O possível retorno de Diego e o dilema de Dorival Jr no Flamengo

Sob o comando do treinador - que não pôde escalar o camisa 10 nos três jogos que dirigiu -, time da Gávea ganha em objetividade e chega à meta rival cada vez com menos passes

Diego
Camisa 10, Diego voltou a treinar com o grupo do Flamengo nesta terça-feira (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

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Com dias livres para treinar sob o comando de Dorival Júnior, o Flamengo está evoluindo. Desde que foi apresentado como treinador do clube e dirigiu o time diante do Bahia no mesmo dia - empate em 0 a 0 em Salvador -, a equipe tem se tornado mais objetiva, transformando a posse de bola em chances criadas, e, principalmente, em gols marcados. Os números e as atuações convincentes nas vitórias por 3 a 0 sobre Fluminense e Corinthians confirmam o crescimento.

Após 29 rodadas disputadas no Brasileirão, o Flamengo é o segundo time que mais fica com a bola na competição - só perde para o Grêmio (veja os números detalhados abaixo). No entanto, a porcentagem da posse de bola só caiu desde que Dorival Jr assumiu. No clássico de sábado, o Fla ficou com a bola em 47.2%.

Ficar menos tempo com a bola nos pés, no entanto, não significa que o time tenha perdido o controle do jogo ou deixado de ameaçar os adversários. Na verdade, o Flamengo está sendo mais efetivo, levando a perigo à meta rival cada vez com um menor número de passes. Foram 24.8 passes a cada chute contra o Fluminense, no Maraca - a média rubro-negra no Brasileiro é de 34.8.

A mudança de estilo também não implicou em mais riscos à defesa, tanto que o goleiro César não sofreu gols nos últimos três jogos e, de fato, foi exigido em poucos momentos. As finalizações dos adversários com Dorival Júnior à frente do Fla segue a média do Rubro-Negro durante todo o Campeonato Brasileiro.

Desta forma, com a recuperação física de Diego, surge o dilema para o técnico: se mexe em time que está ganhando? O camisa 10 foi substituído por Willian Arão, jogador que exerce outra função na equipe e tem outras características.

A presença de outro volante ao lado de Gustavo Cuéllar, por exemplo, deu mais liberdade a Lucas Paquetá, que está jogando mais próximo dos atacantes e, por vezes, aparecendo como "camisa 9" dentro da área, surpreendendo os rivais. O meio de campo com Diego, por suas características, se torna mais cadenciado.

Como Diego realizou o primeiro treino com os companheiros na terça, ainda não está confirmada a presença do meio-campista entre os relacionados na lista de atletas que enfrentará o Paraná no domingo. A evolução do jogador durante a semana serão determinantes na avaliação de Dorival, que pode optar pelo retorno do camisa 10 aos titulares ou como opção entre os reservas.

CARTA BRANCA FOI DADA AO TREINADOR

A contratação de Dorival Júnior foi a cartada final da cúpula de futebol visando um final de temporada positivo. O entendimento era de que Maurício Barbieri já não estava mais conseguindo tirar o máximo do time e a direção deu "carta branca" ao treinador que chegou para dirigir a equipe nas 12 rodadas finais. Portanto, Dorival tem autonomia e respaldo do clube para fazer as mudanças.

Internamente, não há preocupação que decisão de Dorival Júnior, seja qual for, cause um atrito entre elenco e técnico. Diego é um dos líderes do vestiário, não só pela técnica, mas não tem histórico de conflitos. Pelo contrário, a atitude e o profissionalismo são tomados como exemplo pela diretoria do clube da Gávea.

A liderança de Diego foi tema na entrevista do atacante Uribe, autor de dois gols no Fla-Flu, que deixou a decisão sobre a volta do meia 10 para Dorival Jr.

- Diego representa muito pela qualidade, por ser um líder dentro do grupo, mas a de jogar é do técnico. O Flamengo tem um elenco para que todas as posições tenham bons jogadores. Todos estão prontos para ajudar a equipe e isso é o principal. Todos temos que estar unidos para jogar e seguir na briga pelo título.

NÚMEROS DO FLAMENGO NO BRASILEIRÃO - FOOTSTATS

Média do Flamengo no Campeonato Brasileiro:

- Passes: 444.9 por jogo (410.1 certos / 34.8 errados)
- Finalizações: 12.8 por jogo (5.7 certas / 7.2 erradas)
- 1 finalização a cada 34.8 passes
- Posse de bola: 55% (só atrás do Grêmio, com 56%)
- Finalizações do adversário: 11.5 por jogo (4.1 certas / 7.4 erradas)

Média do Flamengo com Dorival Júnior:

- Passes: 443.7 por jogo (404.7 certos / 39 errados)
- Finalizações: 12 por jogo (5.7 certas / 6.3 erradas)
- 1 finalização a cada 37 passes
- - Finalizações do adversário:

Bahia 0x0 Flamengo - Arena Fonte Nova (1ª partida sob o comando de Dorival)

- 480 passes certos / 35 errados
- 4 finalizações certas / 5 erradas
- 1 finalização a cada 57.2 passes
- Posse de bola: 62.7%
- - Finalizações do adversário: 12 (3 certas / erradas)

Corinthians 0x3 Flamengo - Arena Corinthians (2ª partida sob o comando de Dorival)

- 400 passes certos / 44 errados
- 7 finalizações certas / 5 erradas
- 1 finalização a cada 37 passes
- Posse de bola: 47.3%
- Finalizações do adversário: 11 (3 certas / 8 erradas)

Flamengo 3x0 Fluminense - Maracanã (3ª partida sob o comando de Dorival)

- 334 passes certos / 38 errados
- 6 finalizações certas / 9 erradas
- 1 finalização a cada 24.8 passes
- Posse de bola: 47.2%
- Finalizações do adversário: 12 (5 certas / 7 erradas)

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