Diego Alves deixa futuro em aberto e avalia ‘Era do Flamengo’: ‘Valeu a pena’

Aos 37 anos, Diego Alves ainda tem futuro indefinido para a próxima temporada


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Seis temporadas, 217 jogos, 11 títulos e o nome marcado na história. Diego Alves encerrou sua passagem como goleiro do Flamengo neste sábado. Após a derrota para o Avaí, no Maracanã, o camisa 1 fez um balanço de sua passagem pelo clube da Gávea. Sobre o futuro, deixou em aberto. Só decidirá após curtir as férias com a família.

- No momento, eu penso em desfrutar com minha família. Foi um ano puxado de viagens. Dar uma desconectada, ainda não decidi. Quero decidir com calma. Uma decisão antecipada, com emoção, pode não ser a correta. Para janeiro, fevereiro, tomo uma decisão, Momento é de curtir, relaxar com a família. Minha decisão será pensada com calma. Vamos ver o que acontece - afirmou o camisa 1.

Diego Alves - Flamengo Dorival
Diego Alves fez último jogo pelo Fla (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Contratado em julho de 2017, Diego Alves se despede do Flamengo com 11 títulos e 217 partidas. Em meio a tantas conquistas, jogos marcantes e defesas de pênaltis, este sábado foi o mais especial.

- O dia de hoje... Para mim não tem preço, é um agradecimento por todos os dias trabalhados e a construção de tudo até hoje. Por tudo o que aconteceu. Nomear um título ou defesa não teria importância aos demais. Hoje foi um dos dias mais especiais da minha vida.

Neste domingo, Diego Alves ainda viverá uma última emoção como jogador do Flamengo: participará do desfile do elenco, em comemoração  aos títulos da Copa do Brasil e da Libertadores, no Centro do Rio de Janeiro. Uma despedida digna para o camisa 1.

Veja outras respostas de Diego Alves após a despedida do Flamengo:

EMOÇÃO DA DESPEDIDA

Já vem de dias com esse término, tudo o que representa a despedida. É o fim do ciclo vitorioso, fico muito feliz de poder participar de uma era. Cinco anos e meio, o que foi construído nesse tempo nos deixa feliz, grato. Agradecer ao Flamengo por proporcionar esse momento que poucos jogadores têm. Foi de um valor enorme, todo carinho que venho recebendo. Dias de emoção.

Dentro do vestiário, passou um filme na cabeça, olhando os companheiros, todos prestigiando, é um dia especial e como falei. Só agradecer ao presidente Landim, aos demais do clube, rouparia, CT, toda estrutura. Fico muito feliz porque é um ciclo que termina vitorioso, bem trabalhado. Me doei o máximo, nunca atrapalhar, sempre ajudar.. Isso que fica. Legado para os jogadores. O ambiente facilita bastante o dia a dia.


TÍTULOS NO FLAMENGO


Cheguei no meio de 2017, no final tive uma lesão na clavícula. Fiquei fora da Sul-Americana, estávamos começando uma construção. Tinha eu, Diego, Everton Ribeiro, Rodinei. Todos ficam impacientes com derrotas, mas para se tornar vencedor é preciso. Em 2018, a primeira grande contratação foi o Vitinho, e víamos o esboço do que seria o Flamengo, preparado nos anos anteriores. Batemos na trave no Brasileirão, na Copa do Brasil. Uma frase que o Dorival sempre fala, é de que o clube estava preparado para ganhar títulos.

2019 veio, contratações importantes, e, no meio do ano, vieram consagrados que participaram disso. Acho que isso tudo faz com que a história recente seja bem trabalhada como foi. O Marcos (Braz) foi especialmente importante para minha manutenção em 2019. O Abel Braga também, sensacional. Precisamos ser gratos a essas pessoas. Se hoje estou comemorando, é por eles. Rodrigo Caetano também. Especialmente Braz, Landim e Abel Braga.

Chegou o Jorge (Jesus) e a partir daí vimos que o clube poderia dar passos grandes. A eliminação da Copa do Brasil, mas tínhamos confiança. A partir daí, a história foi escrita e todos já conhecem. Feliz de participar. O Flamengo soube esperar sua hora para colocar o clube onde merece.


CHORO EM CAMPO

Na Supercopa me emocionei bastante. Estou ficando mais velho e mais emotivo. Hoje era especial, por mais que programe tudo, é impossível. Quando está se trocando, vem a lembrança de tudo. Foi um ciclo muito importante e vitorioso. Todos estavam emocionados. Cada um sente da maneira. O dia a dia do jogador é muito difícil. Somos muito exigentes, nos cobramos, e vivemos um momento de pressão. Ou você presta ou não presta. Quando sai do campo, no último jogo, não tem como não se emocionar. No meio do campo, ser reverenciado e aplaudido por 63 mil, me senti acolhido pelos 42 milhões. Sei que são gratos e também sou por ter tido a oportunidade de vestir a camisa.

PERCEPÇÃO DO FLAMENGO


O que está acontecendo com o Flamengo, preciso nem falar. Jogadores que vieram, querem voltar. Isso de hoje é importante também. É difícil ver uma homenagem como essa, tão simbólica. Não temos noção do que foi construído. A repercussão do Flamengo é enorme, de dimensão mundial. É uma experiência única. Não tem como falar. Viver o dia a dia é completamente distinto de falar. A pressão é muito grande. Quem puder vir vai encontrar um clube estruturado, com jogadores que têm sede de ganhar sempre, foi o que fez trazer esses jogadores até aqui. Vai continuar. Famintos por título, o que move o clube e a torcida. O Flamengo é uma potência incrível.

MOMENTOS MAIS CRÍTICO

O Flamengo é um clube que mexe com a emoção do torcedor. O que não pode acontecer é a mentira ser transformada em verdade. Isso é o maior problema. O que machucava eram invenções de grupo, panela. Todos se respeitam, gostam, e a mentira não pode se tornar verdade. A mentira tem maior proporção. Nós, jogadores, sempre tratamos todos com caráter e verdade. Foi assim desde que cheguei. Vi jogadores tristes por ter que reverter situação de mentira. Os jogadores que ficam são de caráter. Nunca vi times campeões sem rumo. Quem faz as coisas certas, as conquistas vêm. O respeito e aprendizado que ficam são esses. Passamos seis meses bem difíceis, e se não fosse um grupo experiente, de caráter, não conseguiríamos reverter e terminar o ano com dois títulos como terminamos.

O QUE LEVA DO FLAMENGO?

Levo o carinho da torcida. O que recebo de obrigado na rua. Isso não tem preço. É o reconhecimento do trabalho. Valeu a pena ter deixado 10 anos na Europa para desfrutar um novo desafio. Valeu muito a pena.

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