Abad cita interesse em Pedro, quer M. Oliveira em 2019 e não garante Samorín

Na última parte da entrevista do mandatário ao L!, ele falou sobre o elenco atual do Flu, planejamento para o próximo ano e a saída do camisa 9 tricolor para a Europa

Pedro Abad e Marcelo Oliveira - Fluminense
(Foto: Lucas Merçon/FFC)

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A temporada ainda não chegou ao fim, mas o Fluminense começa a pensar no elenco do próximo ano. A grande questão é Pedro. Fica? Não fica? Será vendido por quanto? Na terceira parte da entrevista com o presidente ao LANCE!, o mandatário falou sobre o futebol e explicou as tratativas internacionais pelo atacante. Segundo ele, não adianta brigar com o mercado sobre questões financeiras e a posição sobre o camisa 9 é única: "Está se recuperando". 

- O mercado vai determinar se sai ou não, mas o clube tem o controle da negociação. Toda negociação tem três partes envolvidas e se o acordo for bom para todos, as coisas acontecem. Valor de mercado é algo momentâneo, determinado momento o atleta pode ter uma percepção por um valor muito grande, ter mais clubes disputando e eleva o valor da transferência. Por outras vezes, por mais que o atleta esteja se desempenhando bem, não tem o interesse. Cada momento, o mercado se posiciona. Não adianta brigar com o mercado, é ele que fala o quanto vai pagar. Você não consegue exigir receber o dinheiro, ninguém é obrigado a comprar um atleta. A posição é que ele vai se recuperar, voltar para o Flu e depois analisar se vai continuar de acordo com as três partes - declarou o presidente. 

Outro ponto importante para montagem do elenco de 2019 tem a ver com o treinador. Após deixar o Fluminense, Abel Braga revelou que Abad tinha a ideia de ter um treinador único durante todo o seu mandato. Com a saída dele, veio Marcelo Oliveira. O presidente revelou que, se depender apenas do seu desejo, o atual comandante segue para o próximo ano, mas espera que "as duas partes estejam interessadas". 

- Acho que o Marcelo tá fazendo um trabalho muito bom. Cada um tem seu perfil e suas características pessoais. Abel é um amigo do futebol, falo com ele até hoje, nada com relação ao trabalho no Fluminense mas nos comunicamos bastante. Depois do jogo de domingo contra o Atlético-MG, demos uma acalmada boa no Brasileiro e na Sul-Americana temos chances de ganhar. Futebol é um acordo. Permanência ou saída, as duas partes tem que estar interessadas. Naturalmente vamos conversar para que o trabalho siga para 2019 - revelou.

A mudança mais drástica pode ser no "Projeto Samorín". Quando questionado se o projeto seguirá para 2019, ou passaria por revisões de planejamento, Abad não garantiu a continuação. Segundo o presidente, limitou-se a dizer que "está sob revisão" e "ainda não bateram o martelo". Resta se saber se o martelo será batido para continuação ou encerramento. 

Pedro Abad - Presidente do Fluminense
Abad termina seu mandato no ano que vem e já disse que não vai tentar reeleição (Foto: NELSON PEREZ/FLUMINENSE F.C.)

Confira outros trechos da entrevista com Pedro Abad ao LANCE!:

Abel e Marcelo Oliveira tem estilos parecidos: treinadores vitoriosos e que chamam a responsabilidade para eles. A escolha por técnicos nesse estilo, além do currículo, é pensada para fazer uma blindagem para os problemas internos não afetarem o elenco?

Na verdade, é difícil você encontrar todas as características que gostaríamos que tivesse. A tarefa de blindar os atletas é do vice-presidente de futebol e minha. Essa característica que você citou, eu gosto de chamar pra mim. Eu represento o clube e meu trabalho é dar as condições para os profissionais desenvolverem seu trabalho. O Abel, por saber o seu tamanho, o tamanho do clube, e saber a situação que eu estava chegando, executou funções que até não cabia a ele executar. O Marcelo faz muito bem isso na questão dentro de campo. As dificuldades que vão aparecendo durante o ano ele tenta acalmar todo mundo. A gente passa pra ele a tranquilidade de que estamos trabalhando para tudo ser resolvido. Isso acaba sendo refletido para o grupo, para os funcionários, que os problemas que existem serão resolvidos com a velocidade que conseguimos resolver.

'Eu represento o clube e meu trabalho é dar as condições para os profissionais desenvolverem seu trabalho'

Fluminense, mesmo com dificuldades financeiras, conseguiu trazer peças que ajudaram a resolver o problema. Como negociar com tão pouco dinheiro?

É um trabalho muito difícil, exige que tenhamos uma observação técnica muito detalhada e responsável. Obvio que não acertamos sempre, não tem acerto 100%. O que é interessante é que conseguimos identificar o que deu certo e não deu com os argumentos que usávamos para fazer essas movimentações. Identificamos que fatores temos que levar mais em consideração para fazer essas escolhas e fazer cada centavo valer a pena. Hoje estamos em nono lugar e duvido que sejamos o nono maior investimento. Temos um investimento muito menor e leva a crer que gastamos melhor que os adversários. Acho que é assim que vamos para frente.

Antes do último jogo do Abel, ele pediu reforços. Veio Marcelo Oliveira e, de fato, os reforços vieram. Mas hoje são 12 atacantes e 2 meias no elenco, tendo que apelar para improvisações. Houve um erro de montagem?

