1º de abril! No dia da mentira, o L! esclarece situações falsas envolvendo o Corinthians

Temas como atraso salarial e negociações envolvendo chegadas e saída de atletas sempre são pratos cheio para ‘fake news’

Neo Química Arena - Climão Corinthians x Guarani
Arena construída com dinheiro público é maior fake news envolvendo o Timão (Foto: Felipe Szpak / Ag. Corinthians)

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Estádio com dinheiro público, salários atrasados, contratação e venda de atletas... todos os dias esses temas são levantados pelo menos uma vez no Corinthians. Desmenti-los cotidianamente é reforçar inverdades. Mas se há um dia para esclarecer esses pontos é o 1º de abril.

Na tradicional data em que se comemora o Dia da Mentira, a reportagem do L! esclarece alguns fatos mentirosos que de tanto repetiram se tornaram verdades para alguns torcedores corintianos.

SALÁRIOS ATRASADOS

O Corinthians está longe de viver o seu melhor momento financeiro, o que dá margem para que mensalmente pipoquem informações falsas sobre dívidas salariais com o elenco, o que está longe de verdade.

Mesmo tendo herdado uma dívida próxima a R$ 1 bilhão, e em um ano à frente do clube alvinegro não ter conseguido reduzir o valor, a atual diretoria corintiana tem arcado o compromisso com os atletas sem atrasos desde agosto do ano passado.

No fim da gestão anterior, comandada pelo ex-presidente André Sánchez, o Timão chegou a dever quatro meses de salários aos seus jogadores. Já na administração atual, a única vez que atrasos foram registrados foi em agosto do ano passado, quando os salários de julho foram pagos somente no fim do mês seguinte.

A equipe corintiana chegou a dever por mais tempo os jogadores das categorias de base, que ganham uma ajuda de custo. As pendências tiveram problemas no fluxo durante três meses e foram acertadas em setembro, parte no dia 15 e o restante cinco dias depois.

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DÍVIDA COM PAULINHO

Paulinho - Corinthians
Desde o seu retorno ao Corinthians, Paulinho marcou três gols em 14 jogos (Foto: Rodrigo Coca/Ag.Corinthians)

E quando falamos que o todo o elenco do Corinthians está com os salários em dia, estão inclusos nomes como Paulinho e Willian, que tiveram as suas contratações condicionadas a parceiros que pagariam os salários dos atletas.

Se o Timão até aqui não teve problemas com a Socios.com, plataforma de votação e recompensas para torcedores, que está no projeto do Fan Tolken do Timão e arca com os vencimentos de Willian, o clube alvinegro está tendo dores de cabeça com o Grupo Taunsa, empresa de agronegócios que se responsabilizou a viabilizar financeiramente os salários do meia Paulinho, mas tem atrasado o repasse, já no primeiro trimestre da parceria.

O Corinthians mantém o acordo com a empresa e aceitou a justificativa dada pelos representantes da Taunsa de que o pagamento não foi feito por problemas no fluxo de caixa, mas que o valor seria depositado nos próximos dias. No entanto, o clube está de olhos abertos para a instituição, principalmente após matéria divulgada pela ESPN que aponta abandono no local informado como sede da empresa, na cidade de Araçatuba, interior de São Paulo, e diversas outras divergências burocráticas e ausências financeiras em que o grupo está envolvido.

Publicamente, o presidente Duílio afirmou que mantém relações com a Taunsa, e que vê os atrasos com naturalidade no mundo corporativo, mas já há uma atenção interna, através dos Departamentos Financeiro e Jurídico do Timão, para buscar uma compensação da empresa em caso de novos calotes ou ruptura de contrato unilateral no futuro.

Sendo assim, se pode haver alguma parte que mentiu nesse tramite é a própria Taunsa.

Mas o Corinthians, mesmo tendo sido lesado com o não pagamento até agora, se viu precavido em bancar os salários de todos os atletas do elenco, inclusive Paulinho, prevendo o orçamento com esses jogadores incluso. O clube, portanto, prevê os salários mensalmente com o elenco inteiro na folha e trata o valor acordado como entradas a parte, correndo o risco de ter que arcar com os vencimentos em casos de ausências de pagamentos, como é o caso da Taunsa atualmente.

CHEGADA DE CAVANI, SUÁREZ E PEDRINHO


A contratação de Maycon tem tudo para ser a última do Corinthians neste primeiro semestre. Através de uma promessa de viabilização financeira do próprio Grupo Taunsa, o Timão chegou a sonhar com nomes de peso, como os centroavantes uruguaios Edinson Cavani, do Manchester United, da Inglaterra, e Luís Suázrez, do Atlético do Madrid, da Espanha.

