Reggae, skate e dreads: Beckerman, o volante ‘paz e amor’ dos EUA

Maracanã recebe mais segurança para Bélgica x Rússia (Foto: Igor Siqueira)
Maracanã recebe mais segurança para Bélgica x Rússia (Foto: Igor Siqueira)

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Na chegada da seleção dos Estados Unidos ao Brasil para a Copa do Mundo, um jogador se destacava. Enquanto a maioria da delegação desembarcou com mochilas e fones de ouvido, um dos americanos exibia longos dreadlocks (tranças no cabelo) e carregava um violão. Era Kyle Beckerman, volante que foge do padrão “boleiro” não apenas no estilo, mas também nas atitudes.

Quando não está em campo, seus hábitos lembram mais os de um surfista do que os de um jogador de futebol. Aos 32 anos, Beckerman frequenta shows de reggae – seu estilo musical favorito – adora pescar e costuma reunir os amigos para conversar e tocar violão. Os hobbies prediletos são andar de skate e ler livros.

O estilo paz e amor contrasta com as características do camisa 15 em campo. Forte, brigador e combativo, Beckerman, que chegou a praticar luta livre quando jovem, é acima de tudo um líder. É o que relata o brasileiro Pablo Campos, que atuou com ele no Real Salt Lake, clube americano que o volante defende desde 2007.

– Ele tem uma liderança nata, nasceu para isso! É incrível como o ego dele é pequeno, as metas do grupo estão sempre à frente de seus objetivos individuais – contou, ao LANCE!Net.

Pablo conta que Beckerman costumava reuni0r os jogadores e promover disputas de boliche e jantares a fim de unir todos. Algumas vezes, depois das refeições, pegava seu instrumento musical e tocava para todos.

– Você olha para ele e fica até em paz, feliz. Não tem como explicar.

Quando a bola rola, contudo, o volante se transforma. Fala com os árbitros, reclama de jogadas violentas e não tolera simulações. É também quem mais cobra e incentiva os companheiros. Pablo Campos diz que Beckerman “sempre foi o braço direito dos treinadores”. A declaração do brasileiro vai ao encontro do que diz Jurgen Klinsmann, técnico dos Estados Unidos, que é só elogios.

– É um jogador muito especial pela forma com que incorpora o conceito de time. Ele é como o ex-capitão brasileiro Dunga, disposto a fazer o trabalho sujo para liberar os talentos mais criativos – disse o alemão.

Neste domingo, às 19h, na Arena Amazônia, Beckerman terá um dos maiores desafios da carreira: parar Cristiano Ronaldo e a seleção portuguesa, em jogo que deve valer a vaga nas oitavas de final. A inspiração pode vir de Bob Marley, cantor jamaicano e um dos ídolos do volante, que disse certa vez: “Você nunca saberá o quão forte é até que ser forte seja sua única escolha”. É dia de mostrar força, Kyle!

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