Isso depende muito da forma com que o treinador vai jogar. Hoje a gente vê o Fluminense em campo e não tem um meia clássico naquele setor. Com o esquema de três zagueiros, mais ainda. Então, a gente procurou atender aquilo que nos foi pedido. Alguns jogadores que são atacantes dede lado, o próprio Luciano que atua que falso 9, pode desempenhar outras funções. A gente trabalham dentro das nossas possibilidades financeiras. Não adianta querer trazer um meia que ganhe 500 mil por mês porque não temos condição de fazer isso. Atender o que o treinador pediu. Na época do Abel, havia algumas negociações em andamento. A gente monta o elenco de acordo com que os treinadores pedem e dentro das nossas possibilidades. Nos tentamos alguns meias, não foi possível, e a partir disso o treinador fez novas solicitações e tentamos cumprir na medida do possível.

'Não adianta querer trazer um meia que ganhe 500 mil por mês porque não temos condição de fazer isso'

O Fluminense já está planejando o elenco para a temporada 2019? Quais são as posições mais carentes?

Eu acho que no final de cada temporada, é feita uma análise de como foi o ano. A gente conversa com o treinador sobre posições que precisa de novos atletas. Essa época é para se fazer movimentações e já estamos nos movimentando. Não sei se essa é a posição mais carente e se é essa que o treinador vai quer privilegiar. O perfil que queremos é de jogadores competitivos, jogadores de saúde, de inteligencia, que querem mostrar seu valor. Não queremos jogador acomodado e que não dê 100%. O Everaldo foi alvo de desconfiança e o torcedor entendeu o jogador que está desempenhando. Nem sempre o torcedor acredita no nome que está chegando, mas tem que saber que ele foi observado e teve aval de um grupo de pessoas que toma essa decisão.

Nossa ideia é essa. O investimento o tempo inteiro não é possível. Buscamos investir pouco, jogador que não despertaram interesse do mercado geral, temos um departamento de análise técnica apurado para identificar isso. Queremos atletas de bom valor e que não tenha necessidade de investimento muito alto.

Nós conversamos com Angioni e ele falou que a questão da renovação com Marcos Júnior envolve você diretamente. Como está a negociação?

Todos os jogadores que terminam os contratos no final do ano foram procurados. Fizemos ofertas de renovação para todos eles, de acordo com interesses e possibilidades do clube e do atleta também. Essas conversas estão em andamento. Paulo ta levando as negociações. é um acordo. todas as partes precisam concordar com as bases para que aconteça. Jogadores do Fluminense tem visibilidade e despertam interesse de outros clubes. e é natural que queiram esses jogadores. Se o contrato for interessante para o atleta sair, ele vai sair. Se não, vai continuar no Fluminense.

'Certeza que o Pedro vai voltar a despertar interesse e, mais tempo ou menos tempo no Fluminense, vai dar prosseguimento pra carreira dele'

Houve conversas com Monterrey (MEX), Bordeaux (FRA) e principalmente com o Real Madrid (ESP). Se ele não tivesse lesionado, teria sido vendido?

Eu não sei. Tinham negociações em andamento de fato, mas não sei se chegariam a um termo. Existia possibilidade, mas nada sacramentado. Esse acidente interrompeu o procedimento das atividade dele e a sequencia de negociações. Não posso precisar se ele sairia nesta janela.

O Fluminense brigou muito pelo reconhecimento do valor justo pelo nosso atleta, convocado para a Seleção Brasileira. Não acho adequado dizer que o Fluminense aceitou ou não, se não bateu é porque faltou alguma coisa. Agora é outra história, outra vida, Pedro volta a jogar futebol pelo Fluminense e ai vamos entender como ele volta. Certeza que ele vai voltar a despertar interesse e, mais tempo ou menos tempos no Fluminense, vai dar prosseguimento pra carreira dele.

O Marcos Paulo renovou recentemente com o Flu e tem uma multa alta. O João Pedro está perto de sair para o futebol inglês. Como será a estratégia com os jogadores jovens daqui pra frente?

A geração é muito boa. Não é só Marcos Paulo e João Pedro. Tem Walace, André, muitos jogadores bons. Xerém tem como marca registrada saber montar um plano de carreira adequado pelos atletas. Não é qualquer jogador de 16, 17 anos que sai pro profissional. Existem passos a serem dados. Marcos Paulo treina no profissional, João Pedro tá no sub-17... Tem um plano de carreia, a situação contratual protege o Fluminense. Eventualmente a gente precisa fazer a saída de um atleta por necessidade financeira, mas o que importa é que temos quantidade, o que é muito favorável.

O João Pedro nem completou 18 anos e já está vendido para o futebol inglês. Isso não vai contra o que você mesmo prometeu, de valorizar vendas precipitadas de jovens atletas?

Tem a ver com a questão financeira. O projeto do João Pedro é diferente porque o valor dele não é fixo. Tem diversas metas para atingir e quando for atingido novos valores, o Fluminense vai recebendo. A necessidade do dinheiro faz com que você faça a negociação em momento que não é ideal, em valores que não são ideais. É por causa da situação que o Fluminense vive, não tem como fugir em certas ocasiões. Recusamos propostas de outros atletas em outros momentos e nesse momento entendemos que era a melhor forma de fazer.

O Fluminense acertou uma parceria para sediar uma equipe de futebol feminina, o que permite disputar competições da Conmebol em 2019. Mas, qual a forma de apoio que o Fluminense dará? Será apenas a nomenclatura ou algo mais?


Existe um projeto chamado Daminhas da Bola, o Fluminense abraçou e vamos ter nosso futebol feminino. Estamos tendo peneiras, já tem mais de 400 pessoas inscritas.

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