Especialista prevê dificuldades para o projeto Botafogo S/A em 2020
Executivo que participou de estudo financeiro patrocinado pelos irmãos Moreira Salles projeta dificuldades para transição do futebol do Alvinegro para o modelo empresarial
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A pandemia do coronavírus pode ter impactos no projeto Botafogo S/A, plano de transição do futebol profissional do Glorioso para o modelo clube-empresa e principal esperança de recuperação financeira da instituição. Em entrevista ao canal do jornalista Thiago Franklin, nesta quarta-feira, o executivo Alex Rangel, um dos responsáveis pelo estudo da Ernst & Young, patrocinado pelos irmãos Moreira Salles, previu que os efeitos do abalo na economia mundial devem adiar os planos da diretoria alvinegra.
– Ainda não temos uma visão clara da amplitude, nem da duração dessa crise iniciada com o COVID-19. Dificilmente teremos um cenário favorável no curto prazo. No caso do Botafogo, que vive uma situação financeira mais difícil, terá que ser tratado no dia a dia. O Montenegro já deu declarações de que o clube está respirando por aparelhos. É preciso levar adiante até o Segundo semestre ou mesmo até 2021, para que essas discussões de como será estruturado o Botafogo S/A sejam retomadas.
Para o especialista, todos os clubes do futebol brasileiro devem ser atingidos por uma perda de receitas, em razão da paralisação das competições. As principais fontes de recursos como a renda de bilheterias, programas de sócio-torcedor, venda de produtos licenciados, cotas de TV e negociação de jogadores ficam sem previsão de retomada. Nos casos de clubes que não dispões de reservas, como o Botafogo, segundo Rangel, a melhor coisa a se fazer é esperar a retomada da economia.
– Qualquer tipo de operação do mercado financeiro será prejudicada. Existe uma aversão muito grande ao risco. Grandes fundos e investidores estão sofrendo problemas de capitalização. Olhando o mercado externo, acho bem pouco provável que haja um grande aporte financeiro no futebol pelos próximos meses ou até mesmo para o ano de 2020. Talvez a melhor situação seja manter tudo no cenário atual por mais alguns meses. Com a retomada econômica começando, a operação pode ser feita em melhores condições. Não tenho informações específicas sobre se a situação financeira do Botafogo permite a dilatação do prazo, mas neste momento, vejo poucas alternativas para qualquer clube no Brasil que queira tratar de aportes externos e investimentos em um cenários de tanta indefinição – explicou.
O Conselho Deliberativo do Alvinegro aprovou, por unanimidade, em dezembro do ano passado, a transição do da gestão futebolística do clube para o modelo empresarial. O projeto S/A é a grande esperança de torcedores e dirigentes para a reestruturação financeira do clube, que tem dívidas em valor que se aproxima de R$1 bilhão.
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