Dom Quixote, tanque e andar de gatas: Vítor Pereira deu o que falar após vitória do Corinthians

Sem faltar com respeito, o treinador do Timão elucidou a questão do Dérbi e o time titular na coletiva depois do triunfo contra o Fortaleza pelo Brasileirão

Vítor Pereira -  Corinthians
Vítor Pereira durante a vitória do Corinthians contra o Fortaleza (Foto: Rodrigo Coca)

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Vítor Pereira estava afiado na entrevista coletiva após a vitória por 1 a 0 contra o Fortaleza, pela quarta rodada do Brasileirão. Sem papas na língua, o treinador do Corinthians foi direto e reto nas respostas, com referências a Dom Quixote e tanques de guerra.

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O triunfo contra o Leão do Pici foi o primeiro do lusitano depois de se recuperar da Covid-19. Vítor iria conceder uma coletiva no CT Joaquim Grava na segunda-feira (25), após a derrota por 3 a 0 no clássico contra o Palmeiras. Contudo, o técnico testou positivo para Covid-19.

Dessa forma, ele ficou afastado da partida contra o Boca Juniors na Neo Química Arena, e todos os treinos que antecederam o duelo contra os atuais campeões da Copa do Nordeste e Campeonato Cearense.

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Como não pôde dar a sua versão dos fatos na derrota diante dos comandados de Abel Ferreira em razão do silêncio adotado pelo Timão no final de semana do Dérbi, muitos ficaram com a sensação de que Vítor havia poupado suas principais peças para o jogo, e ele recebeu críticas por isso.

No entanto, na coletiva da partida contra o Fortaleza, Vítor Pereira rebateu as pessoas que disseram que ele não sabia o peso de um Dérbi, e explicou que o elenco passou por uma semana em que alguns jogadores sofreram com gripe e problemas respiratórios.

- Eu não sei o que é um Dérbi? Eu já saí de um estádio num tanque, para ir direto ao aeroporto, na Turquia. Sabes quantos Dérbis joguei pelo mundo? Não brinquem comigo. Pensei, para jogar contra o Palmeiras, em poupar na Copa do Brasil. Tivemos vários casos de gripe, doentes, dor no corpo, febre… Quer dizer, quando fomos contra o Palmeiras, a intenção era chegar com a força máxima, mas tivemos que ver quem poderia jogar - disparou.

O português mais uma vez deixou claro que é impossível estabelecer uma equipe titular, e por isso vem adotando um rodízio nas partidas do clube, com o intuito de preservar fisicamente seus atletas para o clube competir sempre no mais alto nível.

- Quando dizem assim: 'vai (jogar contra) o Palmeiras e não leva o time titular'. Que time titular? Mas que titulares, meus amigos? Quem é titular nesta equipe? Eu pergunto assim: como é que podemos ir contra o Palmeiras ganhar com o time titular e depois temos que ganhar do Boca Juniors, em casa, passados três dias? Estaríamos andando de gatas (rastejando). Só que as pessoas não entendem isso, ou não querem ver - afirmou.

Outro ponto que chamou a atenção na coletiva do lusitano foi o questionamento sobre o Corinthians estar ou não praticando o estilo de jogo que ele deseja com três meses de trabalho.

O treinador voltou a falar da complexidade do calendário brasileiro, disse que a equipe vai melhorar, mas pediu para a imprensa e torcida não serem imediatistas na cobrança de resultados e desempenho, pois só um Dom Quixote pensaria ser possível pressionar o jogo todo e sempre se sobressair em relação ao seu adversário.

- Com o tempo, vamos subir de patamar. Temos que nos manter vivos nas competições, mas não me peçam para ganhar todos os jogos, pois "somos o Corinthians". Não sejam Dom Quixotes, fazer "assim" (estalar de dedos) e somos melhores do que eles. Vamos colocar os pés no chão e construir o futuro com paciência - ponderou.

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