Em entrevista sobre a Copa, Dilma diz que Brasil precisa saber aceitar a derrota

Dilma visita obras finais da Arena Corinthians (Foto: Eduardo Viana/ LANCE!Press)
Dilma visita obras finais da Arena Corinthians (Foto: Eduardo Viana/ LANCE!Press)

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A presidenta Dilma Rousseff concedeu entrevista à rede de TV norte-americana CNN, respondendo a vários questionamentos sobre a Copa do Mundo. A derrota vexatória, as manifestações, êxtase do povo brasileiro, a polêmica do superfaturamento nos estádios e a renovação do futebol brasileiro foram os assuntos mais abordados.

Confira alguns pontos desta entrevista:

Comportamento

Dilma começou respondendo ao fato de os brasileiros anteriormente contestarem a Copa, com manifestações durante o ano de 2013. Lembrou que, de repente, o país abraçou o Mundial. Porém, com a derrota e sob risco de o sentimento mudar novamente, a presidenta disse acreditar que o povo vivenciou a competição e que "precisa saber perder", pois o futebol é feito de vitórias e derrotas.

"Eu não acredito nisso porque nós vivenciamos uma Copa. Afinal, o futebol tem uma característica: é feito de vitórias e de derrotas. A capacidade de superar a derrota é uma característica de uma grande Seleção e de um grande país".

O vexame

Sobre o jogo, Dilma citou as ausências de Thiago Silva e Neymar na partida contra a Alemanha, e comentou até que ponto isso afetou o grupo em campo. Além disso, a presidente valorizou o povo brasileiro como peça-chave no sucesso da realização da competição no Brasil.

"Obsevando não como uma pessoa que entende profundamente de futebol, eu acredito que algum efeito significativo teve sobre a Seleção. Mas, a gente também tem de considerar uma coisa. Sob todos os aspectos, o Brasil fez uma Copa do Mundo que eu acredito ser uma das melhores. E nós devemos isso, em grande parte, ao povo brasileiro".

Custos e superfaturamento

Quando questionada sobre o caso dos custos e superfaturamentos nos estádios brasileiros, Dilma fez uma série de considerações, comparando o gasto nos estádios com o valor utilizado para fins sociais, como educação e saúde, valorizando também que as obras não são só para Copa, mas para o país como um todo.

"Veja bem, nos estados, nos estádios foram gastos 8 bilhões de reais. Esse gasto foi financiado pelo governo. Nós gastamos, entre 2010 e 2013, com educação e saúde, nas três esferas de governo, 1 trilhão e 700 bilhões de reais. Na verdade, nós não gastamos, porque o resto dos gastos fica para o Brasil, não só para a Copa. Nem os estádios ficam só para a Copa. Os aeroportos, eles existem porque nós, de 2003 para 2013, passamos de 33 milhões de passageiros que viajavam de avião pelo país, para 113 milhões em 2013. Você veja que nós estamos fazendo aeroportos para nós mesmos".

Renovação

Para finalizar, Dilma falou sobre a revolução no futebol brasileiro. Depois da derrota por 7 a 1 para a Alemanha, a presidenta acredita que deve ocorrer uma renovação no nosso futebol. Os clubes brasileiros devem segurar seus craques, pois eles são a maior atração do futebol.

"Quando eu afirmo que o futebol brasileiro tem de ser renovado, quero dizer que o Brasil não pode mais continuar exportando jogador. Exportar jogador significa não ter a maior atração para os estádios ficarem cheios. Qual é a maior atração que um país que ama o futebol como o nosso tem para ir num jogo de futebol? Ver os craques. Tem craques no Brasil que estão fora do país há muito tempo. Então, renovar o futebol brasileiro é perceber que um país, com essa paixão pelo futebol, tem todo o direito de ter seus jogadores aqui".

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