Juninho Pernambucano vai ajudar homem agredido com tapa em rua de Mato Grosso

Anderson foi vítima de agressão após pedir dinheiro em Sinop, no norte do estado

Juninho Pernambucano - Atual
Juninho Pernambucano vai ajudar homem que foi agredido no Mato Grosso (Foto: Reprodução)

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Em meio a pandemia do novo coronavírus, Juninho Pernambucano revelou que vai ajudar um homem que foi agredido ao pedir dinheiro nas ruas em Sinop, no norte do Mato Grosso. O ex-jogador e atualmente diretor do Lyon, da França, descobriu o caso através de um vídeo que circulava nas redes sociais e demonstrou insatisfação com a situação. Segundo ele, o rapaz se chama Anderson e é dependente químico. A primeira coisa que será feita é ajudá-lo a se libertar do vício.

No vídeo em questão, Anderson pedia dinheiro e logo depois foi agredido com um tapa por um homem que estava dentro de um carro. Comovido com a situação, Juninho procurou e foi auxiliado pelo professor de processo penal e advogado Rogério Pereira, que foi até a casa de Anderson. Ele será levado para para uma clínica especializada em dependência química, onde ficará no mínimo três meses.

- Estamos enviando hoje o Anderson, com seu consentimento, para uma clínica especializada em dependência química, onde ele ficará no mínimo três meses. A família do Anderson só falou coisas boas dele. E sabe que ele precisa de ajuda - escreveu no Twitter Juninho, que depois descreveu os próximos passos:

- Depois da cura, caso seja alcançada, o Anderson precisará antes de tudo (enchem a boca pra falar, tem que dar educação, não dê nada de dinheiro, ele só vai pedir depois... isso é discurso elitista e egoísta) algo que vem antes da educação, que é dignidade humana. Ninguém será educado sem um mínimo de dignidade. Assim, o ajudaremos a trabalhar, se alimentar e seguir seu caminho. Vai dar certo ? Não sabemos. Mas é o único provável caminho que poderá recuperá-lo e reintegrá-lo à sociedade - completou.

O ídolo do Vasco e Lyon também publicou um vídeo do Anderson agradecendo a ajuda na reabilitação. Juninho ainda revelou que o professor de processo penal e advogado Rogério Pereira não cobrará nada pelo futuro processo contra o agressor. 

Confira na íntegra o texto publicado por Juninho em sua conta no "Twitter":

"Pra quem se sensibilizou com o vídeo do rapaz que leva um tapa no rosto por pedir dinheiro, é o seguinte. Falei com Rogério Pereira, que é professor de processo penal e advogado, que foi até a casa dele. Ele se chama Anderson.

Anderson é dependente químico, antes de criticá-lo, saiba que na maioria das vezes o caminho das drogas é o único que é capaz, para muitos, de trazer algum prazer em estar vivo. Não incentivo ninguém a usar, mas não me acho no direito de dizer o que cada um deve fazer com seu corpo, pois a única coisa intocável que você tem é sua vida, sua liberdade, mesmo que seja pra fazer mal a você mesmo.

Sou contra a política violenta de combate às drogas, já provado que não traz resultados esperados. Tenho mais opinião sobre esse assunto, mas não vou me alongar. E repito, não incentivo ninguém a usar. Tenho três filhas e uma neta e conversamos sobre tudo sem tabu. Não escondemos nossos sonhos e desejos humanos, como todos têm, pois assim é mais fácil entender que não poderemos realizar todos eles.

Dito isso, com o Rogério Pereira, estamos enviando hoje o Anderson, com seu consentimento, para uma clínica especializada em dependência química, onde ele ficará no mínimo três meses. A família do Anderson só falou coisas boas dele. E sabe que ele precisa de ajuda.

Não adianta darmos a ele as doações que muitos de nós queríamos fazer, pois claro, ele não suportaria a tentação do uso. Se ele precisar ficar um ano, ficará, mas queremos ele recuperado e de volta à sociedade como exemplo pra outros. Depois da cura, caso seja alcançada, o Anderson precisará antes de tudo (enchem a boca pra falar, tem que dar educação, não dê nada de dinheiro, ele só vai pedir depois etc... isso é discurso elitista e egoísta) algo que vem antes da educação, que é dignidade humana. Ninguém será educado sem um mínimo de dignidade.

Assim, o ajudaremos a trabalhar, se alimentar e seguir seu caminho. Vai dar certo? Não sabemos. Mas é o único provável caminho que poderá recuperá-lo e reintegrá-lo à sociedade. Quanto a agressão sofrida, será muito, mas muito mais difícil esquecê-la do que se liberar do vício.

Depois da tortura (imensurável, inexplicável), a humilhação é a pior agressão feita ao ser humano, ela agride muito mais que o tapa em si. Sobre isso, o Rogério Pereira se responsabilizará do processo. Agradecendo a todos a intenção de ajuda, seja ela por sentimento ou doações."

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