Ex-jogador de basquete é indenizado por rede de supermercados após ser seguido durante compras

O ex-atleta Richard de Souza Pinto, que atuava no XV de Piracicaba, ganhou ação do Grupo 'Pão de Açucar', que teve de pagar R$ 10 mil reais por danos morais

Richard de Souza - XV de Piracicaba
O ex-jogador de Basquete Richard de Souza Pinto (Foto: Reprodução/Basquete XV de Piracicaba)

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O Grupo 'Pão de Açúcar' foi condenado e realizou o pagamento de R$10 mil reais por danos morais ao ex-jogador de basquete do XV de Piracicaba, Richard de Souza Pinto, que foi seguido por seguranças durante compras que realizava dentro de um estabelecimento da rede, em junho de 2017.

Richard afirmou que abordou um segurança quando se sentiu incomodado por estar sendo acompanhado de perto pelo funcionário do estabelecimento.

- Depois de perceber que de fato ele estava me perseguindo, fui lá e perguntei se ele estava com algum problema - relatou em entrevista ao 'G1'.

Segundo o ex-jogador, outro segurança se aproximou e afirmou que aquela ação era politica de segurança da loja e mencionou que faria uma ligação para tomar providências.

- Eu falei 'então liga 190' e eles ficaram paralisados - disse. 

- É um caso de preconceito mesmo, de racismo, porque antes de me responder que era política de segurança da empresa, ele [segurança] me olhou dos pés à cabeça - concluiu.

Richard afirmou que na hora ficou com tanta raiva que teve vontade de agredir os funcionários, mas que decidiu tomar outra providência pensando no exemplo que daria ao seu filho.

- Minha vontade era partir os dois na porrada, mas quando pensei que meu filho vai passar por isso, e ele vai passar porque tenho 32 anos e sofro isso desde que me entendo por gente, tomei uma atitude diferente. Eu tinha que tomar uma atitude que pudesse servir de exemplo para ele, e aí postei na minha rede social uma mensagem de repúdio e indignação - afirmou.

Richard entrou com pedido de ação indenizatória por danos morais no valor de R$100 mil, que foi julgado parcialmente procedente pelo juiz da 5ª Vara Cível do Foro de Piracicaba, Mauro Antonini, fixando o valor em R$10 mil.

 - O autor disse ter ficado muito abalado por ter sido considerado suspeito, achando que isso ocorreu porque é negro e estava vestido com roupas simples. O depoimento pessoal do autor é convincente da veracidade de suas alegações, encontrando respaldo nas palavras das duas testemunhas que arrolou, ao passo que a negativa do segurança arrolada como testemunha pelo réu é insuficiente para infirmar a versão do autor - concluiu o juiz na decisão.

A rede de supermercados Pão de Açúcar emitiu nota afirmando que "repudia veemente qualquer tipo de discriminação e tem a inclusão e a diversidade como valores e compromissos".

- A rede também participa da Coalização Empresarial pela Equidade Racial e de Gênero, que estimula a implementação de políticas e práticas empresariais no campo da diversidade e ainda disponibiliza canais para recebimento e apuração de denúncias que infrinjam o código de ética da companhia - disse a nota.

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