Especial CEP: sócio-torcedor com direito a voto, expectativa pelo Nilton Santos e cautela por CT

Na quarta parte da entrevista exclusiva ao LANCE, presidente do Botafogo projeta eleições de 2017 com sócio-torcedor podendo votar e pede 'abraço' da torcida ao estádio em 2017

Novo Engenhão
Presidente está empolgado com o projeto apresentado na última quinta para o estádio alvinegro

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Ao longo desta terça-feira, o LANCE! publica a entrevista exclusiva feita com o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira. Na primeira parte, ele fala sobre Montillo, Alemão e Victor Luis. Na segunda, CEP faz um balanço desses seus dois anos de gestão no Botafogo. Na terceira, o mandatário esclarece as dívidas do clube e faz projeções quanto ao orçamento dos próximos anos. 

Nesta quarta parte da reportagem do L! com o mandatário alvinegro, ele cita a promessa de campanha de voto para sócio-torcedor e revela proximidade de votação para mudança do estatuto do clube, permitindo o sócio-torcedor a votar nas próximas eleições, em 2017. Além disso, o presidente do Botafogo demonstrou otimismo com adesão do estádio Nilton Santos no ano que vem e se revelou cauteloso quanto a possibilidade de construir um CT no futuro.


Há propostas estatutárias em discussão no Conselho Deliberativo. O sócio-torcedor terá direito a voto?

Entreguei a proposta na última reunião do Conselho Deliberativo. Uma comissão trabalhou nessa proposta e a diretoria revisou. O Jorge Aurélio, presidente do conselho, nomeou uma comissão para trabalhar nessa proposta. Um dos itens é o sócio-torcedor com direito a voto. Eu não vejo essa ansiedade do Sócio-Torcedor fora das possibilidades de hoje. O clube tem o sócio-contribuinte, que paga uma joia e tem todo o direito de andar no clube e pode votar. O Sócio-Torcedor é mais ou menos isso. Agora, ele tem que ter fidelidade ao clube. A partir do momento que quer participar do processo eleitoral, ele tem que participar do clube ao longo de um tempo. Até para que ele possa avaliar corretamente na hora de votar. Um bom candidato não é o que ganha todos os campeonatos, tem que olhá-lo como um todo. É bom que o sócio conheça o clube, os problemas internos... em termos políticos, o conselho vai fazer um trabalho importante e esse será um grande legado. Até porque está entrelaçado com melhorias nos campos administrativo e financeiro.

E quando isso será votado no Conselho Deliberativo?

O novo estatuto será votado em blocos. Espero que até o final deste ano, e que isso já seja um legado para a próxima gestão. A ideia é que afete essa próxima eleição (a eleição para a presidência do Botafogo será no final de 2017).

O Estádio Nilton Santos era viável? Se não, passa a ser em 2017?

Nós nunca contamos com o Nilton Santos em sua plenitude. Fizemos algumas partidas da Série B, mas sempre com as as arquibancadas superiores sendo impossibilitadas, além daquela dúvida causada com resto da obra. O estádio estava sob suspeita antes, depois cedido em 2016 para os Jogos Olímpicos... só vamos contar com ele em 2017. A experiência que temos vem desde 2015, e o legado olímpico ainda será testado, principalmente na questão de iluminação, em que se tem dois segmentos da iluminação em relação a pista de atletismo e ao campo de jogo. Acho que a customização vai fazer a torcida do Botafogo abraçar o estádio. E isso é o segundo passo desde que conseguimos, em 2015, fazer a prefeitura chamar o estádio de Nilton Santos. Não existe ninguém mais botafoguense do que ele para simbolizar tudo de apaixonado pelo Botafogo. Customizando o estádio e deixando de ser o "azulão" para ser o estádio do Botafogo, daremos mais um passo importante. Criamos um Setor Norte, extremamente popular, que dá para pagar R$ 200 no ano e assistir todos os jogos... e isso cria toda a fidelização, sendo importante que o Sócio Torcedor acompanhe o time durante o ano todo. Realmente, queremos fazer uma política agressiva para que o estádio pegue e caia na graça do torcedor, que ele se sinta em casa e o adversário se sinta dentro da casa do Botafogo.

Flamengo e Fluminense inauguraram seus respectivos CTs esse ano. O Botafogo tem algum plano do tipo para o futuro?

A questão do CT é fundamentalmente ligada a dinheiro novo. Estima-se que precisaríamos de 150 mil m² para fazer um CT integrado, e como a maioria dos jogadores mora na Barra da Tijuca... é uma região hipervalorizada. Você tem opção de terrenos em parceria com os governos. Em 2013, a prefeitura cedeu aos grandes clubes os terrenos. Semana passada, recebemos uma notificação do Ministério Público de um inquérito em relação à terrenos cedidos pela prefeitura. Graças a Deus não fizemos nada no terreno. O MP mandou que não fizéssemos nada, e, se tivéssemos feito, estaríamos em uma grande confusão. E o CT tem que ser feito com recursos próprios. E não conseguimos juntar para isso. Temos que trabalhar com o que temos. Hoje temos o futebol no Nilton Santos, a base no Caio Martins e General Severiano, e faremos uma limpeza em Marechal Hermes para movimentarmos aquela sede. Essa descentralização não é o melhor, mas é o que parece mais viável para o momento, de acordo com as dificuldades de se comprar os terrenos. A não ser se aparecesse alguém da iniciativa privada. Mas a nossa capacidade de endividamento está no limite. E um desejo meu é que os garotos da base voltem a jogar aqui em General Severiano. É muito importante que o jovem que esteja no Botafogo conheça o clube, passe pelo túnel, pelo centro de memória e veja quão importante é o clube e reforce ainda mais os seus laços com o Botafogo nos próximos anos.

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