Filho de Amílcar Barbuy, top 3 junto de Tite, diz: ‘Ele sempre foi corintiano’

Gráfico de receitas com associados do Fluminense
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Pai carinhoso e técnico rígido. Assim se referiu a Amílcar Barbuy o seu único filho homem, de 88 anos, em visita do LANCE!Net a seu apartamento, na terça-feira. Com recortes de jornais e fotografias amareladas, Amílcar Barbuy Filho contou a história do homem que Tite igualará nesta noite, contra o Grêmio, em números de jogos no comando do Corinthians: 240.

Nascido em Rio das Pedras, a 172 quilômetros de São Paulo, foi na várzea que o então centromédio começou a jogar, se destacando no Botafogo do Bom Retiro. O Corinthians, clube o qual seu irmão Hermógenes desenhou o primeiro distintivo, entrou em sua vida em 1912, após a polícia fechar o ex-time por arruaça.

Com espírito de liderança, foi o capitão-treinador em diversas oportunidades, como no título estadual de 1916. Torneio vencido também em 1914, 1922 e 1923. Amílcar foi o primeiro jogador do Timão convocado para a Seleção Brasileira, onde ganhou o Sul-Americano de 1919. O filho guarda o uniforme completo dentro de um cofre, para evitar furtos.

Em 1923, foi para o Palestra Itália (hoje Palmeiras) após desentendimento com os diretores do Timão. O episódio, sempre mal explicado, é resumido pelo herdeiro:

– Quando se formou o Corinthians, o primeiro campo era na Ponte Grande, mas a sede era na Rua Florêncio de Abreu (no bairro da Luz). O permissionário do bar da sede era meu avô. Houve a mudança da sede em 1922 e meu pai pediu a permissão para tê-lo, mas fizeram ata de concorrência. Não foi o combinado. Ele se magoou e saiu. Cansado e triste, saiu do Corinthians – conta o filho.

foto v

Amílcar, nos anos 20, como jogador do Corinthians: é o segundo, em pé, da esquerda para a direita (Arquivo pessoal)

Após boa jornada pelo rival e por outros clubes – entre eles a Lazio (ITA) –, voltou em 1934 como técnico. De acordo com o historiador Celso Unzelte, somando só a segunda passagem (até 1937) e a terceira (1943), foram 115 partidas como treinador. E dois vice-campeonatos paulistas.

- Mesmo nos anos de Palestra Itália, ele jogava lá porque a honra dele não permitia o que fizeram...Era corintiano, sempre foi - garante.

As principais lembranças são do pai segurando um lenço branco à beira do campo em todos os jogos e de uma partida específica, pela Seleção paulista, em que mandou parar o jogo após um pênalti mal marcado em favor do time carioca. Nem um pedido do então presidente Washington Luís mudou posição do comandante.

- Foi em 1927, acho. Um emissário desceu para o campo e mandou continuar o jogo. Ele respondeu: "Avise a vossa excelência que ele manda no Brasil inteiro, mas que aqui dentro do campo mando eu." Acabou o jogo - conta ele, sobre a história que ouviu do pai.

Amílcar morreu em 1965, aos 72 anos, após complicações em uma cirurgia realizada na perna. No seu enterro, o Timão mandou apenas uma carta, enquanto o Palmeiras enviou uma bandeira para cobrir o caixão.

foto v

Filho de Amílcar guarda em um cofre a camisa que seu pai usou na conquista do Sul-Americano de 1919 (Tom Dib)


OS TÉCNICOS COM MAIS JOGOS PELO TIMÃO

1  Oswaldo Brandão (441 jogos)
É o maior da história, com cinco passagens. Venceu o PaulistÃO de 1977.

2  José Castelli, o Rato (256 jogos)
Também teve cinco passagens e antes era meia do Corinthians.

3 Tite e Amílcar Barbuy (240 jogos)

5  Nelsinho Baptista (192 jogos)
Ganhou O Brasileirão de 1990, mas caiu para a Série B, em 2007.

6  Mano Menezes (185 jogos)
Técnico do período da reconstrução do clube, de 2008 a 2010.






Pai carinhoso e técnico rígido. Assim se referiu a Amílcar Barbuy o seu único filho homem, de 88 anos, em visita do LANCE!Net a seu apartamento, na terça-feira. Com recortes de jornais e fotografias amareladas, Amílcar Barbuy Filho contou a história do homem que Tite igualará nesta noite, contra o Grêmio, em números de jogos no comando do Corinthians: 240.

