Corinthians sonhou com Tite, fez proposta para Mano, teve ‘coro’ por Luxa e agora discute sobre Roger

Após duas negativas, nome de Machado é o principal em pauta, mas possui desconfiança interna


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A diretoria do Corinthians está perdida na busca por um novo treinador. Após as recusas de Tite e Mano, a "bola da vez" é Roger Machado. O técnico está disponível no mercado e já sinalizou positivamente ao interesse, mas o departamento de futebol corintiano ainda não está convencido que ele é o nome ideal.

O Timão está na "caça" ao novo técnico desde a última terça-feira (25), quando Cuca sinalizou que deixaria o cargo após o duelo contra o Remo, pela Copa do Brasil, no dia seguinte, independentemente da classificação, ou não, da equipe. A vaga veio nos pênaltis, e com isso houve a tentativa de convencer o profissional a ficar no clube, mas ele já estava decidido a sair.

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Com a confirmação da saída de Cuca, a diretoria do time alvinegro voltou ao mercado em busca de um substituto. No dia anterior alguns contatos já haviam sido feitos, mas como o martelo sobre o pedido de demissão do ex-treinador ainda não havia sido batido, eles não passaram de conversas informais.

Um desses papos foi com uma pessoa ligada a Vanderlei Luxemburgo, onde foi dito que em caso de saída de Cuca, o diálogo seria retomado, mas isso não aconteceu por dois motivos: uma nova aposta por Tite e a resistência do presidente Duílio Monteiro Alves. Ainda que haja um "coro" interno no Timão, que é forte pela contratação de Luxa, o mandatário corintiano não sente confiança nos trabalhos recentes do treinador. Porém, ele concorda que Vanderlei tem o perfil de profissional respeitado e com boa gestão de elenco que é esperado pelo clube alvinegro.

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Luxemburgo deu um recado para o elenco, mostrando que a cobrança será intensa no Cruzeiro
A ausência de grandes trabalhos de Luxa faz com que Duílio tenha desconfiança no nome dele para assumir o Corinthians (Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro)

O Corinthians, então, foi atrás de Tite, o grande sonho. Considerado uma unanimidade no Parque São Jorge, ele seria a opção ideal para amenizar as críticas externas e o momento de desconfiança do elenco para com a diretoria, já que os jogadores estão se sentindo expostos com a ausência de comando. Ainda que Adenor houvesse recusado a proposta corintiana na semana anterior, quando o Coringão tentou ele para substituir Fernando Lázaro, o nome foi levantado novamente pela diretoria, que tentou apostar no apego sentimental para convencê-lo.

Tite - Mundial 2012 (Foto: Ricardo Nogueira/Folhapress)
Conquistas da Libertadores e Mundial pelo Corinthians em 2012 colocaram Tite na galeria dos ídolos do Timão (Foto: Ricardo Nogueira/Folhapress)

O momento de crise institucional do Timão foi explicado para Tite, assim como o fato dele ser considerado o único possível a chegar sem resistência e resolver os problemas. Foi até falado com a esposa do treinador, Rosmari, para quem ele havia prometido que não trabalharia no Brasil. O técnico ficou sensibilizado com a situação e mal em negar novo convite do clube que ele considera o grande responsável por tornar possível a sua carreira internacional.

Tite chegou a pensar na proposta até sexta-feira (28), mas logo no início da manhã respondeu negativamente de novo. Isso porque, em conversa com o seu estafe, foi informado que tinha uma proposta interessante na mesa para trabalhar na Europa e que seria a melhor chance dele realizar o sonho de desenvolver um trabalho no Velho Continente.

Sabendo que não teria o novo técnico a tempo do clássico contra o Palmeiras, que aconteceu no último sábado (29), a direção corintiana conteve a pressa e partiu para a segunda opção: Mano Menezes. Empregado, no Internacional, o Timão estava disposto a pagar a multa rescisória de R$ 1 milhão para tirá-lo do clube gaúcho. No entanto, após algumas conversas com a direção do Colorado, Mano decidiu permanecer no Sul do Brasil. Ele não quis deixar o clube gaúcho pelas portas do fundo e ficar marcado negativamente por lá.

Para entrar em contato com Mano, a direção corintiana precisou, inclusive, conter o orgulho, pois o técnico é rompido com Roberto de Andrade. Diretor de futebol do clube alvinegro até o mês passado, ele foi o responsável por não renovar com Menezes quando assumiu a presidência corintiana, no início de 2015. Atual mandatário, Duílio Monteiro Alves não tem uma relação tão grande de divergências, mas não é tão próximo do técnico gaúcho, por conta da aproximação que tem com Roberto.

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Mano Menezes decidiu ficar no Internaciona, mesmo com proposta do Timão (Foto: IMAGO/Sports Press Photo)

Com a segunda negativa, a diretoria corintiana viu o seu planejamento afetado. Vanderlei Luxemburgo segue tendo os seus adeptos, mas continua tendo resistência de Duílio, o que é acompanhado pelo gerente de futebol Alessandro Nunes. Após receber o "não" de Mano, o departamento de futebol fez consulta para técnicos estrangeiros, mas os considerou caros e longe de um custo-benefício que agradasse.

Roger Machado, então, entrou em pauta. Ele recentemente trocou de agente, e o atual representante tem feito contato com a direção do clube desde a confirmação da saída de Cuca. O Corinthians, então, não havia evoluído, mas foi convencido a avançar nas conversas porque tinha na possibilidade de contratação do treinador a chance de passar uma mensagem diferente para a sociedade, após as críticas pela contratação de Cuca, mesmo sabendo da condenação por atentado ao pudor com uso de violência contra uma garota de 13 anos, no fim da década de 80, na Suíça.

Roger Machado - Grêmio
Bola da vez no Timão, Roger teve o seu último trabalho no Grêmio (FOTO: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA)

As conversas se iniciaram poucas horas antes do clássico entre Palmeiras e Corinthians, no qual o Timão foi derrotado por 2 a 1, e não evoluíram após o jogo. Há a expectativa que elas retomem neste domingo (30), ainda na esperança corintiana de ter um treinador a tempo do jogo contra o Independiente del Valle, do Equador, marcado para esta terça-feira (2), pela Libertadores, na Neo Química Arena. Como perdeu em casa para o Argentinos Juniors, há duas semanas, pela competição continental, um novo revés pode complicar muito a equipe.

Ainda assim, estão previstas mais discussões internas em relação a Roger, já que ele não possui o perfil de trabalho desejado pela diretoria, que quer um profissional com currículo vitorioso e que comande o vestiário.

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