Em 2009, violência e depredação tomaram conta do Couto Pereira

Briga em 2009, jogo Coritiba x Fluminense (Foto: Felipe Gabriel/ LANCE!Press)
Briga em 2009, jogo Coritiba x Fluminense (Foto: Felipe Gabriel/ LANCE!Press)

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Dia 6 de dezembro de 2009. Coritiba e Fluminense se enfrentavam no Couto Pereira. O duelo, válido pela 38ª e última rodada daquele Campeonato Brasileiro, terminaria com um dos dois rebaixados à Série B. O Tricolor carioca se livrou do descenso com o empate em 1 a 1. Mas não foi apenas o Coxa, no ano do seu centenário, que acabou rebaixado. Logo após o fim do jogo, torcedores do Alviverde paranaense invadiram o gramado e, com eles, vieram diversas cenas de violência. O futebol brasileiro perdia, assim como perdeu no último domingo, em Joinville.

Bastou o árbitro Leandro Vuaden encerrar o jogo para a invasão ter início. O trio de aritragem e os jogadores do Coritiba eram os principais alvos dos "torcedores". Vuaden e seus auxiliares chegaram a trocar agressões com os brigões, enquanto os policias presentes tentavam conter o que parecia incontrolável. Os jogadores do Coritiba ingressaram no vestiário o mais rápido que puderam. Já os do Fluminense, em um primeiro momento, comemoraram a permanência na Série A.

Virou briga generalizada. Mais torcedores invadiram o gramado e passaram a arremesar o que podiam, como placas de publicidade, no gramado. O estádio, patrimônio do Coritiba, era depredado. Naquele momento, a maior preocupação era com a vida de quem era ameaçado - dentro e fora de campo, já que muitos dos que estavam presentes no Couto Pereira provocaram um quebra-quebra no Shopping Estação. Ainda houve confronto entre torcedores no terminal de São José dos Pinhais e vários ônibus foram depredados por Curitiba.

O cenário não era diferente de uma praça de guerra. Tripés de fotógrafos, pedaços de madeira e até mesmo dos bancos de reservas eram utilizados como armas contra os policiais. Tudo que estava ao alcance era arremessado. Em determinado momento, dez policiais foram cerados pelos torcedores, sendo alvos de vários objetivos. Um deles ficou desacordado após ter sido atingido e teve de ser carregado pelos colegas para fora do gramado.

CENAS DE VIOLÊNCIA, NO GRAMADO, COMEÇAM A DIMINUIR

A violência que havia tomado conta do Couto Pereira chegou a ameaçar a torcida do Fluminense, alvo de objetos. A confusão só começou a diminuir quando jogadores e integrantes da comissão técnica do clube carioca tiveram de cruzar o gramado, com o objetivo de chegar ao vestiário destinado ao time. Mais policiais ingressaram no gramado e afastaram os torcedores que tentavam invadir o campo novamente, pois o vestiário do Tricolor era próximo ao local com mais invasões. Foram mais de sete minutos com o Fluminense presente no gramado após término do jogo.

Balas de borracha e bombas de efeito moral passaram a fazer parte do Couto Pereira. A ação da Polícia presente começou a fazer efeito e os torcedores do Coritiba deixaram o gramado. Mas a confusão continuou no anel inferior do estádio. Houve confronto com a polícia e entre os próprios torcedores. Foram mais de dez minutos de cenas inimagináveis para um estádio de futebol.

A PUNIÇÃO AO CORITIBA

A Segunda Comissão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) puniu o Coritiba, no dia 15 de dezembro do mesmo, com a perda de 30 mandos de campos e multa de R$ 610 mil pelos incidentes ocorridos no Couto Pereira. A pena foi cumprida durante a Série B do Brasileirão, mas caiu, em março do ano seguinte, para dez jogos e R$ 100 mil após recurso do Coxa. Coincidentemente, o clube escolheu a Arena Joinville, local das cenas de violência do último domingo, como a sua casa durante o período.

Vale lembrar que o Couto Pereira foi interditado logo após o jogo entre Coritiba e Fluminense, sendo utilizado novamente no dia 28 de fevereiro, quando o Coxa venceu o Nacional, por 4 a 1, em jogo do Campeonato Paranaense.

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