Em nota, grupo de conselheiros pede mais transparência e critica processo adotado por diretoria do Flamengo

Grupo político "SóFLA" questionou o sistema de votação do Conselho Deliberativo e a prestação de contas da temporada 2020

Rodolfo Landim - Flamengo
Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

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Após o Flamengo convocar uma reunião com o Conselho Deliberativo para a aprovação do Balanço Financeiro de 2020, o grupo político "SóFLA" divulgou, nesta segunda-feira, uma nota oficial questionando processos da atual diretoria. A principal crítica é pelo sistema de votação adotado, restringindo a participação dos conselheiros a respostas de "sim" ou "não" por e-mail.

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Na nota publicada nas redes sociais, o grupo de conselheiros pede mais transparência e lamenta a “resistência à modernização” da diretoria. Além disso, o "SóFLA" destaca as reformas propostas feitas para facilitar a participação dos conselheiros na vida política do clube e que não foram votadas até hoje.

O grupo também questiona a falta de esclarecimento sobre o déficit de R$ 107 milhões apresentado no último balanço financeiro, enquanto a previsão em outubro de 2020 era de apenas R$ 23 milhões.

CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA:

“O SóFLA sempre lutou por reformas objetivando a efetiva participação remota de associados e Conselheiros em votações nos Poderes e Conselhos do Clube.

Tais reformas, sem dúvida, se mostram ainda mais urgente e necessárias nesse delicado momento de pandemia que estamos atravessando.

Não por outro motivo que o SóFLA apresentou, nos últimos anos, emendas visando a implementação de voto à distância e a realização de reuniões virtuais.

Contudo, o grupo não pode deixar de registrar sua preocupação com o formato da votação da prestação de 2020 pelo Conselho Deliberativo.

Entendemos que o modelo de votação proposto para aprovação das contas do Clube – “sim” ou “não” por e-mail, sem qualquer apresentação ou explicação aos Conselheiros – não é adequado diante da extrema importância do tema.

Ora, não será assegurado aos Conselheiros o direito de esclarecer suas dúvidas ou formular questionamentos?

A verdade é que, mesmo depois de um ano de pandemia e da apresentação de proposta de emenda visando a implementação de reuniões virtuais – até hoje não apreciada, em total descumprimento aos prazos estabelecidos no Estatuto -, o Clube nada avançou em termos de reformas estruturantes.

E não há qualquer justificativa para essa reiterada resistência à modernização do Clube e do Estatuto. Nesse tema, o Flamengo segue na contramão do progresso.

Outros clubes, mesmo antes da pandemia, já vinham realizando reuniões virtuais permitindo a participação simultânea de Conselheiros, o acesso remoto a apresentações sobre os temas em pauta, o debate virtual de ideias e a votação por meio de plataformas virtuais.

Porém, o Flamengo, descumprindo regras de transparência, segue o formato de votação em que os Conselheiros limitam-se a chancelar os pareceres apresentados.

Nenhum dos Conselheiros receberá qualquer esclarecimento sofre o déficit apurado no ano de 2020? Por que, mesmo depois de uma tardia readequação de orçamento no final de outubro de 2020, fechamos o ano com um déficit de 80 milhões a mais do que o readequado?

A readequação aprovada em outubro de 2020 previa um déficit de R$ 23 milhões. A aprovação do Orçamento significa a autorização/limitação que os sócios dão ao Executivo para o uso dos recursos do clube.

Menos de dois meses depois, as demonstrações financeiras (DFs) mostraram um déficit de 107 milhões.

Por que tamanha discrepância em tão pouco tempo? Já não era possível prever isso na readequação de outubro? Tamanha disparidade gera dúvidas sobre o cuidado com a gestão orçamentária.

O SóFLA não ignora o fato de que a pandemia impôs dificuldades e desafios aos gestores de entes privados, como é o caso do Flamengo. Mas é exatamente em razão disso que entendemos ser necessário um maior cuidado com o planejamento e execução do orçamento.

Essa mesma falta de cuidado, infelizmente, acabou se repetindo no orçamento de 2021, com previsão de receita de bilheteria de mais de R$ 100 milhões, no auge da maior pandemia da história da humanidade e sem qualquer horizonte próximo de retorno de público.

Orçamento divorciado da realidade não tem relação com pandemia, mas sim com total falta de cuidado com a gestão orçamentária.

Diante dessas premissas desalinhadas com a realidade é que votamos contra o orçamento proposto para 2021.

Em relação ao orçamento de 2020, gostaríamos também de entender porque as DFs não foram publicadas inicialmente com o parecer do Conselho Fiscal, como determina o Estatuto, pois é obrigação do Presidente do Conselho Diretor o envio ao Conselho Fiscal das demonstrações financeiras anuais no último dia de fevereiro.

Portanto, diante de todo esse cenário, o SóFLA não pode concordar com uma votação dessa magnitude, de forte impacto para o Clube, sem um debate minimamente qualificado.

É dever do Flamengo esclarecer essas e outras dúvidas que seus Conselheiros venham a ter, para que, de fato, possam votar com consciência, segurança e cientes dos atuais rumos do Clube.”

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