Tênis: Sob ‘aval’ de ex-número 1, brasileiro busca sucesso nas duplas

Aos 21 anos e na academia do espanhol Juan Carlos Ferrero, Eduardo Russi busca fazer sucesso após deixar seu país para tentar passar ‘despercebido’ em outro continente

Eduardo Russi treina na academia do ex-número 1 do mundo Juan Carlos Ferrero, na Espanha (Foto: Divulgação)
Eduardo Russi treina na academia do ex-número 1 do mundo Juan Carlos Ferrero, na Espanha (Foto: Divulgação)

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Você deixaria o conforto de sua casa, treinando na academia de seu pai, para se arriscar em um país desconhecido em busca de sucesso no tênis? Pois foi isso que o jovem brasileiro Eduardo Russi fez há dois anos. Hoje, membro do centro Equelite Tennis do espanhol Juan Carlos Ferrero, ex-número 1 do mundo, ele quer mais: o topo das duplas.

Aos 19 anos, praticando a modalidade na academia EGA, em São Paulo, e de propriedade de seu pai, Eduardo, o paulista decidiu mudar sua vida. O “filho do dono” buscava um lugar onde fosse desconhecido, para que os conselhos dos treinadores fossem sinceros.

Assim, em 2014, decidiu se mudar para a Espanha, país que já viu três tenistas alcançarem o topo do esporte. Um deles foi Juan Carlos Ferrero, que foi, de setembro a novembro de 2003, número 1 do mundo. E em qual academia Russi escolheu treinar? Exatamente a do ex-jogador, em Alicante (ESP).

– Desde pequeno eu gostava muito de tênis, mas sempre treinei como filho do dono. Queria ser tratado como um atleta. Sempre tive vontade de sair da academia dele e ser visto como mais um – disse Eduardo, em entrevista ao LANCE!, antes de completar sobre seu “tutor”:

– O Ferrero treina todos os dias. Ele sempre está por perto, rondando as quadras. Se vê algo errado, entra na quadra, fala com a gente... Está sempre muito presente nos treinos.

Russi ainda disputa torneios menores no Circuito, como Challengers e Futures. Até agora, participou de apenas duas competições profissionais: o ATP 250 de Valência (ESP), caindo na primeira rodada no ano passado, e o Aberto do Brasil.

Além disso, decidiu “abdicar” das disputas em simples, focando nas duplas. Segundo ele, o motivo foi a maior possibilidade de conquistar resultados positivos no esporte.

– Sempre joguei melhor e gostei de duplas. Nesse ano mudamos os objetivos e vou focar mais. Desde pequeno preferia ver jogos de duplas, porque achava mais dinâmico, e meu jogo sempre foi assim. Acredito que é o estilo que eu tenho mais chances de crescer – comentou.

Eduardo Russi ainda é um novato em meio a gigantes. Mas, mesmo sem experiência, o jovem não titubeia sobre seu sonho. E mira alto:

– O meu sonho é ficar entre os melhores tenistas do mundo.

Chuva cancela estreia do brasileiro
Russi está de volta a São Paulo. Na noite desta quarta-feira, o tenista estrearia no Aberto do Brasil, no clube Pinheiros, mas a chuva cancelou a partida do jovem atleta no torneio de duplas.

Ele forma parceria com o espanhol Nicolas Almagro, tricampeão da competição na disputa individual e também membro da academia de Ferrero em Alicante.

Almagro e Russi teriam uma parada dura pela frente: os brasileiros Marcelo Melo e Bruno Soares. A partida deve ser realizada nesta quinta-feira.

BATE-BOLA Eduardo Russi Tenista, ao LANCE!

LANCE! - Já teve alguma chance de treinar com o Juan Carlos Ferrero?
Eduardo Russi -
Na verdade já joguei em duplas contra ele no ano passado, já que ele estava treinando para jogar um torneio de veteranos. E ganhei (risos)!

L! - Acha que os brasileiros passaram a respeitar mais as duplas?
ER -
Acho que o Brasil mudou a visão com relação às duplas pela falta de resultados em simples. Temos bons tenistas, mas ainda sem regularidade.

L! - Qual seu foco na temporada?
ER -
O foco tentar encontrar um parceiro fixo, que me ajude a ganhar jogos e subir no ranking. Como estou começando jogar torneios da ATP, vai ficando mais fácil encontrar alguém.

L! - Já teve a chance de pegar dicas com o Soares ou o Melo?
ER -
Nunca conversei com eles sobre tênis, mas os conheço. Eles sempre foram meus ídolos. Acompanho eles desde sempre. Quando tinha algum jogo deles na televisão, eu parava o que estava fazendo para assistir. Me espelho muito neles, porque são os que melhor representam o país.

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