Após 12 anos, Jô volta ao topo, leva 2º Brasileirão pelo Corinthians e já projeta a Libertadores de 2018

Atacante brilha com dois gols no jogo do título, contra o Fluminense. Agora, ainda há um objetivo final para a temporada: ser artilheiro do campeonato pela primeira vez

Jô, no jogo do título
Luis Moura / WPP

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O que acontece em 12 anos? Os amantes de esportes, por exemplo, vão logo lembrar de três Copas do Mundo ou de três Olimpíadas. Para quem gosta de política, o que vêm à cabeça são as três eleições presidenciais no Brasil. Já para o atacante Jô, a resposta com certeza é sua sua reviravolta que foi coroada com o segundo título brasileiro pelo Corinthians, 12 anos depois do primeiro. Da campanha de coadjuvante em 2005 (quatro gols em 25 jogos) ao protagonista. Um líder dentro e fora do campo.

O jogo que selou o hepta não poderia ter sido mais perfeito para Jô: dois gols na vitória de virada sobre o Fluminense, em Itaquera, seu "berço". Simbólico para o atacante, artilheiro do Brasileirão com 18 gols a três rodadas do fim e que já avisou: vai ficar para buscar a taça da Libertadores em 2018.

- Vou buscar mais um título no ano que vem, vou ficar aqui no Corinthians, quero ter o gostinho de conquistar a Libertadores aqui no Corinthians também. Eu amo esse clube. Já levei uma vez (a Libertadores, pelo Atlético-MG, em 2013), mas quero levantar esse título no ano que vem - avisou o atacante.

Da conquista de 2005 até a de 2017, a vida de Jô teve mais altos e baixos do que uma montanha-russa. O atacante foi para o futebol europeu, quase chegou ao fundo do poço após sua volta ao Brasil, ganhou a Libertadores, esteve na Copa do Mundo de 2014, aventurou-se nos Emirados Árabes Unidos e na China, ficou cerca de seis meses sem jogar e retornou ao Timão para ter um ano praticamente perfeito.

Quem ouviu as histórias de Jô sobre as noitadas em Porto Alegre e Belo Horizonte duvidava que o atacante voltaria a ter um ano de glórias como 2017. Mas o Corinthians apostou no jogador, cria do Terrão e até hoje o mais novo a defender o clube, com 16 anos, três meses e 26 dias.

E não demorou para a aposta dar lucros. Hoje aos 30 anos, o atacante virou exemplo no elenco, foi o goleador da equipe na conquista do Paulistão e agora briga pela artilharia do Brasileirão. Ele ainda é o jogador de linha que mais atuou nesta temporada: 62 vezes, sendo 32 pelo campeonato nacional.

- Estou muito feliz. Primeiro, pelo título, agradeço a Deus. Ficar na história do clube como primeiro artilheiro do Brasileiro é maravilhoso. Mas o título é maravilhoso para essa torcida, que merece. Quem tem fé em Deus nunca pode desistir. A equipe oscilou, mas coroamos com o título - comemorou.


Com o título, Jô coroa seu retorno ao clube que o revelou. Mas a temporada não acabou para o atacante, que ainda pode deixar seu nome gravado na história do Corinthians por outro motivo: fazer o Timão ter pela primeira vez o artilheiro do Brasileirão. Vai conseguir? Depois de tudo que ele já superou, é difícil alguém duvidar...

Montanha-russa de Jô em 12 anos

Após ser campeão brasileiro pela primeira vez, o atacante cria do Terrão foi para o futebol europeu ainda aos 18 anos. Destacou-se pelo CSKA (RUS), mas depois ficou longe de ter o mesmo desempenho por Manchester City (ING), Everton (ING) e Galatasaray (TUR). Mas o pior estava por vir...

Na volta ao Brasil em 2011, para o Internacional, Jô quase colocou tudo a perder. Entregue ao álcool, como o próprio atacante admite com tranquilidade, ele sabe que viveu a pior fase da sua vida e agradece por não ter acontecido nada de grave.

De Porto Alegre, onde deixou saudades apenas às casas noturnas, Jô seguiu a Belo Horizonte para defender o Atlético-MG. Ele ainda teve problemas extracampo por lá, mas foi importante na conquista da Libertadores em 2013.

Com a imagem desgastada no futebol brasileiro, mesmo após ter se tornado evangélico, Jô foi ter uma vida mais tranquila no exterior. Atuou pelos modestos Al-Shabab (EAU) e Jiangsu Suning (CHN) e foi contratado pelo Corinthians no segundo semestre de 2016 mesmo sem poder jogar até 2017. Nesta temporada, ele mostrou que sua fase na montanha-russa é de apenas subidas.

- Deus faz coisa que a gente não imagina. Conheço meu futebol, mas não esperava um ano assim. Mas teve Kazim, Clayson, Camacho, quem não jogou muito foi importante e merecedor nos treinos. Só quem está no dia a dia sabe quanto é importante. Agradecemos o torcedor, em momento difícil, com vantagem diminuindo, colocaram 32 mil em treino - disse Jô, que mantém vivo o sonho de voltar à Seleção.

- Vivi a Seleção, sei como é importante chegar lá devido ao bom trabalho, como tenho feito. Tenho esperança até a última convocação, sei que o Tite olha. Tenho esperança de jogar uma Copa e vou continuar trabalhando assim até o último dia - encerrou.

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