A Copa do Mundo no Brasil não é só do Samba!

E-Cologyk durante o festival Federal Music, em Brasília (Foto: Fabrizio Pepe)
E-Cologyk durante o festival Federal Music, em Brasília (Foto: Fabrizio Pepe)

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A realização de uma Copa do Mundo no Brasil sempre foi relacionada aos gêneros musicais típicos da nossa cultura, como o Samba e o Axé. Claudia Leitte foi escolhida para a abertura do evento e Alexandre Pires foi anunciado pela Fifa para o encerramento. Porém, a confirmação do DJ sueco Avicii no Maracanã para fechar o evento em grande estilo mostra que a música eletrônica também ditou o ritmo do Mundial.
Os DJs mais populares do mundo vieram ao país para festas que foram sucesso de público em várias regiões do Brasil, muito mais concorridas que as Fan Fests organizadas pela Fifa. De quebra, eles ainda mostraram nas redes sociais que aproveitaram para torcer por suas seleções.

- A desconfiança era grande no início, foi necessária a intervenção de grandes marcas para viabilizarmos tantos shows pelo Brasil. Acho que formato "DJ" é mais atraente ao público jovem consumidor - revelou Silvio Conchon, sócio-diretor da Plus Talent, empresa responsável por agenciar os principais DJs brasileiros e internacionais da atualidade.


A dupla brasileira Felguk se prepara para tocar na festa da Fusion no Budweiser Hotel, em Copacabana, no Rio de Janeiro (crédito: reprodução)

Sétimo melhor DJ do mundo no ranking da DJ Mag, o holandês Nicky Romero foi uma das estrelas a passar pelo Brasil graças ao apoio da Fusion, marca de energéticos da Ambev, uma das patrocinadoras da Copa do Mundo. Depois de tocar em uma festa em São Paulo do Skol Beats Factory, da mesma empresa de bebidas, Romero postou fotos no jogo Holanda e Espanha, em Salvador, antes de voltar à cidade para o lançamento do Fusion Stage, evento repleto de convidados VIPs e turistas de outros países.

- Eu vejo que todos estão super animados. Mas ao mesmo tempo, percebo uma insatisfação das pessoas com o Mundial no Brasil. O Brasil têm muita desigualdade social, e as pessoas não estão felizes com isso. Ao mesmo tempo em que estou entusiasmado em tocar aqui, para todas essas pessoas que puderam vir a essa festa, em poder ir ao estádio, sei que existem muito mais pessoas que não poderão assistir nenhuma partida da Copa ou ir em algum evento - disse Nicky Romero, em entrevista para a revista GQ.

TOMORROWLAND DO FUTEBOL

Outro sucesso para agitar as torcidas foi a dupla belga Dimitri Vegas e Like Mike, representantes do Tomorrowland, o principal festival de música eletrônica do mundo realizado anualmente na Bélgica. Foram sete shows em seis dias no Brasil, passando por Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, com públicos superiores a 10 mil pessoas.

- Dimitri Vegas e Like Mike são parte do sucesso do Tomorrowland e vice-versa. Além disso, eles tem feito hit atrás de hit de sucesso pelo mundo inteiro. Eles têm uma equipe muito competente por trás e, é claro, talento - justificou Silvio Conchon, que confirmou a alta venda de ingressos antecipados em todos os eventos com a presença da dupla.


Dimitri Vegas e Like Mike na Casa Pelé, no estádio do Morumbi: DJs ganharam camisas autografadas pelo Rei (crédito: Alessandro Abate)

O show do duo belga foi o de maior procura entre todos até agora no Camarote Brahma no estádio do Morumbi, com transmissão de jogos e shows, também patrocinado pela Ambev, que apostou eletrônico para atrair o público em dias de jogos no Morumbi ao lado de atrações "tipicamente brasileiras" como Bell Marques, Claudia Leitte e Revelação.

Assim que desembarcaram em solo brasileiro, Dimitri Vegas e Like Mike postaram fotos em redes sociais torcendo pela Bélgica e disseram estar felizes em apoiar a seleção dos Diabos Vermelhos - como são gregos naturalizados, também comemoraram a boa campanha da Grécia. A mesma torcida mostrou Yves V, outro nome da Tomorrowland, em uma foto vestindo uma camiseta da Bélgica ao chegar em Porto Alegre para tocar. E outros grandes nomes da música eletrônica fizeram o mesmo por seus países durante a estadia por aqui.

Percebendo a conexão com o público, a Nike, fornecedora de material esportivo das principais seleções do Mundial, passou a patrocinar os holandeses Fedde Le Grand, Armin Van Buuren, Afrojack, Nicky Romero e Martin Garrix, que realizaram apresentações vestindo a camisa da equipe.

Fedde Le Grand, Armin Van Buuren, Afrojack, Nicky Romero e Martín Garrix fazem propaganda para a Nike (crédito: Divulgação)


INFLUÊNCIAS BRASILEIRAS

E o sucesso não se resume apenas à nova geração de DJs, brasileiros e internacionais, que aproveitam explosão da cultura EDM (Eletric Dance Music) pelo mundo. Conhecido pela sua ligação com país, Fatboy Slim lançou um álbum especial para o evento esportivo com músicas brasileiras remixadas, de Jorge Ben Jor a Elis Regina. Ele passou pelas principais festas durante a competição e fez uma apresentação aclamada no Camarote Brahma no estádio do Morumbi.

Fatboy Slim com uma taça da Copa que leva a sua marca registrada em Salvador, durante tour pelo Brasil (crédito: reprodução)

- A linguagem da música eletrônica está no mundo todo e cada vez mais popular! É fácil de perceber isso pela quantidade de turistas nestes eventos aqui - declarou o DJ e produtor brasileiro E-Cologyk, que é considerado uma maiores revelações brazucas no mercado.

- O Brasil está sendo visto pelo mundo todo e esse é o nosso momento. Mostramos para os gringos a nossa música eletrônica também. O público tem valorizado bastante os artistas nacionais e isso é o que faltava aqui  - completou.

E-Cologyk durante o festival Federal Music, em Brasília (crédito: Fabrizio Pepe)

O clima esquenta ainda mais o mercado para o segundo semestre, Após o Mundial, São Paulo já prepara para receber uma grande "pool party" com Steve Aoki, uma performance de Armin Van Buuren e grande produção no Anhembi e a XXXperience, que deve reunir mais de 30 mil pessoas. Isso sem contar os outros festivais pelo país, que fazem do Brasil o lugar das batidas fortes eletrônicas também.

Se essa é a Copa das Copas, a atmosfera fora dos estádios tem colaborado muito para isso. E o Brasil mostra que, além de uma rica cultura local, sabe falar outras línguas no ramo do entretenimento para fazer o que o brasileiro mais gosta: festejar!

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