Palmeiras se vê perto de achar ‘fórmula’ para CX10 embalar

Depois de sofrer com lesões, ficar oito meses sem jogar e até pensar em aposentadoria, camisa 10 tem respondido bem ao trabalho individualizado e é esperança para o Brasileiro

Cleiton se benze ao voltar a jogar, no segundo tempo da vitória por 4 a 0 sobre o River Plate uruguaio
(FOTO: Cesar Greco)

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Tornou-se raro ver Cleiton Xavier fora do gramado da Academia de Futebol. Depois de oito meses transitando entre departamento médico, caixa de areia e sala de musculação, o camisa 10 entrou bem em jogos contra River Plate (URU) e Santos, tem correspondido positivamente aos trabalhos diários e anima o Palmeiras, que se vê próximo de encontrar a "fórmula ideal" para tê-lo em boa forma no Campeonato Brasileiro.

- Ele tem um controle individualizado, parece que estamos conseguindo chegar a uma fórmula ideal para ele. Tem vários exemplos de atletas que passam por isso, às vezes demora três anos, dois anos, às vezes em dois meses você já encontra. O corpo humano é cheio de variáveis. Depende muito do atleta, da dedicação dele. O Cleiton sempre foi muito dedicado. Ele já até externou que pensou em abandonar, e ele realmente pensou. Todo mundo trabalhou em cima dele para isso - explica o fisioterapeuta do Palmeiras, Jomar Ottoni.

A “fórmula” é uma junção de fatores no dia a dia do atleta. Cleiton Xavier é avaliado diariamente para que os profissionais do Verdão decidam o tipo, a intensidade e a carga de trabalho ao qual ele será submetido. No início, será difícil vê-lo disputar duas partidas completas seguidas em um ritmo de "quarta e domingo", mas o clube aposta que seu camisa 10 não voltará a sofrer com uma sequência interminável de lesões.

- Não quer dizer que não vá acontecer mais nada, a gente não tem o poder de prever isso, todo atleta que está em campo está sujeito, mas trabalhamos para minimizar ao máximo - acrescenta Jomar Ottoni.

O corpo de Cleiton pagou o preço pelos quatro anos que ele passou na Ucrânia, um centro muito menos desenvolvido em termos de preparação física, onde o meia costumava fazer aproximadamente 25 jogos ao ano.

- Fora do Brasil, muitas vezes o atleta não tem a estrutura que tem aqui. Estrutura que eu digo não é estrutura física, é muito mais humana. Fora do Brasil, muitas vezes eles que correm atrás de um complemento, de um preparador físico, de um fisioterapeuta. A própria musculação, às vezes, o clube deixa a cargo do atleta. É um conjunto de variáveis que influencia na performance e pode complicar um pouco um jogador - opina Jomar.

De volta à rotina brasileira, foram cinco lesões desde o início do ano passado. As últimas três aconteceram em sequência, entre agosto de 2015 e janeiro de 2016. Foi durante a recuperação deste último problema, na panturrilha direita, que o clube decidiu dar um passo atrás (afastar o jogador dos treinos com os companheiros para fortalecer sua musculatura, já que ele sentia muito o aumento da carga de trabalho) para dar dois passos à frente (devolvê-lo à rotina muito mais resistente do que antes).

- Hoje o Palmeiras tem a tecnologia que consegue quantificar exatamente o estímulo que foi dado e como o atleta reagiu. É diferente o atleta treinar à parte, porque a gente tem todo o controle de movimento dele. Quando você solta no campo, o estímulo é caótico, ele não consegue correr só em linha reta, decidir quando fazer uma curva. É improviso, é o gesto que tem de mudar. Isso requer treinamento cerebral, neural, de músculo. Até você fazer músculo, tendão, ligamento, nervo e o próprio cérebro agirem de forma sinérgica, com um mesmo objetivo, leva um certo tempo. Então a gente vai tentando descobrir o corpo do atleta - completou Jomar.

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