Nascido em Rio das Pedras, a 172 quilômetros de São Paulo, foi na várzea que o então centromédio começou a jogar, se destacando no Botafogo do Bom Retiro. O Corinthians, clube o qual seu irmão Hermógenes desenhou o primeiro distintivo, entrou em sua vida em 1912, após a polícia fechar o ex-time por arruaça.

Com espírito de liderança, foi o capitão-treinador em diversas oportunidades, como no título estadual de 1916. Torneio vencido também em 1914, 1922 e 1923. Amílcar foi o primeiro jogador do Timão convocado para a Seleção Brasileira, onde ganhou o Sul-Americano de 1919. O filho guarda o uniforme completo dentro de um cofre, para evitar furtos.

Em 1923, foi para o Palestra Itália (hoje Palmeiras) após desentendimento com os diretores do Timão. O episódio, sempre mal explicado, é resumido pelo herdeiro:

– Quando se formou o Corinthians, o primeiro campo era na Ponte Grande, mas a sede era na Rua Florêncio de Abreu (no bairro da Luz). O permissionário do bar da sede era meu avô. Houve a mudança da sede em 1922 e meu pai pediu a permissão para tê-lo, mas fizeram ata de concorrência. Não foi o combinado. Ele se magoou e saiu. Cansado e triste, saiu do Corinthians – conta o filho.

foto v

Amílcar, nos anos 20, como jogador do Corinthians: é o segundo, em pé, da esquerda para a direita (Arquivo pessoal)

Após boa jornada pelo rival e por outros clubes – entre eles a Lazio (ITA) –, voltou em 1934 como técnico. De acordo com o historiador Celso Unzelte, somando só a segunda passagem (até 1937) e a terceira (1943), foram 115 partidas como treinador. E dois vice-campeonatos paulistas.

- Mesmo nos anos de Palestra Itália, ele jogava lá porque a honra dele não permitia o que fizeram...Era corintiano, sempre foi - garante.

As principais lembranças são do pai segurando um lenço branco à beira do campo em todos os jogos e de uma partida específica, pela Seleção paulista, em que mandou parar o jogo após um pênalti mal marcado em favor do time carioca. Nem um pedido do então presidente Washington Luís mudou posição do comandante.

- Foi em 1927, acho. Um emissário desceu para o campo e mandou continuar o jogo. Ele respondeu: "Avise a vossa excelência que ele manda no Brasil inteiro, mas que aqui dentro do campo mando eu." Acabou o jogo - conta ele, sobre a história que ouviu do pai.

Amílcar morreu em 1965, aos 72 anos, após complicações em uma cirurgia realizada na perna. No seu enterro, o Timão mandou apenas uma carta, enquanto o Palmeiras enviou uma bandeira para cobrir o caixão.

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Filho de Amílcar guarda em um cofre a camisa que seu pai usou na conquista do Sul-Americano de 1919 (Tom Dib)


OS TÉCNICOS COM MAIS JOGOS PELO TIMÃO

1  Oswaldo Brandão (441 jogos)
É o maior da história, com cinco passagens. Venceu o PaulistÃO de 1977.

2  José Castelli, o Rato (256 jogos)
Também teve cinco passagens e antes era meia do Corinthians.

3 Tite e Amílcar Barbuy (240 jogos)

5  Nelsinho Baptista (192 jogos)
Ganhou O Brasileirão de 1990, mas caiu para a Série B, em 2007.

6  Mano Menezes (185 jogos)
Técnico do período da reconstrução do clube, de 2008 a 2010.






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