcela Lopes, paulista que não atua mais como atleta, apenas como juíza em competições internacionais da modalidade.
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