Pede passagem: Lincoln produz mais que seus ‘concorrentes’ no Flamengo

Jovem tem melhores médias desde a volta da Copa do Mundo em termos de finalizações e passes certos por minutos do que os companheiros Henrique Dourado e Fernando Uribe

Lincoln - Grêmio x Flamengo
Jovem marcou gol decisivo no duelo contra o Grêmio na Copa do Brasil (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

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Desde a parada da Copa do Mundo, o Flamengo vem tendo problemas na posição de atacante. Guerrero foi para o Internacional após o término de seu contrato, Henrique Dourado não mostra consistência e Fernando Uribe parece ainda não estar adaptado ao futebol brasileiro. A solução, porém, pode estar já dentro do clube: o jovem Lincoln se mostra como uma interessante alternativa quando entra em campo.

Até aqui, Henrique Dourado, que teve um bom início de ano no Campeonato Carioca, mas não conseguiu repetir a dose no Brasileirão, e Uribe, que ainda mostra certo desentrosamento com o restante do elenco, não conseguiram suprir essa necessidade do rubro-negro de um camisa nove que consiga contribuir com as jogadas e ser um bom finalizador.

Qual a função do atacante no Flamengo?
O principal setor do Flamengo é o meio-campo, principalmente na parte ofensiva, concentrando muita qualidade técnica com Diego, Éverton Ribeiro e Paquetá, que se entendem a cada partida que passa e são atletas capazes de criar muitas chances por jogo, oferecendo um leque de possibilidades aos outros jogadores.

Sendo – ao lado do Palmeiras – o terceiro melhor ataque do Brasileirão, o Flamengo pode concluir mais ao gol com tamanha qualidade no setor de criação. Com o próprio Guerrero esse ‘problema’ já acontecia, pois o peruano é marcado mais pela sua saída da área do que pelo poder de ser um grande finalizador.

No time do Flamengo, é essencial que o atacante saia da área, para criar algum tipo de triangulação ou permitir a entrada surpresa de outro jogador, confundindo a defesa adversária. Por outro lado, também é preciso possuir uma boa capacidade de finalização, aproveitando toda a criação que o meio-campo pode oferecer.

Lincoln é o mais participativo dos três
Nesse período desde a volta do Mundial, que vem sendo marcado por algumas dificuldades, Fernando Uribe é o atacante que ainda está no elenco que mais jogou, estando em campo em oito oportunidades. Henrique Dourado tem três partidas – sendo duas como titular – e Lincoln possui cinco aparições, sempre vindo do banco de reservas.

Em números, o colombiano participou de 553 minutos com a camisa do Flamengo no pós-Copa, finalizando 15 vezes, marcando um gol e dando uma assistência, além de trocar 88 passes. Sua média é de um chute a cada 36,8 minutos e um passe correto a cada 6,2 minutos. Importante ressaltar que em alguns jogos ele participou como um jogador pelos lados de campo, auxiliando o atacante principal.

Dourado, por sua vez, jogou menos, já que passava por um período de instabilidade, e contribuiu, em 169 minutos disputados, com uma finalização, um gol e 26 passes certos. Em média, o Ceifador toca a bola para outro atleta corretamente a cada 6,5 minutos.

Mapa de calor Lincoln
Mapa de calor de Lincoln mostra uma intensa movimentação, com foco no lado esquerdo (Foto: Reprodução/Sofascore)

Lincoln, por sua vez, participa das partidas apenas vindo do banco de reservas, entrando geralmente na reta final. Em 88 minutos, o jovem chutou seis vezes, marcou um gol e deu 15 passes certos. O camisa 29 finaliza uma vez a cada 14,6 minutos e toca a bola a cada 5,8 minutos.

Falando em números, o atacante oriundo das categorias de base está com uma grande vantagem em relação aos outros, já que possui uma relação mais produtiva entre finalizações, passes certos e tempo de jogo, o que representa as necessidades do clube da Gávea.

Os números comprovam que Lincoln consegue ser mais efetivo que Uribe e Dourado quando está em campo. Além de mostrar que possui estrela para aparecer em um momento decisivo, como foi na partida contra o Grêmio, na Copa do Brasil, o camisa 29 está em constante evolução desde o começo do ano. Geralmente quando entrava no Campeonato Carioca, mostrava certo nervosismo e isso resultava em erros de tomadas de decisões.

Base se mostrando como solução
Desde a efetivação de Barbieri, o treinador vem trabalhando melhor com alguns atletas que vieram da base e isso não é diferente com Lincoln. A evolução é notória: o jovem não apenas contribui com finalizações e passes, mas também se mostra inteligente saindo da área e criando espaços para os avanços de outros jogadores.

Paquetá celebra com Vinicius Júnior
Paquetá e Vinicius Jr são dois exemplos do bom trabalho de base do Flamengo (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Apesar do alto investimento feito em praticamente toda as posições, as categorias de base se mostram, até aqui, como o principal reforço do Flamengo no ano. Colecionando bons resultados nas categorias inferiores nos últimos anos, o sucesso está se refletindo na equipe principal.

Em um momento de muitos questionamentos na posição, seria válido apostar em algo que está dando muito certo em 2018: os jogadores criados na Gávea. Vinicius Junior, vendido ao Real Madrid, Léo Duarte, um dos líderes da defesa, e Lucas Paquetá, convocado para a Seleção Brasileira, são os exemplos de como esses atletas que vieram do próprio Flamengo podem ser úteis ao esquema do elenco profissional.

Sob a supervisão de Bernardo Cruz

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