Evra: ‘Minha franqueza deu muitas capas de jornais, mas não olho o passado’


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Patrice Evra pode se considerar um privilegiado pois tem a chance de se redimir nesta Copa do Mundo, após ter sido um dos principais personagens da greve promovida pelos jogadores franceses no Mundial de 2010 na África do Sul, quando os Bleus foram eliminados na primeira fase.

O lateral-esquerdo chega à sua segunda Copa do Mundo também na condição de líder de um grupo jovem de jogadores e promete seguir isso à risca para apagar a imagem negativa deixada por ele quatro anos trás, quando além de liderar a greve - em protesto ao corte do companheiro Anelka, brigou com o treinador  Raymond Domenech e quase saiu no tapa com o preparador físico da seleção, Robert Duverne.

Nesta quarta-feira, após dois anos sem conceder entrevista aos jornalistas franceses, ele foi escalado para falar durante a coletiva de imprensa, em Ribeirão Preto, cidade base de treinamentos dos Bleus.

Não foi uma coletiva qualquer. Ao ser anunciado que ele havia sido o escolhido para a conferência, uma enorme expectativa foi criada, principalmente sobre a forma como Evra se portaria diante dos jornalistas do seu país, com os quais mantém uma relação nada amistosa desde o término da última Copa.

Evra chegou ao Theatro Pedro II (palco das coletivas) sorridente e fez questão de cumprimentar os jornalistas com um bom dia bem entusiasmado, e supreendente. O jogador foi bombardeado com questões sobre o Mundial na África, e respondeu a maioria das perguntas com bom humor.  Uma tentativa de mostrar que tudo será diferente. Esta aliás vem sendo a maior preocupação dos franceses, desde a escolha da cidade base de treinamentos, como a blindagem dos atletas no dia a dia.

Garantindo ser o mesmo de 2010, Evra mostrou que realmente segue o mesmo, principalmente no conceito que tem sobre parte da mídia francesa, a quem atribui boa parte das polêmicas que o envolveram.

- Todos sabem que não gosto de mídia, gosto de público. Encontro os franceses e sempre fui bem tratado. A mídia transmitiu uma imagem muito negativa de mim na última Copa. Não tem problema, pois, para mim, o que vale é o torcedor, o staff da seleção, meu companheiros. Discutir se sou ou não bad boy não me toca. Não vejo internet, não leio nada - afirmou.

Constantemente elogiado pelos companheiros e solícito com os torcedores que o assediam, Evra garante que não está forçando uma imagem para superar a impressão ruim deixada em 2010.

- Desde que estou aqui, com meus companheiros, me sinto como se tivesse oito anos. Estou feliz, vivendo o momento presente, curtindo cada segundo. Sou o mesmo de 2010, melhor que estejam passando uma imagem positiva para o público. Algumas pessoas dizem isso e não é um jogo. Essa é minha personalidade e sempre serei o mesmo - disse o lateral-esquerdo dos Bleus.

Sem fugir de nenhuma das 25 perguntas que lhe foram feitas, Evra não deixou de lado seu jeitão egocêntrico e usou uma expressão tipicamente francesa (Je me Kiffe - gosto de mim) para resumir seu sentimento em relação às polêmicas em que é envolvido.

- Minha franqueza me deu algumas capa dos jornais, mas não olho passado, ou futuro. Vivo o presente. Acabou aquilo, esqueci. Sou um bom rapaz, sempre me lembro dos momentos bons e ruins. Mas serei o mesmo, a mesma pessoa de  2010 e 2014. Gosto de mim e estou vivendo um momento especial - finalizou.

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