Nova regra gera discórdia: ‘Boxe feminino sempre em segundo plano’

LANCE! repercute com atletas e treinador mudança que estreia na Olimpíada do Rio-2016

Adriana Araújo (boxe)
(Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br)

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A Olimpíada Rio-2016 terá novas regras no boxe. Para se aproximar das regras da competição profissional, a AIBA (Associação Internacional de Boxe Amador) definiu desde 2013 mudanças que proíbem o uso de capacetes para homens, liberou o uso de esparadrapo na bandagem e ajustou os critérios de pontuação. Diante da primeira Olimpíada sob a nova regra, alguns lutadores trataram a mudança como irrelevante, ao contrário da brasileira Adriana Araújo  - a nova regra não contempla o boxe feminino.

A AIBA declara que as mudanças só foram permitidas no boxe masculino devido a diversos estudos e testes. Como os mesmos não foram realizados com atletas mulheres, a decisão sobre mudar a regra para elas foi adiada. O assunto incomoda Adriana, medalha de bronze em Londres-2012 e peso ligeiro feminino que estreia no dia 12 de agosto na competição olímpica.

- Infelizmente não vamos experimentar algumas regras. Queria que ela contemplasse as mulheres também, mas infelizmente o boxe feminino fica sempre em segundo plano. Agora é esperar que dê certo no masculino para vir para nós, mulheres - reclamou.

Já para os homens, o assunto é tratado com irrelevância. Robeisy Ramírez, medalha de ouro pelo peso mosca em Londres-2012 e competidor peso-galo em 2016, o não uso do capacete, por exemplo, até ajuda.

- O capacete me atrapalhava, às vezes saía do lugar. Era um pouco incômodo. Sim, protegia, mas creio que agora é melhor. Não representa nenhum inconveniente, pelo menos para o boxe cubano. Garanto - comentou.

Claudio Ayres, treinador da Seleção Brasileira, também não vê grandes problemas na nova regra. Ele acha que o uso ou não do capacete é uma decisão mais visual para o esporte e não teme que a falta da proteção gere cortes nos rostos dos atletas durante os combates.

- Não muda nada, não. Acho que a AIBA já vem estudando isso há muito tempo. Chegaram num denominador final com o COI (Comitê Olímpico Internacional). Não vai mudar muito. É só uma coisa visual para quem assiste pela televisão. Sobre possíveis cortes, a AIBA tem uns especialistas e médicos para cuidar disso. Quando eles acharem que algo é perigoso, eles vão preservar a integridade física do atleta - ponderou.

As competições do boxe na Olimpíada Rio-2016 começam neste sábado. 

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