Igor Julião destaca boa fase e revela gratidão por Diniz: ‘confiou em mim’

Em entrevista ao LANCE!, o novo dono da lateral-direita abre o jogo sobre o momento, para ele, não o melhor, mas sim o de maior reconhecimento do trabalho

Fluminense x Peñarol Igor Julião
Celso Pupo/Fotoarena

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Novo dono da lateral-direita, Igor Julião vive em lua de mel com a torcida do Fluminense. O jogador venceu a concorrência de Gilberto, entrou no time e não deu brechas, tendo boas atuações contra Peñarol e Internacional. Aos 23 anos, a cria de Xerém parece ter conquistado, pela primeira vez no Tricolor, a titularidade. No entanto, descartou que vive a melhor fase da carreira. O momento, para ele, é de reconhecimento do trabalho.

- Por mais que esteja há bastante tempo no clube, talvez esse seja o primeiro ano que consiga fazer um ciclo completo de pré-temporada, Carioca, Brasileiro, Sul-Americana também, e jogando todas essas competições. Mas não sei se é o melhor momento da minha carreira. Tive um excelente momento na MLS (Liga Americana), também tinha tido bons jogos aqui no Fluminense, que me levaram à Seleção Brasileira de base. Mas eu acho que esse é o momento que estou sendo mais reconhecido pelos jogos. Sem dúvidas, essa é a temporada de maior reconhecimento. Porém, não sei se é o melhor momento, pois cada momento, pra mim, tem suas peculiaridades e foi especial de uma forma.

A boa fase está atrelada diretamente ao técnico Fernando Diniz. O treinador acreditou em Igor Julião, dando moral e confiança, para o lateral-direito conseguir se destacar dentro de campo. Na temporada já soma 13 partidas, sete como titular. O ano em que fez mais jogos pelo Fluminense, foi em 2013, quando disputou 22 jogos. Para Igor Julião, Diniz tem um grande mérito em tudo que está vivendo atualmente no Tricolor.

- A importância do Fernando é enorme, pois ele confiou em mim. Ele me deu as oportunidades em partidas complicadas e, mesmo sabendo das dificuldades dessas partidas, ele me deu uma confiança enorme. Então, ele tem um mérito grande nesse momento que estou vivendo, por ter confiado bastante em mim e me passado muita segurança.

Confirmado como titular contra o Atlético-MG, Igor Julião espera uma partida bastante complicada, mas sabe o que é preciso fazer para sair de campo com os três pontos.

- Pra gente sair com a vitória, acho que devemos seguir o exemplo dos jogos que estamos fazendo na Sul-Americana e da partida da última rodada do Brasileiro, contra o Internacional. Encarar ela como uma decisão, como se fosse a última partida do campeonato, pois jogar lá é muito difícil e o Atlético-MG tem uma das melhores equipes do Brasil. Então, a gente sabe que só vai somar pontos se entramos da mesma forma que entramos nesses jogos.

Bate bola com Igor Julião

Você passou pelo futebol dos Estados Unidos e pelo Flu-Samorin, da Eslováquia. O que esses empréstimos representaram para a sua formação como jogador?
- Passei dois anos nos Estados Unidos, onde pude aprimorar muito minha parte tática e minha capacidade defensiva. Passei pela Eslováquia, em que tive um aprendizado enorme jogando um campeonato totalmente diferente do que temos no Brasil. Com certeza, essas experiências me ajudaram a ser o Igor que sou hoje, mudaram minha forma de ver o jogo e de atuar taticamente.

Por conta dos problemas físicos do Gilberto, somado as suas boas atuações e sequência, hoje você se sente o titular da lateral-direita?

- Não, não me considero titular. Espero continuar fazendo essas boas atuações que tive para continuar começando as partidas, mas tenho um respeito muito grande pelo Gilberto. Já repeti vários vezes que ele é um dos melhores laterais. Sou muito amigo dele, então tenho uma admiração grande pelo profissional e pela pessoa que é. Com essa disputa na lateral, quem só tem a ganhar é o Fluminense.

Você se destaca também fora de campo, por ser uma pessoa politizada, questionadora e isso não é tão comum dentro de um ambiente como o futebol. Como é isso para você? Se sente destacado ou de certa forma excluído por talvez pensar diferente dos demais?
- Não. Nunca me senti destacado. Nunca tive problema algum com jogador nenhum. Eu me sinto privilegiado de ter o alcance de voz que tenho hoje, por conta do futebol, para poder lutar pelas coisas que defendo. Eu acho que represento uma grande parcela dos jogadores de futebol que pensa da mesma forma que eu, mas às vezes não se expressa. Eu me sinto privilegiado apenas de fazer com que minha voz chegue a muitas pessoas.

Tirando essa parte politizada, como é o Igor Julião nas folgas? O que gosta de fazer nas folgas? Qual tipo de música gosta de escutar?

- O tempo que tenho de folga tento aproveitar o máximo com minha esposa, com a minha família. Vou a Bento Ribeiro ver meus pais, vou ao interior de Minas Gerais, onde meus avós moram. Sempre que tem show de cantor que gosto aqui no centro do Rio, tento ir. Vou a restaurantes com os amigos. Nada de muito diferente e especial, não. O que mais curto ouvir é o Rap nacional, pois fala muito da minha realidade, da realidade do nosso país, então é o que mais curto escutar.

Você, Digão e o Daniel também são crias de Xerém, porém jogadores como Pedro, João Pedro, Marcos Paulo, Miguel e agora Wellington Nem ganham mais os holofotes. Isso causa algum ciúme?
- Eu acho que a palavra ciúme não pode existir para um atleta profissional. Eu fico muito contente pelo sucesso que eles estão fazendo, por todo o reconhecimento. O que eu puder fazer para que eles tenham mais destaque, mais reconhecimento, eu vou fazer, porque acho que o sucesso deles é o meu também. É de toda equipe. Uma coisa leva a outra. E eu fico feliz demais por esse reconhecimento que estão tendo.

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