Ambos estão na reta final dos seus contratos, que se encerram no meio deste ano, e já possuem uma idade mais avançada. Ainda assim, Suárez nem quis escutar o contato corintiano, pois não se sentiu atraído pelo mercado Sul-Americano, diferentemente de Cavani, que chegou a considerar jogar no Brasil, para ficar mais próximo do seu país natal, mas a opção por cumprir o contato com o United atrapalhou os planos corintianos.

Hoje, a proximidade da estreia na Libertadores, que acontece nesta terça-feira (5), contra o Always Ready, na Bolívia, e que tem o prazo para inscrições encerrado no sábado (2), além da chegada de Júnior Moraes, faz com que a diretoria corintiana não sonhe mais com a dupla de uruguaios badalados.

Outro nome que chegou a ficar próximo do Corinthians é do atacante Pedrinho, que está refugiado do conflito entre Rússia e Ucrânia, no leste europeu. Os representantes do atacante chegaram a conversar com os do Timão, mas preferiram priorizar a Europa, principalmente após uma investida do Wolverhampton, que disputa a Premier League, na Inglaterra.

Pedrinho permanecerá no Brasil até abrir a janela de transferências no meio do ano e buscar uma nova equipe para jogar, que dificilmente será o Corinthians.

SAÍDA DE LUAN

Luan - Corinthians x Botafogo-SP - Paulistão 2019
Luan marcou nove gols em três temporadas pelo Timão (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)

Contratado em 2020 com status de estrela, mesmo já não vivendo boa fase, o atacante Luan é o típico caso de expectativas que não foram atingidas.

Como o atleta era torcedor corintiano na infância, o Timão comprou a ideia de recuperar o camisa 7 mantendo o padrão do atleta o mesmo de 2016 e 2017, quando ele foi um dos destaques no inédito ouro olímpico do Brasil, conquistou Copa do Brasil e Libertadores pelo Grêmio e foi considerado o Rei da América.

Dois anos depois, Luan se tornou um abacaxi duro de se descascar para o Corinthians, e geralmente o nome do atleta está envolvido em situações de possíveis negociações, trocas ou até empréstimos.

Com contrato até o fim do ano que vem, o Corinthians sabe que terá prejuízo no jogador, principalmente porque não encontra interessados.

Luan é um ativo altamente negociável do Timão, e os burburinhos de clubes interessados não passam de factoides.

Caso apareça uma proposta vantajosa para o clube alvinegro, até mesmo de empréstimo, para desonerar a folha salarial, a equipe dificilmente irá se opor. No entanto, enquanto isso não há nada e o Luan segue no elenco corintiano.

ESTÁDIO COM DINHEIRO PÚBLICO

A construção da Neo Química Arena com dinheiro público pode ser considerada a maior fake news envolvendo o Corinthians nos últimos anos.

O Timão recebeu um aporto de R$ 400 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Caixa Econômica Federal, por conta do programa ProCopa Arenas, que contou com taxas diferenciadas para viabilizar a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.

O Corinthians paga nutre até hoje uma dívida com a Caixa, que chegou a levar o CNPJ da Arena Itaquera, cadastro que aparece como sociedade do Corinthians pelo estádio, até ao cadastro de inadimplente do Serasa, em 2019.

De lá para cá alguns acordos foram feitos entre o Timão e o banco Federal, e a dívida se encontra R$ 569 milhões. Desses, R$ 300 correspondem ao pagamento parcelado que a Hypera Pharma paga pelo naming rights da arena.

O último acordo, costurado em 2020, prevê que as parcelas comecem a ser pagas pelo Corinthians no fim deste ano, mas o clube negocia um novo período de carência, para iniciar o pagamento no ano que vem.

As parcelas serão pagas até 2040, quando também se encerrará o pagamento pelo nome do estádio. Inicialmente o acordo era de financiamento até 2028, mas o parcelamento foi estendido pela Caixa.

Ainda assim, o Timão pagará um valor superior à dívida, por conta das correções monetárias e do reajuste anual de 3,4%.

O Corinthians também chegou a ter uma dívida com a Odebrecht, construtora do estádio, mas foi paga com os R$ 420 milhões recebidos referentes ao Certificado de Incentivo ao Desenvolvimento, que são incentivos fiscais que a prefeitura da cidade de São Paulo dá para fomentar o investimento em infraestrutura nos bairros da Zona Leste paulistana, região onde fica localizada a Neo Química Arena.

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