Apostas do Brasil vivem Dia Olímpico entre incertezas e amadurecimento

Alison, Henrique Avancini e Yndiara Asp celebram data e valores do esporte, em meio ao período de adaptações nos treinos, e mantêm confiança de que Jogos ocorrerão em 2021<br>

Montagem
Alison, Avancini e Yndiara em ação (Fotos: Marcelo Maragni, Boris Beyer e Rene Jr/Red Bull Content Pool)

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O que era para ser uma data marcada pela ansiedade diante da aproximação dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que teriam início em 24 de julho de 2020, se tornou mais um capítulo de um teste de paciência e resiliência para os atletas brasileiros. Nesta terça-feira, eles celebraram o Dia Olímpico de forma diferente, refletindo sobre o que fazer para alcançar suas metas daqui a pouco mais de um ano, quando o megaevento for realizado, se a pandemia do COVID-19 permitir. Muitos seguem impossibilitados de viver o esporte no dia a dia.

A data é celebrada anualmente desde 1948 pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), e comemora o nascimento dos Jogos Olímpicos modernos, em 23 de junho de 1894. O objetivo é promover a participação no esporte, independentemente da idade, sexo ou capacidade atlética, além de ser uma oportunidade para celebrar os valores olímpicos em todo o mundo.

O adiamento trouxe uma mistura de sentimentos para quem estava classificado ou perto de alcançar a vaga olímpica. Alívio, tristeza, desânimo, motivação... cada um encarou a situação de forma particular. O LANCE! ouviu alguns destaques do Time Brasil para entender se a "chama" que os move segue em alta. Para além de patrocínios, visibilidade e fama, eles acreditam que os valores do movimento olímpico são um impulso neste momento de incertezas, e mantêm a confiança na realização dos Jogos, em um cenário de controle do novo coronavírus.

Atual campeão olímpico de vôlei de praia, ao lado de Bruno Schmidt, Alison disputaria a sua terceira edição dos Jogos neste ano. Com o adiamento, o atual parceiro de Álvaro Flilho ressaltou as adaptações que fez no dia a dia para que possa chegar em alto nível à competição em 2021. 

- O mundo inteiro está se unindo. E, em 2021, a Olimpíada deve ser a mais emocionante da história, pois o significado do evento é a união dos povos. E o mundo inteiro está envolvido neste processo, que é de grande superação. Estou trabalhando para chegar ainda mais preparado. A motivação continua lá em cima. Tentei adaptar o máximo possível o meu treinamento em casa, mas ainda não estou treinando com bola. A ansiedade é grande, mas temos de controlar isso. A minha expectativa é chegar bem preparado e levar todo o amadurecimento deste momento que estamos vivendo - afirma o atleta.

Segundo colocado no ranking mundial da UCI (União Ciclística Internacional), o ciclista Henrique Avancini estava embalado para disputar uma vaga no pódio na modalidade Cross-Country olímpico após o grande desempenho nos últimos anos. O adiamento foi uma frustração, mas ele busca tirar lições. Em Petrópolis (RJ), sua cidade natal, ele tem a chance de manter contato com a bicicleta. 

- Eu vejo como uma oportunidade de muito valor e de continuar trabalhando no meu desenvolvimento. Eu tinha planejado os Jogos Olímpicos, com a minha equipe, da melhor forma possível. Testei a pista no ano passado e a gente desenvolveu um material novo, um equipamento novo, em cima das condições climáticas, de relevo e de aderência da pista. São informações que a gente tinha, e eu ganhei mais tempo para apurar. Esse é o espírito da competição, sempre achar que é possível crescer, desenvolver e melhorar - afirma o atleta.

Uma das modalidades estreantes nesta edição, o skate terá de esperar um pouco para ver os seus atletas competindo. Na visão de Yndiara Asp, melhor brasileira no ranking mundial na categoria park, o atleta precisa aproveitar as oportunidades para se desenvolver nos lados pessoal e profissional.

- Eu procurei utilizar o tempo em casa, sem andar de skate, para fazer coisas que sejam positivas e produtivas pra mim, tanto como atleta quanto pessoa. Eu adaptei meus treinos em casa, o físico e, no skate, as coisas que vão me ajudar quando eu voltar, como manobras. Mas, também usei o tempo para recarregar energias - afirma a atleta.

O Dia Olímpico também foi diferente para Hugo Calderano, sexto colocado no ranking mundial de tênis de mesa, que já voltou a competir na Alemanha, onde conquistou o vice-campeonato da Bundesliga, com o Liebherr Ochsenhausen. O país europeu foi um dos primeiros a retomar as atividades esportivas, devido à redução de novos casos de COVID-19. Nesta terça, o carioca representou o Brasil em uma ação do COI com esportistas de todo o planeta na internet, com uma hora de exercícios virtuais. 

- Celebrar o Dia Olímpico pode parecer muito diferente de todos os anos anteriores, mas, ao mesmo tempo, neste Dia Olímpico, nossa mensagem do poder do esporte de levar esperança e otimismo a todos, ressoa ainda mais. Vamos nos unir para usar esse poder do esporte para preparar os Jogos de Tóquio, que foram adiados como um momento de solidariedade e resiliência da humanidade - disse o presidente do COI, o alemão Thomas Bach.

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