Visando à ‘integridade física’, vascaínos presos são transferidos para penitenciária

Presídio de Joinville (Foto: Rodrigo Ciantar)
Presídio de Joinville (Foto: Rodrigo Ciantar)

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Leone Mendes da Silva, Jonathan Santos e Arthur Barcelos de Lima Ferreira, o trio de vascaínos presos pela barbárie em Joinville (SC), foram transferidos na última quarta-feira do presídio para a Penitenciária Industrial Jucemar Cesconetto, na cidade catarinense. Juiz da Execução Penal e responsável por decretar a transferência, João Marcos Buch explicou que a medida visou preservar a integridade física dos cruz-maltinos.

- Eu sou responsável pela garantia de todos os detentos Considerando que os três que foram presos estão no centro de toda essa problemática envolvendo a segurança dos estádios e a imagem deles foi bastante veiculada, isso pode gerar um abalo no sistema. A medida visa garantir a integridade física deles e evitar também o início de um eventual abalo dentro do sistema. Em razão disso e pela experiência que tenho nestas situações, recomendei que eles fossem transferidos - explicou.

No presídio, os cruz-maltinos convivivam com detidos que estão na mesma situação que eles, ou seja, ainda no aguardo de julgamento. De acordo com apuração do LANCE!Net, há muitos paranaenses e torcedores do Joinville Esporte Clube entre os presos do local.

Segundo Buch, as condições no presídio eram ruins.

- No presídio ainda não existe estrutura adequada para ninguém. Existe uma superlotação, não há distinção de crimes... A situação é bem grave no presídio - declarou o juiz, que reforçou que a medida foi apenas por precaução para evitar quaisquer transtornos:

- Vou periodicamente ao presídio, mas não conversei com eles e sequer vi as celas em que eles ficaram realocados, mas quando soube, na segunda mesmo eu já recomendei ao diretor da penitenciária que fizesse a readequação.

A Penitenciária Industrial, teoricamente, abriga os detentos que já foram condenados. Além do trio de vascaínos, apenas mais cinco presos que ainda não foram julgados obtiveram esta exceção por lá. Por lá, Leone, Jonathan e Arthur ficarão numa cela isolada, que tem capacidade para quatro pessoas. Eles ainda passam por uma triagem de documentação e, na semana que vem, já deverão receber a visita de parentes.

PENITENCIÁRIA OFERECE OPORTUNIDADE DE PROFISSIONALIZAÇÃO

A Penitenciária Industrial Jucemar Cesconetto pode ser considerada um referência no Estado de Santa Catarina. O local abriga até 522 detidos, mas tem o costume de acolher um número menor que isso. O lugar oferece oficinas de profissionalização das mais variadas áreas e faz parcerias para trabalhos complementares na mão de obra de indústrias de alimentos, plástico, ferramentaria, fixadores, entre outros.

Quem cumpre pena em regime semi-aberto ainda tem a oportunidade de realizar cursos de socorrista e para se tornar jardineiro e calceteiro, trabalhando, assim, em praças públicas de Joinville.

O lugar chega a ser um desejo para muitos detentos que estão no presídio. Há centenas de pedidos de transferência, fato que fez o juiz João Marcos Buch ter de dar explicações a estes:

- Eu tive que esclarecer à população carcerária, pois há cerca de 400 detentos que aguardam vaga na penitenciária, alguns até há anos, mas a situação deles (vascaínos) é provisória e emergencial.


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