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Venda de joia do Corinthians envolveu quitação de dívida; ex-presidentes trocam acusações

Augusto Melo e Duílio Monteiro Alves publicaram notas oficiais com críticas às gestões e explicaram venda do atacante Pedro ao Zenit

Pedro (Pedrinho) Corinthians x Red Bull Bragantino - Brasileirão Sub-20
imagem cameraPedro em ação pelo Sub-20 do Timão (Foto: Rodrigo Gazzanel / Agência Corinthians)
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Ulisses Lopresti
São Paulo (SP)
Dia 31/08/2025
15:07

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Em nota oficial, o ex-presidente do Corinthians Augusto Melo, que sofreu um impeachment e foi deposto do cargo, se posicionou sobre o caso da negociação do atacante Pedro, joia da base alvinegra, que foi vendido em 2023 ao Zenit, da Rússia, e depois teve o restante do seu percentual também negociado pelo alvinegro.

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A situação ganhou contornos polêmicos quando foi constatado que o Corinthians vendeu 30% do passe de Pedro no ano passado e agora não poderá lucrar R$ 66 milhões com a venda do jogador da Rússia para o Al-Ittihad, da Arábia Saudita. A negociação dessa fatia mantida foi feita sob a gestão Augusto Melo, enquanto a venda inicial do atacante doi em 2023, com o comando de Duílio Monteiro Alves. O ex-dirigente explicou e se defendeu de que teria feito a negociação “na surdina”.

Melo inicia destacando que a venda dos 30% foi feita com o objetivo de tentar reequilibrar as contas do alvinegro e abater de uma dívida história que o Corinthians tem com empresários de futebol, entre eles Fernando Garcia, dono da agência Elenko Sports, que administra a carreira do atacante de outras ex-joias da base alvinegra.

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Quando Augusto Melo procurou o Fernando Garcia e o Zenit para a venda dos 30%, o objetivo era quitar a dívida acumulada do Corinthians com a agência de atletas e que o clube russo pagasse um valor a mais pela negociação complementar à anterior, feita ainda no comando Duílio Monteiro Alves como presidente. Ao portal “ge” a Elenko confirmou que havia uma dívida e que o dinheiro da venda dos 30% de Pedro foi abatido do montante. As cifras, porém, foram mantidas em sigilo.

- Como sempre foi de conhecimento público, as dívidas que o Sport Club Corinthians Paulista tinha com empresários de jogadores de futebol eram astronômicas. A gestão do presidente Augusto Melo fez o possível e o impossível para que pudesse arcar com esses valores, deixados por gestões anteriores. O valor da porcentagem do atleta Pedro foi negociado com o empresário Fernando Garcia e o clube em que o atacante atuava. Valores estes que foram abatidos da enorme dívida do Corinthians com a Elenko Sports - diz Augusto Melo em nota.

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O ex-presidente ainda destaca que toda a negociação sobre a venda do restante do passe do atacante passou pelos departamentos jurídicos e financeiro e garantiu que nenhuma decisão do presidente passava sem anuência dos setores.

Melo citou uma outra publicação feita por Duílio Monteiro Alves, onde o também ex-presidente cita que Augusto não teria sido transparente. A nota oficial de Augusto Melo afirma que a responsabilidade de explicar a venda de Pedro e outros atletas do clube é da gestão anterior. Classificou-as como “obscuras” e uma “herança maldita”.

- Diferente do que foi dito pelo ex-presidente, nada foi escondido ou feito na surdina. O ex-presidente que precisa explicar como fez todas essas vendas obscuras de atletas das categorias de base. Por essas e outras que as contas dessa gestão precisam ser abertas para que tudo seja muito bem esclarecido. Augusto Melo sempre prezou pelo Clube e por pagar as dívidas que foram adquiridas por pessoas que estiveram no poder antes dele. Os departamentos responsáveis faziam de tudo para arcar com essa herança maldita que foi deixada - diz a nota oficial de Augusto Melo.

Em suas redes sociais, Duílio afirma que fará um requerimento ao Conselho Deliberativo do clube para divulgar as informações da negociação do atacante em 2023, sob sua gestão. A posição dos ex-presidentes corroboram com o cenário de que o Corinthians não tinha uma dívida com Zenit em si, mas sim com a Elenko Sports, um montante que foi quitado.

- Farei um requerimento ao Conselho Deliberativo a fim de que essa informação seja esclarecida e que não se usem desculpas esfarrapadas para encobrir e justificar decisões totalmente lesivas - diz Duílio, que cutuca a segunda negociação, comandada por Melo em 2024.

➡️ Venda de joia na gestão Augusto Melo impede Corinthians de receber R$ 66 milhões

Pedro (Pedrinho) - Treino Corinthians
Pedro foi vendido pelo Corinthians em 2023. (Fotos: Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

Outros atletas envolvidos na negociação

Em 2022, quando o Corinthians contratou Yuri Alberto do próprio Zenit, a negociação envolveu outros nomes de jovens formados na base corintiana. Para assinar com o atacante, o Corinthians envolveu Mantuan, Du Queiroz, Ivan, Robert Renan e o próprio Pedro nesse acordo. Os percentuais do que foi cedido ao Zenit desses jogadores nessa negociação variou de atleta para atleta.

Desses, Pedro, Robert Renan, Ivan e Pedro eram atletas da Elenko Sports. Os termos completos dessa negociação nunca foram reveleados. O alvinegro ainda desembolsou 25 milhões de euros por 50% do atacante e pagou aos russos. O clube paulista estimou que o pacote de jogadores cedidos valia à época 12,5 milhões de euros.

Corinthians fica sem valor milionário

Havia uma expectativa do Corinthians faturar com a transferência de Pedro saindo do Zenit, da Rússia, para o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, porque mantinha 30% do passe do atleta, percentual acertado em 2023, quando o jovem atacante saiu para o futebol russo. Na ocasião, a venda foi de 9 milhões de euros, R$ 46,7 milhões na época. Agora, o time russo negocia a saída do brasileiro por 35 milhões de euros, cerca de R$ 222 milhões na cotação atual.

O Corinthians não possui mais nenhuma porcentagem de Pedro e a equipe brasileira deve receber apenas 2,5% da negociação, percentual estabelecido pelo mecanismo de solidariedade da Fifa, que distribui parte dos valores de transferências aos clubes responsáveis pela formação do atleta entre os 12 e 18 anos. Isso representa 875 mil euros, ou R$ 5,5 milhões. A venda inicial foi feita em 2023 por Duílio Monteiro Alves. Mas a porcentagem foi negociada pelo Corinthians ainda sob gestão de Augusto Melo, no ano passado.

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