Richarlison lamenta atual momento e pede cooperação: ‘É hora de pensar em quem está ao nosso lado’

Em conversa com o <b>LANCE!, </b>o brasileiro falou sobre o novo coronavírus, fase no Everton, paralisamento da Premier League e adiamento da Copa América

Richarlison
Richarlison tem ganhado moral com o técnico Tite (Foto: Divulgação CBF)

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Conquistando corações dos torcedores por onde passa, Richarlison deixou saudade em todos os clubes que jogou. Hoje no Everton, o brasileiro soma boas atuações e já marcou 10 gols no Campeonato Inglês, que está parado por conta do novo coronavírus. Em conversa exclusiva com o LANCE!, ele contou que acompanha os casos na Europa e aqui no Brasil e que 'é hora de pensar em quem está ao nosso lado'.

— Tenho acompanhado sim, tanto na Europa quanto aí no Brasil, que também já tem bastante casos confirmados. É muito preocupante. Uma situação que exige que todo mundo colabore e faça a sua parte para que se normalize rápido e todo mundo possa voltar a ter uma vida normal. É hora de pensar em quem está ao nosso lado, especialmente nas crianças e nos idosos — comentou.

Ele ainda disse sobre como está a situação na Europa e a sua cabeça em relação à pandemia.

— Acho que (aqui na Inglaterra) está como em todo o resto do mundo. Parou tudo por aqui e as pessoas têm ficado em casa para evitar o contágio. Estou tranquilo quanto a isso, fazendo o que os médicos e especialistas orientaram. Infelizmente é uma situação que a gente precisa lidar, é uma questão de saúde muito importante e é hora de voltar as atenções para isso.

Com o COVID-19, a Uefa e a Conmebol decidiram pelo adiamento da Copa América e da Eurocopa. O atacante da Seleção de Tite admitiu que fica triste pela paralisação, mas é algo que precisa ser entendido por todos.

— Todo mundo fica triste por essa parada, mas é algo que precisamos entender e cooperar. A gente precisa estar sempre pronto para a Seleção. Quando voltar tudo ao normal, vamos continuar de onde paramos e todos que foram convocados vão precisar mostrar que merecem ser chamados. Agora é importante todos cuidarem da saúde pra voltar com força total com foco na continuidade da temporada e nas próximas convocações.

Antes do surto de COVID-19, Richarlison foi especulado no Barcelona. Na última janela, surgiram rumores de que o Everton havia recebido uma oferta alta pelo brasileiro. Ele diz desconhecer, mas admitiu ter o desejo de jogar lá se algum dia sair do clube inglês.

— Soube pela imprensa, não sei se houve alguma coisa concreta. Tento não me envolver nessas coisas quando estou jogando para não perder o foco. Deixo para o meu empresário e o clube resolverem quando surge algo assim. Estou muito feliz aqui no Everton e, se um dia for sair, espero que seja para outro grande clube, como é o caso do Barcelona. Mas minha cabeça está totalmente voltada ao Everton.

Confira a entrevista de Richarlison ao LANCE! na íntegra. 

Como o Éverton agiu em relação ao coronavírus? Está ajudando os jogadores de alguma forma?

Eles suspenderam os treinos para que a gente não tenha contato com outras pessoas que possam estar com o coronavírus. Além disso, têm passado todas as orientações, o que a gente pode ou não fazer.

Acha que a paralisação, apesar de necessária, irá prejudicar os jogadores de alguma forma? Na forma física, entrosamento...
Acho que por aqui os jogadores continuam fazendo o que é possível em casa. Que vamos perder alguma coisa, por conta do tempo, isso é inevitável. Mas isso é algo muito maior que o futebol. É uma questão de saúde. Todo o resto podemos recuperar com a volta dos trabalhos normais.

Com moral com Tite e em mais uma convocação, o Richarlison pode ser titular da Seleção numa próxima Copa do Mundo?
O objetivo é esse, mas sei que até lá ainda tem muita coisa para acontecer. São dois anos e meio, praticamente. Espero que esteja em boa fase e possa merecer a chance de, primeiro ser convocado, e depois de ser titular. Vou lutar muito por isso.

Sempre aparecem vídeos de você ajudando alguém, recebendo torcedores em sua casa, enviando camisas. Esse sempre foi o seu jeito?
Sempre foi. Eu já fui torcedor, tenho meus ídolos e sei o quanto eu queria ter a atenção deles, nem que fosse por alguns segundos. Por isso, eu atendo todo mundo e tento fazer isso por eles. Os caras fazem música, compram camisa, gritam meu nome no estádio, o que eu faço ainda é pouco perto de todo o carinho que recebo.

Como é treinar com um grande treinador como Carlo Ancelotti?
Ele mostra todo dia porque é um dos maiores treinadores de todos os tempos. Um cara que vê o jogo e passa para os jogadores de uma forma que eu nunca tinha visto. Tem sido muito legal ter essa experiência de ser treinado por ele e espero crescer e aprender cada vez mais com essa oportunidade.

Você tem 10 gols na Premier League e vive grande fase. A que acha que isso se deve?
Acho que todo sucesso é fruto de trabalho. Venho me dedicando bastante nos treinamentos, nos jogos e isso tem dado resultado. Sempre quis jogar aqui na Inglaterra e conseguir ser bem sucedido até agora é um sonho realizado. Lutei muito por isso e espero que seja cada vez melhor.

Como é ter um brasileiro como o Bernard na equipe? De que forma isso te ajuda dentro e fora do campo?
É muito bom ter outro brasileiro por aqui. A gente sente falta do Brasil e dos amigos que temos por aí. A chegada tanto dele quanto do Mina, que é quase brasileiro (risos), foram muito importantes pra mim. É importante, são caras que falam a minha língua, isso ajuda demais. Legal que construímos uma amizade bacana. E tive a sorte de ter isso no Watford também, com o Gomes, que é como um irmão mais velho pra mim.

Seu ex clube, o Watford, briga pelo rebaixamento hoje. Qual mensagem você passaria a eles? Tem carinho pelo clube?
Fico triste pela situação deles e espero que eles deixem a zona de rebaixamento da Premier League. Tenho muita gratidão e respeito pelo Watford e pela torcida, deixei muitos amigos lá. Espero que eles possam se reerguer e sair dessa situação difícil.

Uma torcida que tem enorme carinho por você é a do Fluminense. Acompanha o time? Pensa em voltar um dia?
Acompanho sempre que posso, tanto o Fluminense quanto o América. São times que eu tenho muito carinho e gratidão porque foram muito importantes pra mim. Ainda espero ter uma caminhada longa aqui na Europa, mas quando for hora de voltar para o Brasil, se eles tiverem interesse, é claro que vamos sentar e conversar sobre. Mas, por enquanto, o foco é todo aqui.

Seu companheiro de time, Moise Kean, sofreu um triste caso de racismo na Juventus. Já ocorreu algo assim com você?
Inacreditável que hoje em dia isso ainda aconteça esse tipo de coisa. Esses episódios são lamentáveis. Aconteceu também com o Taison e com o Malcom há um tempo atrás. Comigo nunca aconteceu, espero que não aconteça. A gente se acostuma com os xingamentos dos adversários, com a hostilidade quando entramos em campo, com tudo isso, mas racismo, assim como todo tipo de preconceito, são coisas que ultrapassam todos os limites do tolerável.

Sob a supervisão de Yuri Hernandes

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