Editor do L!Net analisa as diferenças nas aberturas da Superliga e do NBB

Superliga/Minas - Levantador Everaldo (Foto: Alexandre Arruda/CBV)
Superliga/Minas - Levantador Everaldo (Foto: Alexandre Arruda/CBV)

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NBB 1 x 0 Superliga. Se fosse possível fazer um confronto entre a liga nacional de basquete com o principal torneio de clubes de vôlei no país em termos de promoção de seus produtos, a modalidade da bola laranja venceria facilmente neste início de temporada - a Superliga Masculina começou no dia 25 de outubro, e o NBB deu seu pontapé inicial na última sexta-feira.

É inquestionável que os torneios nacionais de clubes de basquete e vôlei não são concorrentes diretos entre si, até por serem esportes diferentes. Mas é inegável também que há uma disputa indireta entre as duas competições, já que duelam por espaço na mídia, transmissão televisiva (na TV aberta e fechada), torcedores e patrocinadores. E neste embate silencioso, o Novo Basquete Brasil deu uma aula ao vôlei de como traçar o caminho para arrebatar a atenção de todos.

Vamos começar pela Superliga Masculina de Vôlei. O torneio começou em um sábado à tarde, com jogo único. Até aí tudo certo, exceto pelo fato de que a partida de abertura reuniu duas equipes que não disputarão o título: o Minas Tênis Clube, um dos maiores campeões da Superliga mas que perdeu seu patrocinador principal e montou um elenco mais fraco para este ano, e a UFJF, do pelotão do fundo. O produto não atraiu a atenção do parceiro de transmissões ao vivo, que preferiu exibir a decisão do Campeonato Paulista horas antes, entre Taubaté/Funvic e Sesi-SP, dois times recheados de astros da Seleção Brasileira de Vôlei, como os centrais Sidão e Lucão, entre outros. Em resumo, a Superliga Masculina de Vôlei começou quase que clandestinamente.

Marquinhos, do Flamengo, jogou com a Seleção na Copa do Mundo deste ano (Foto: João Pires/LNB)

O NBB, por sua vez, inaugurou sua sétima edição de uma forma completamente diferente. Para começar, foram escalados os dois finalistas da temporada passada, Flamengo e Paulistano. A partida, realizada em São Paulo, teve até um pouco de clima de revanche pela derrota dos paulistas na decisão do NBB 6. O Rubro-Negro chegou ao ginásio do Paulistano com astros como o argentino Walter Herrmann, e com os rótulos de campeão da Copa Intercontinental e de quem acabou de fazer três amistosos na NBA. O anfitrião, por sua vez, lotou o ginásio (que não é muito grande, é verdade) e tentou mostrar que não foi vice-campeão por mero acaso. O duelo teve transmissão ao vivo, e foi realizado em um cenário cheirando a novo, fruto do convênio do Ministério do Esporte com os times - todos receberam piso de jogo e tabelas modernas e padronizadas. Em resumo, o NBB deixou claro a mensagem que queria transmitir: "temos um produto bom, e vamos valorizá-lo".

E o que explica tal disparidade? Há um detalhe que pode servir como ponto de partida. Enquanto o NBB é uma competição independente comandada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), a Superliga é organizada pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Para a LNB, o Novo Basquete Brasil é a sua "cereja do bolo"  - e com isso, respectivamente, acaba ganhando muita atenção. Para a CBV, no entanto, a Superliga é apenas mais uma das inúmeras atividades que precisa administrar. A liga concorre internamente com a Seleção Brasileira (notavelmente o xodó da confederação), vôlei de praia, projetos sociais, entre outras ações.

O vôlei e os envolvidos com a Superliga já discutem há algum tempo como tornarem-se independentes da CBV, mas não há um sinal de que isso acontecerá tão cedo. E se quiserem evoluir, precisarão tomar uma decisão sobre isso o quanto antes. Enquanto a Superliga dá sinais de estagnação, o NBB está prestes a fechar uma parceria financeira e técnica com a NBA. Quando isso acontecer, o abismo pode ficar ainda maior.

Minas Tênis Clube modificou bastante sua equipe para a Superliga de Vôlei (Foto: Divulgação)

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