Pressão faz cair taxa polêmica para transferência de jovens no vôlei do Rio

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A Federação de Vôlei do Estado do Rio de Janeiro (Feverj) tomou providências após o LANCE!Net divulgar no dia 13 de março que a entidade cobrava taxa de R$ 3 mil pela primeira transferência de atletas entre 12 e 17 anos.

Na última segunda-feira, os clubes filiados decidiram em assembleia na sede da federação diminuir o valor em 87%. A taxa passará a ser de R$ 375 e entrará em vigor após publicação no Diário Oficial.

O encontro que bateu o martelo sobre o assunto durou cerca de quatro horas e contou com a presença de Flamengo, Vasco, Botafogo, Tijuca Tênis Clube e Niterói.

A taxa anterior, considerada abusiva, beneficiava principalmente os clubes, que faturavam 75% do valor, enquanto a Feverj ficava com 25%. Agora, a lógica mudou. Da nova cobrança, 30% (R$ 112,50) caberão aos clubes. A federação ficará com R$ 262,50.

– A taxa nos incomodava. Os clubes, acertadamente, deliberaram a diminuição. Eu dizia que estávamos dando um tiro no pé há tempos. Os pais vinham bater em nossa porta. Fico feliz com o fim do inconveniente – disse Carlos Souto, presidente da Feverj desde 1992.

Nome ativo na luta pela diminuição da cobrança antiga, o ex-jogador de basquete Alexey Carvalho não ficou totalmente satisfeito com as novidades. Ele é pai da atleta Manuela, de 14 anos, que enfrentou problemas para se transferir do Fluminense para o Botafogo.

– O fato de reduzirem em 87% mostra que melhorou bastante. Mas para uma taxa administrativa ela ainda é alta se comparada a outras modalidades – afirmou.

Há ainda outro ponto de conflito: o limite de transferências de uma única vez. Os clubes decidiram manter as regras antigas, que permitem poucas trocas por agremiação. Eles alegam que é preciso proteger as equipes formadoras.

Porém, Alexey considera a medida um prejuízo ao acesso de atletas de menor expressão ao esporte e rebate o argumento dado por Souto ao L! de que a “seleção natural” existe em qualquer atividade.

– As melhores sempre terão mais chances, mas não se pode excluir meninas de 13 anos do esporte por um regulamento arbitrário.

Jovem consegue inscrição

Filha de Alexey, Manuela ficou um ano fora das quadras em razão da cobrança de R$ 3 mil feita pela Feverj para que atletas da base trocassem de clube pela primeira vez. Agora, a ex-atleta do Fluminense já veste as cores do Flamengo, onde treinava desde o início do ano.

– Para minha surpresa, na sexta-feira passada o Arly, técnico do Flamengo, foi na federação e pediu a regularização. O clube se aproveitou de um crédito que tinha e fez a transferência – contou Alexey.

Como a diminuição na taxa, aprovada pelos clubes nesta semana, ainda não entrou em vigor, o pagamento foi efetuado de acordo com o regulamento antigo. Apesar do sucesso pessoal, Alexey diz que segue em defesa dos jovens atletas.

– Que modelos essas meninas têm no Rio de Janeiro? Quantas jogadoras formadas no estado estão hoje na Superliga? São pouquíssimas. Falta incentivo – completou.

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