Indicado ao Laureus, Bob Burnquist comemora feito e fala sobre a Copa

Douglas Costa (FOTO: Divulgação)
Douglas Costa (FOTO: Divulgação)

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O brasileiro Bob Burnquist é um dos indicados para o Prêmio Laureus de 2014. O skatista de 36 anos compete na categoria "ação", ao lado de nomes como Jamie Bestwick (BMX), Mick Fanning (surfe), John John Florence (surfe), Shaun White (snowboard) e a também brasileira Maya Gabeira (surfe). De acordo com a "lenda do skate", é possível ser um brasileiro conhecido, mesmo não jogando futebol, o esporte predominante no país.

- Eu acho muito bom ter brasileiros sendo conhecidos por algo que não seja futebol. Acho que Ayrton Senna mostrou na corrida que isso é possível. Claro que eu cresci com uma bola no pé, mas era asmático e jogava no gol. Era sempre o último a ser escolhido. Queria algo próprio para mim e estou feliz por poder fazer isso com o skate - falou Burnquist, em entrevista ao Laureus.

Ainda sobre futebol, Burnquist deu o seu pitaco sobre a realização da Copa do Mundo, assunto que tem colocado o Brasil no centro das atenções ao redor do mundo. Segundo o veterano skatista, o país realizará um grande evento, mas não deixou de fazer ressalvas:

- Vai ser uma Copa para ser lembrada, sim. Terá uma mistura de sentimentos, porque o Brasil está passando por isso. É óbvio que temos problemas, na educação e nos hospitais, por exemplo. Amamos o futebol e tudo, mas precisamos de nossa infraestrutura. Queremos viver bem e que nossas crianças tenham hospitais. Por isso uma mistura de sentimentos, pois a Copa do Mundo sendo no Brasil e com os brasileiros vencendo a Copa das Confederações, há uma excitação enorme aí. Se por algum motivo o Brasil perder, temo que a situação fique louca. Mas enquanto vencermos, tudo estará bem.

Em junho de 2013, Burnquist conquistou sua quinta medalha de ouro consecutiva em uma disputa do X Games. Em Munique (ALE), o brasileiro foi campeão na Megarampa, com direito a manobra inédita, e, de quebra, se tornou o maior vencedor da história do evento radical, com 25 medalhas (12 de ouro, seis pratas e sete bronzes).

- Eu não estava contando (as medalhas para o recorde), mas alguém estava. Eu sabia que estava anotando este recorde, porque muitos em volta estavam falando sobre. Se não estivessem falando sobre, eu provavelmente não saberia deste recorde. Eu fiz uma manobra nova (Switch Backside 540 Ollie) em Munique e consegui vencer. Ou seja, quebrei o recorde não com um bronze ou uma prata, mas com a vitória, e isso foi, de certa forma, mais prestigioso - disse Bob.

O Prêmio Laureus será disputado no dia 26 de março, em Kuala Lumpur, na Malásia. Bob Burnquist já venceu este prêmio em 2002. Ano passado, Felix Baumgartner (paraquedista) foi o vencedor.

BATE-BOLA
Bob Burnquist
Em entrevista ao Prêmio Laureus

Atualmente, você gosta de futebol?
Eu amo futebol. Amo assistir futebol. Obviamente quando a Copa do Mundo está rolando, eu ficou animado. Nunca fui muito ligado aos clubes, mas adoro assistir aos jogos no Brasil. Corinthians e Flamengo são os times que gosto. Mas, jogando nunca fui muito bom.

Qual a melhor manobra ou inovação que você trouxe ao skate?
Bom, acho que a principal coisa não é indentificar uma manobra em especial, mas um determinado estilo. Acho que não fui o primeiro a aplicar o switch, mas eu expandi o máximo que pude o andar com switch stance. Essa é uma das coisas epla qual fiquei conhecido.

Você já venceu o Laureus há alguns anos. O que significaria mais uma conquista deste prêmio?
Bom, significaria muito, é um prêmio muito prestigiado. Lembro que quando venci, acho que falei que me senti um peixe fora d'água, olhando para mim, como um skatista em crescimento. Ser nominado 13 anos depois é mais surreal ainda, pois não é fácil manter o trabalho e se manter no mundo, especialmente no skate. Será uma grande surpresa se eu vencer novamente.

O que pensa de Maya Gabeira*?
Eu já a vi algumas vezes e ela estava me contando a história. Já a conheço há um tempo. Ela é uma gigante e incrível no que faz. Para ela, ir fazer o que ela fez em Portugal, tentar surfar aquela onda, quase morrer e depois voltar a surfar, isso não é algo que qualquer um faz. Não deve ter sido fácil para ele surfar a primeira onda após aquilo, e eu só tenho que apludir.

*Surfista brasileira que tentou surfar a maior onda por uma mulher, no ano passado, em Nazaré, em Portugal, durante competição de ondas gigantes. Ela acabou se acidentando e quase morreu afogada após tentar descer uma onda de mais de 21 metros. Ela, que quebrou o tornozelo na ocasião, foi nominada para o Laureus na mesma categoria de Burnquist.

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