Rodolfo: a história do goleiro que venceu as drogas e virou herói no Flu

Goleiro superou doping por uso de cocaína e deu a volta por cima na carreira. No Flu, foi herói após defender o pênalti de Rodrigo Lindoso no clássico contra o Botafogo

Rodolfo - Fluminense x Botafogo
Rodolfo teve seu nome gritado pela torcida no fim da partida (Foto: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.) 

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"Boa! Mais uma! Aos 45 do segundo tempo... boa, Rodolfo!". Os gritos do preparador de goleiros André Carvalho deixam claro a sua disposição nos treinos. São sete meses no clube e apenas dois jogos, mas bastou um lance para se tornar herói: o pênalti defendido aos 39 minutos do segundo tempo contra o Botafogo. A vitória no clássico foi importante para o Fluminense, mas a vitória pessoal de Rodolfo marca a "volta por cima" na sua vida. 

- Agradeço a Deus por ter ajudado. Fiz minha primeira partida contra a Cabofriense e fui muito bem. Cara, você defender um pênalti, no final do jogo, e ajudar seu time em uma vitória, com a torcida gritando seu nome... não tem preço. Eu saí do fundo do poço, todo mundo gritando meu nome, não tem preço - disse o arqueiro, na saída de campo.

Antes do árbitro apitar o fim da partida do último domingo, Rodolfo já havia vencido uma luta que vai além das quatro linhas: a luta contra as drogas. Aos 21 anos, quando defendia o Atlético-PR, o goleiro foi pego no exame antidoping por uso de cocaína. Foi suspenso preventivamente por 30 dias em primeira instância, mas levou um gancho de dois anos em decisão do STJD.

- Quero esquecer tudo o que passei de ruim e até de bom, limpar a página dos 15 aos 21 anos e caminhar de novo. Uma nova chance é para poucos. Então, eu valorizo muito. A droga é complicada e não leva a nada - afirmou na época a rádio Rádio 98FM Curitiba. 

Fluminense x Botafogo
Rodolfo e a cobrança de Rodrigo Lindoso (Foto: Celso Pupo/FotoArena) 

O fator mais grave era que Rodolfo admitiu que usava a substância desde os 15 anos. Então, começou o processo de recuperação. Decidiu falar abertamente sobre o tema e pediu ajuda, passou três meses em uma clínica de reabilitação e contou com o apoio do Atlético-PR para seguir treinando no clube por um mês, mesmo suspenso. Em 2014, exames comprovaram que ele estava limpo. 

Rodolfo chegou ao Fluminense sob indicações de Abel Braga e do departamento de scout, que o avaliaram com potencial após passagem pelo Oeste (SP). Em 2017, foi um dos melhores goleiros da Série B e ajudou o clube a terminar na sexta colocação. A sua chegada foi um dos motivos para o também goleiro De Amores não ter tantas chance, por exemplo. 

São apenas três jogos oficiais, mas Rodolfo se destaca pela simpatia no clube. Do porteiro ao treinador, é um dos que mais interage com todo mundo. Entre os torcedores, uma brincadeira que popularizou foi a sua presença nos vídeos de bastidores - divulgados nas redes sociais do clube após cada vitória ou empate - onde chama atenção pelas piadas, comemorações e dancinhas.  

O contrato de Rodolfo se encerra no dia 31 de dezembro. Está emprestado pelo Oeste (SP). O jogador ainda não foi procurado, mas a expectativa é que, caso a compra não seja efetivada, um novo empréstimo seja solicitado. Os valores são acessíveis para o Fluminense. 

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