MPF defende que Carlos Arthur Nuzman volte para a cadeia

Ex-presidente do COB conseguiu habeas corpus em outubro. Parecer enviado ao STJ afirma que prisão preventiva é medida ideal para evitar interferência do cartola nas investigações

CARLOS ARTHUR NUZMAN foi detido nesta quinta-feira, durante a Operação Unfair Play, sob acusação de intermediação na compra de votos para que o Rio de Janeiro fosse a cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Leonardo Gryner, ex-diretor de operações da Rio-2016, também foi preso preventivamente.
Carlos Arthur Nuzman chegou a ser preso em outubro do ano passado (Foto: MAURO PIMENTEL / AFP)

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O Ministério Público Federal (MPF) enviou um parecer ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) em que defende nova prisão preventiva do ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, de 75 anos. 

Ele é acusado de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas após as investigações da Operação Unfair Play, que apura suposto esquema de compra de votos de membros representantes de países africanos do Comitê Olímpico Internacional (COI) para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos do ano passado.

O MPF entende que a prisão preventiva é a única medida eficaz para evitar que Nuzman elimine provas e prejudique as investigações. No ano passado, o órgão pediu a reparação por danos morais no valor de R$ 1 bilhão e materiais no valor de R$ 6,34 milhões.

"A própria decisão da primeira instância informa que Nuzman, após a deflagração da operação, começou a adotar medidas com o aparente intuito de ocultar bens e valores não declarados", informou o órgão, no parecer assinado pelo subprocurador-geral da República Rogério Paiva Navarro.

O carioca foi preso em outubro do ano passado, mas conseguiu habeas corpus após ficar 15 dias detido no presídio de Benfica, no Rio de Janeiro. Desde então, cumpre prisão domiciliar com uma série de restrições para não intervir no andamento do caso.

"É preciso considerar terem sido identificadas práticas insistentes e sistemáticas de corrupção, fraude a licitações e lavagem de dinheiro do patrimônio ilícito. Portanto, a única forma de interrupção dos crimes diuturnamente praticados pela referida organização é a manutenção da prisão de seus integrantes", afirma o subprocurador-geral.

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